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11 de dezembro de 2025

{Resenhas de Quinta} Vodka Superman

Eu falei do selo Absolute há pouco mais de um ano atrás, e, a verdade é que não me supreendeu, mas, verdade seja dita, era Scott Snyder de quem eu não tenho grande apreço ainda que me pareça que o público em geral gosta bastante (e o fato que ele continua de maneira bem consistente a produzir quadrinhos do Batman mesmo que eu não entenda como ou porque - deveria pelo menos indicar alguma coisa).
 
Pra mim essa eterna tentativa de atualizar personagens de mais de 80 anos para os tempos atuais é uma luta que as editoras não tem como vencer, e, honestamente, com as repetições só mostra e fede a desespero - e considerando que a empresa da qual a DC faz parte vem sendo negociada na cifra de bilhões entre diversas propostas, me parece bastante que desespero é a palavra do dia na editora.

Quando saiu, eu tinha lido a primeira edição de Absolute Superman e Absolute Wonder Woman todas juntas em 2024, e, nada disso chamou minha atenção até Absolute Martian Manhunter, cuja arte é espetacular e embasbacante (e o roteiro é bem interessante mesclando elementos de um noir psicológico com a origem de um super herói), mas de toda essa leva, a dupla criativa mais interessante sem sombra de dúvidas é a de Superman.

Jason Aaron foi meu escritor favorito nos anos 2000-2010 com Scalped e ele continuou produzindo material muito bom com Southern Bastards e mesmo seus trabalhos mais do mainstream da Marvel com o Thor e os X-men, e Rafa Sandoval é um artista extraordinário que consegue produzir páginas fascinantes cheias de detalhes nos quais é fácil se perder por horas procurando.

Certo, então qual é o problema, você pode se perguntar? E, bem, enquanto eu particularmente acho que tem muita coisa interessante aqui na reinvenção do conceito do personagem, de Krypton (como um paralelo mais claro de um mundo diante de destruição em que as Elites se mantém inertes, deixando o planeta morrer por lucro), existe tanto o aspecto cínico de que essa é apenas mais uma revisão da origem do Superman nas últimas décadas (e que como todas as outras, em breve ninguém vá nem se lembrar de uma vírgula disso), quanto, bem, o aspecto prático em que tudo isso se parece tão falso e pronto para desaparecer com um estalo de dedos como os Heróis Renascem ou seja qual outra mudança descartável que ocorreu numa tentativa de chamar atenção numa indústria moribunda que não sabe mais como se comunicar com o público.

Nisso, a história em si não importa tanto se é boa, porque fica uma pulguinha atrás da orelha o tempo todo de que isso é um mero exercício de futilidade do escritor, uma mera ficção de fã que em breve desaparece tal qual uma onda ao colidir com a praia.

Só que não é só isso, não é mesmo?

Quer dizer, a história se perde numa confusão entre tentar escrever uma história do Superman herói operário lutando pelos direitos do povo comum contra o complexo industrial militar capitalista em sua mais pura forma enquanto tenta de maneira similar definir quem é esse verdadeiro povo comum - e como a ciência é de alguma maneira parte das Elites ou uma estratégia de alienação usada por essas Elites para controlar o povo... Isso parece, ao menos em partes, agradar a um público mais amplo, com uma demonstração do herói de colarinho azul lutando contra os grandes capitalistas, mas quanto mais eu avanço, menos isso faz de fato sentido.

Só que, e aí começo a analisar que esse ponto faz sentido para um grupelho específico, um grupelho que quer fazer a 'Murica grande de novo e que acha que eles - gente trabalhadora de colarinho azul do povo comum são oprimidos pelas Elites, ou seja, as universidades e a comunidade científica - que são paralelos claros que vemos na série.

As Elites científicas de Krypton negam as evidências da potencial destruição do planeta enquanto na Terra o grande vilão (Braniac e depois outro mais secreto, sem spoilers - que controlam uma grande corporação farmaceutica, sabe, vendendo terríveis vacinas contra os heróis MAGA?), e isso move nosso herói a se rebelar contra o sistema e mobilizar a população.

Mas isso é parte do ponto também uma vez que o universo Absolute compartilha numa perspectiva mais pessimista e terrível do mundo recriando os personagens do universo DC...? Sinceramente, acho uma forma de apelar a um público claramente estúpido em oferecer exatamente o que eles gostam (e querem) com uma desculpa para ajustar posteriormente (caso isso tenha uma repercussão negativa), ou simplesmente de dizer que é a ideia desde o começo (ainda agora com a Paramount pelassaco do Trump e do MAGA talvez a futura dona da DC).

E nem é de dizer que é ruim porque eu não concordo com a visão política, é porque a visão política é ruim ao colocar cientistas como ruins enquanto o sujeito que mata toda uma população é só um lacaio contratado cumprindo ordens... 

Vale pela arte e o roteiro de Aaron é interessante em sua reivenção do personagem mas a perspectiva da história segue um rumo que não vale a pena, nem por curiosidade.

9 de dezembro de 2025

{Explicando? os roqueiros reaças}

Enquanto eu tinha bastante coisa pra falar sobre a Netflix comprando a Warner - e um bando de otário fã de games reclamando porque agora a Sonia Blade vai ter cabelo azul - a Paramount jogou água no bolo e talvez agora seja a vez de Brett Ratner escalar Melania Trump em todos os papéis (para mostrar toda a sua versatilidade artística), até porque não é como se a Paramount tivesse estragado alguma franquia baseada em jogos, não é mesmo...

Até porque, na visão desses caras, a WB (que vem enfrentando problemas financeiros há um bom tempo e justamente por isso foi vendida para a Discovery e justamente por isso agora está à venda de novo) parando nas mãos da Netflix ou qualquer outro estúdio, o problema não é para as centenas ou mesmo milhares de profissionais que estão sem saber o que vai acontecer num futuro próximo ou conseguem sequer imaginar próximos projetos (ou mesmo saber se estarão empregados até o próximo Natal).

O problema pra esses gamers mimizentos é que não sabemos do futuro de Mortal Kombat ou qualquer outra franquia de games que a WB produza caso a empresa pare nas mãos de outra companhia... Quer dizer, desde que a SNK e a EA foram vendidas para um conglomerado árabe e continuaram a produzir jogos (sem que os personagens pintassem o cabelo de azul), tudo certo, não é como se a família real matasse jornalistas por lá ou qualquer coisa.

E o fênomeno do gamer reaça não é particularmente pior que o roqueiro reaça então deixa o Felipe Boni explicar o roqueiro reaça e semana que vem eu volto com algo mais concreto (eu acho): 


4 de dezembro de 2025

{Resenhas Algoritimcas} Stranger It

Enquanto eu confesso que não gostei de quase nenhuma das temporadas de Stranger Things além da primeira e da terceira, e, existe toda uma gama de problemas que a gente poderia passar um bom tempo discutindo e desenchavando, e em grande parte porque a quarta temporada é bem ruim e esta temporada final (que eu sinceramente acredito bem pouco que seja de fato o final sem algum spin off, alguma série derivada como Strangest Things ou As Aventuras de Hop e Eleven - e, num mundo em que temos uma série derivada de The Office sobre um jornaleco, te parece de fato tão absurdo isso?)... Eu tenho que dar o braço a torcer que (ao menos até o momento) o que foi apresentado na temporada 5 é talvez a melhor continuação à primeira temporada.

Não é perfeito, claro, existem vários problemas sérios, um dos quais eu vejo como o dilema de One Piece, em que quanto mais se avançam os capítulos, mais irrelevantes conforme a série avança - e os conflitos aumentam exponencialmente - ao passo que outros personagens destoam justamente por acompanharem o aumento exponencial dos conflitos (deixando para trás os demais).

Quer dizer, Hopper era um xerife de uma cidade pequena (com seus dramas particulares) e quatro temporadas mais tarde sobreviveu à tortura numa prisão militar na Rússia ao passo que enfrenta largos grupos de militares altamente treinados (e bem equipados), enquanto a molecada da primeira temporada está terminando o colegial (e usa seu conhecimento de ensino médio para derrotar monstros transdimensionais e o exército da 'Murica).

E enquanto eu consigo aceitar os absurdos da ficção científica e do horror que a série embebe em seus conceitos eu não vou fingir que entendo o plano de Vecna envolvendo o sequestro das crianças (e como isso o ajudará em qualquer sentido - o que talvez seja explicado na segunda parte da temporada 5, ainda que duvide que fuja dos planos do vilão dos X-men, Apocalipse, que sim nasce nos anos 1980 como tudo na série, seja nos jogos da Capcom seja nos arcos ridículos dos anos 1990) ou como ele é tão poderoso em primeiro lugar (e sim, eu sei que isso é explicado em algum momento na temporada anterior - provavelmente algum momento que eu não prestei atenção) ou mesmo toda a contínua mitologia acerca do mundo invertido e o que ele significa...

Até porque tudo isso acaba parecendo sempre com alguma outra coisa mais conhecida na cultura popular, não é mesmo?

Os cientistas que se parecem com a Umbrella de Resident Evil (e não só eles, afinal os monstros lembram bastante alguns dos designs do universo de jogos), a mutante que tem poderes telecinéticos (sim, Jean Grey dos X-men) e que tem um ponto fraco que é sua kryptonita, o personagem inútil que descobre um poder escondido quando provocado (essa é um clichê bastante comum, mas Gohan de Dragon Ball só funciona dessa forma)...

E sim, eu repito, essa é a temporada que eu mais gostei desde a primeira...

Sei que o texto focou mais nos negativos que positivos até agora, só que se eu foco nos positivos acabo destacando spoilers e tirando a diversão de assistir à série e me parece melhor descobrir os positivos ao assistir aos episódios - ou, esperar que estejam todos disponíveis de uma vez só. 

2 de dezembro de 2025

{Reagindo aos reaças} Petry e a esquerda canceladorAAAAARGH!!!!

Eu confesso que de todos as reações à galera de direita defendendo coisas abjetas até agora, contrargumentar o que o Petry disse numa conversa com o Humberto Mattos um tempo atrás me parece o menor dos problemas, em grande parte porque ele não parece um desses otários bitolados que insiste no seu erro e continua apostando em algo errado mesmo depois de corrigido.

É naquela toada pra defender 'liberdade de expressão' pela terríve esquerda canceladora que perseguiu o Léo Lins por fazer piada (ignorando claro que o cara foi demitido do SBT - esse bastião da liberdade de expressão - por fazer piada que um dos apresentadores de extrema direita não gostou), e, eu poderia até explicar de novo a situação do Léo Lins mas me dá preguiça, e eu vou focar nesse mimimi da esquerda canceladora jogando reaça pra (zona de conforto da) direita.

Primeiro de tudo, se essa galera está se sentindo confortável em meio a racistas, nazistas e transfóbicos e toda uma gama de gente escrota... Bem, será que isso não diz mais sobre eles do que sobre a terrível esquerda canceladora? E olha que isso vem de silogismo religioso que a galera da direita adora, né? "Diga-me com quem andas que te direi quem és" (mas aí se o cara anda com racistas, nazistas e transfóbicos ele fica ofendido que estão chamando ele por qualquer um desses termos).

E curiosamente, eles se sentem ofendidos de serem chamados de racistas, homofóbicos e nazistas - e vão andar justamente com a galera que é racista, homofóbica e nazista... Engraçado, né? 

Assim, quando o cara do MBL vai pra uma zona de guerra pra praticar turismo sexual (ou quando os amiguinhos dele estão ligados a escândalos de corrupção), você vai cancelar ele só por isso? Puta esquerda canceladora, mêo!

Quer dizer, na lista de coisas que me incomodam bastante em termos de argumento ruim e forçado é essa manobra bizarra que a direita insiste em manter de novo e de novo de que "A cultura do cancelamento da esquerda..." tentando justificar ou mais importante se vitimizar de que, "Oh, meu Deus, acabaram com a carreira desse brilhante artista" (e veja que não tem um link na palavra desse, brilhante ou artista porque simplesmente não tem qualquer pessoa que preencha qualquer um desses critérios de alguém de direita que foi "cancelado" por lacração.

Saca, quando aparece aquele comediante ruim - tipo o Dedé Santana ou o Paulo Cintura - para dizer que 'hoje em dia eles não teriam programa mais na televisão'? Não porque eles são ruins por bosta e que eram carregados por gente muito mais talentosa que eles, é pela cultura de lacração (e não o fato que há quase cinquenta anos eles fazem as mesmas piadas - que já eram sem graça cinquenta anos atrás)!

Tem o sujeito que foi cancelado por assédio sexual (contra múltiplas funcionárias), tem o sujeito que foi cancelado por transfobia, tem o sujeito que foi cancelado por décadas drogando e estuprando mulheres... E todos esses caras continuam ganhando muito dinheiro (inclusive mais de um milhão da monarquia da Árabia Saudita num festival de humor alguns meses atrás)... Maldita esquerda canceladora, né?

(E olha que eu nem busquei muitos exemplos que, sinceramente, nem seria difícil passar de dois dígitos, mas sinceramente, esses caras parecem que ou foram prejudicados minimamente por repercussão negativa de seus atos ou são apenas gente que teve um breve momento de glória que já passou?) 

Curiosamente, se tem alguma coisa que se perde é a história da cultura do cancelamento e, como ela é indubitavelmente um produto da direita conservadora, e, eu poderia falar desde os tempos da Inquisição Espanhola e mais pra trás, ou pura e simplesmente falar sobre o MacCartismo e Frederick Wertham (de novo) e todo o prejuízo causado à indústria cultural como um todo (perseguindo atores, autores, diretores e produtores considerados 'não americanos')... Poderíamos falar horas sobre Lenny Bruce ou Raul Seixas presos por fazerem piadas (contra conservadores), mas, a verdade, e isso é importante, é que a direita é péssima em fazer comedia.

E nem é só isso, verdade seja dita. A direita odeia a arte como um todo e se esforça em perseguir quem produz algo diferente - de novo e de novo e de novo... E eu acho que já falei sobre isso algumas vezes até.

Nos anos 1970 eram os filmes de terror e o heavy metal (com mensagens satânicas escondidas de trás pra frente) que destruiam a juventude. Nos anos 1980 o rap (que curiosamente se torna mainstream quando o lorinho Eminem ou o mauricinho Gabriel, o Pensador entram nessa onda) e os satânicos jogos de RPG. Nos anos 1990 os videogames violentos e o hip hop. Isso segue e segue até hoje com a galerinha Maga queimando livros e o pessoal do MBL e Brasil Paralelo criticando o funk ou hip hop (curiosamente gêneros musicais predominantes de artistas negros).

Mas, claro, é a terrível esquerda canceladora que acabou com a carreira de algum produtor executivo que molestava atrizes e um comediante que colocava bolinha na bebida (e tem quase três dígitos de denúncias de estupro) é que é o problema, né?

1 de dezembro de 2025

{Resenha Lixo²} A série da Kim Kardashian e do Glen Powell

Começando dezembro com uma dose extra de cinismo, eu poderia me dar ao trabalho de aprender os nomes em português para estes dois seriados (que eu mal aguentei terminar o primeiro episódio de ambos)? Sim, mas honestamente você sabe que é ruim, eu sabia que seriam ruins desde o primeiro trailer... Droga, a série da Kim Kardashian você sabe que é ruim desde o anúncio de uma série sobre advogados estrelando Kim Kardashian e com o produtor Ryan Murphy (daqueles cada vez piores American Horror Story e não se limitando a eles).

Mas isso é um sintoma de algo maior, certo?

Não é por acaso que esses seriados existem e, francamente, eles continuarão a aparecer cada vez mais com influencers da internet ou idiotas sem talento migrando para o ramo da atuação que lança novos remakes e reboots porque, e isso é importante, essa é a única forma de chamar atenção ou pelo menos um pouco de atenção em um mundo em que séries são produzidas em massa com roteiros que já se pareciam com algo escrito por IA vinte anos atrás (afinal a equipe criativa tem o mínimo incentivo para produzir algo novo e efetivamente criativo).

Ao invés de dar uma chance a atores novos e desconhecidos para galgar o interesse do público através do talento de suas atuações combinada com roteiros bem escritos e produzidos (como historicamente ocorreu), você precisa da garantia de um sucesso ou ao menos da atenção do público por tempo o suficiente para descontar o cheque e, se isso não for renovado para uma segunda temporada (o que é bem provável, e, considerando os atores envolvidos eles mesmos não devem querer isso). E isso nem é o problema todo...

Atores e atrizes realmente talentosos não encontram trabalho ou no máximo pequenas pontas em seriados e filmes - que mal devem cobrir suas despesas para o set - enquanto toda uma espiral de incompetência forma a estrutura do nosso entretenimento, com roteiros que não funcionariam em uma reader's digest de 10 centavos.

Isso é algo estrutural para garantir salários mais baixos e maiores retornos para executivos? Claro, mas, de novo, não é só isso, pois o fracasso também traz retornos gigantescos para executivos de Hollywood, e, apostar em algo ruim como os seriados da Kim Kardashian e do Glen Powell são apostas extremamente seguras e coerentes para esses estúdios.

Se der certo, eles ganham dinheiro. Se fracassar? Ei, eles ganham dinheiro também tanto no curto como no longo prazo, ao deduzir as perdas através de programas do governo estadunidense (sim, que permite compensar o valor investido em entretenimento que fracassou de forma a mitigar riscos e manter investidores interessados - e que justifica situações como engavetar um filme de 70 milhões inteiramente gravado e produzido) ao mesmo tempo que oferece maior controle sobre todo o restante da indústria que não compreende as pessoas que escrevem os cheques (e que precisam aceitar termos cada vez piores com a perspectiva e risco de retornos ruins e perspectivas pobres - e que colocam Edgar Wright dirigindo um remake estrelado por Glen Powell para ter alguma chance ou perspectiva de dirigir de novo em Hollywood num futuro).

Particularmente nem me parece algo drasticamente diferente do que vimos nos últimos anos ou mesmo décadas... O problema é que, em 2025, ao contrário de anos anteriores, o número de exemplos positivos para contrapor essa tendência foi muito pequeno ou inexistente. Entre um ou outro seriado razoavelmente assistível ou interessante (mas nada particularmente impecável e genial), temos um novo remake um novo reboot, uma nova celebridade sem talento estrelando algum seriado ou, droga, até mesmo uma novela... De novo e de novo.

E talvez existam algumas jóias aqui e ali que surjam e se perdem nesse lamaçal de lançamentos (que tanto se esforçam para vender para o público goela abaixo) e, sem sombra de dúvidas isso também é intencional (como tática negocial com os criativos para redução de seus salários e condições).

Se isso vai mudar ou tem alguma perspectiva, honestamente, parece cada vez mais improvável, mas os números também acompanham essa tendência, com um retorno de investimento cada vez menor e estes executivos idiotas (ainda que mantendo seus altos cargos e salários por hoje), falhando miseravelmente em manter as empresas que lhe pagam os salários marginalmente acima da água até que um conglomerado saudita venha comprá-la... E, segredo, isso não é bom para manter essas empresas funcionando mesmo que por mais alguns meses.

Mas que essas empresas continuarão a chorar publicamente que o público não assiste mais ao conteúdo que produzem e que o problema são os celulares ou alguma coisa do tipo (e não o fato que o material produzido parece cada vez mais produzido por IA) e que concorrência é ruim, bem, não deveria te surpreender. 

27 de novembro de 2025

{Resenhas de Quinta} O Munster e eu

Eu confesso que me interessei pela premissa da série da Netflix O Monstro dentro de mim com Claire Danes e Matthew Rhys, e, com o primeiro episódio estava razoavelmente captivado. Claire Danes é uma atriz extraordinária e consegue produzir algo fantástico mesmo com o roteiro mais pedestre do mundo, e, bem, esse é potencialmente um dos roteiros mais pedestres do mundo.

Quer dizer, é aquele suspense/thriller que você já viu umas vinte e cinco mil vezes mas que no lugar de recombinar elementos e oferecer alguma reviravolta nova ou ideia original ou, sabe, qualquer coisa diferente (como mesclar elementos de outros gêneros como humor, horror ou dadaísmo pelo que importe) parece contente pura e simplesmente em produzir algo mais rocambolesco e achar que conveniência e personagens com listas (já elaboro mais nisso) é o suficiente.

Veja, eu não acho que um personagem precise de complexidade para ser interessante, e, muitas vezes os personagens mais interessantes são tão básicos e simples como pires. Batman funciona quase noventa anos depois (e gerou toda uma enormidade de derivados que viram seus pais ou entes queridos assassinados e por isso resolveram combater o crime), ao oferecer uma visão simples que permite desenvolvimento e complexidade.

Aghata (a protagonista vivia por Claire Danes) é uma 1) escritora vencedora de prêmios 2) endividada que 3) perdeu o filho num acidente de trânsito (que resultou 4) no seu divórcio e 5) numa complexa batalha judicial com o responsável), e, 6) está lidando com o bloqueio mental na produção de seu mais recente livro seguindo o sucesso do anterior.

Isso não é tudo, mas, honestamente já é demais e sobra ruído no quanto as informações se perdem e escapam - inclusive quando aparece o 1) agente do FBI bêbado que 2) tem um caso com sua ex-parceira e 3) está obcecado com um caso que nunca resolveu enquanto... - ao mesmo tempo que nada disso se refere ao foco da narrativa e da história. Isso tudo são apenas elementos, e, de novo, ruído para a trama principal que é do vizinho novo de Aghata que é um bilionário pomposo e excêntrico que pode ter matado a primeira esposa e essa turminha do barulho vai causar muitas confusões e virar a vida da pacata escritora de cabeça para baixo...

Quer dizer, o material mesmo se perde nessas listas de elementos que definem os personagens enquanto tenta justificar a história ou a narrativa de qualquer forma, ao mesmo passo que vai apresentando coincidências para que exista uma história (o vizinho que pode ter matado a esposa se muda justamente no aniversário da morte do filho de Aghata que percebe que está empacada com seu livro)...

E a história é tão boba e sem graça quando você tira esse ruído extra (ou talvez o diretor seja ruim e o roteiro não ajude, não sei dizer), que fica difícil recomendar. Talvez pela atuação fantástica de Rhys e Danes, mas, mesmo isso é pouco pra justificar qualquer coisa.

Talvez eu só não esteja no clima para esses materiais, talvez 2025 seja um ano ruim de produções (droga, Glen Powel continua não convencendo que consegue fazer qualquer coisa e por algum motivo que me escapa Kim Kardashian """"estrela"""" uma série que nem que me paguem eu assisto, e eu nem quero me repetir do que eu já falei, ou do quão pouco animado estou para o final de Stranger Things...), mas francamente por mais que eu tentasse de novo e de novo, não funcionou.

Só posso dizer que não é pra mim. 

25 de novembro de 2025

{Reagindo aos reaças} Influencers idiotas não acreditam na ciência

Te parece minimamente curioso que a mesma galera que duvida do pouso na lua acredite em alienígenas do passado? Quer dizer... Civilizações alienígenas conseguem viajar no espaço (e se manter incógnitas de registros históricos ao longo dos séculos) mas seres humanos (geralmente de tonalidade de pele diferente do branco na escala Pantene, curiosamente) não seriam inteligentes o suficiente para, bem, qualquer avanço científico mínimo.

A resposta para o motivo de algumas pessoas acreditarem que, bem, gente do passado não ser capaz de conquistar avanços brilhantes na história é, em geral, porque elas próprias não são muito brilhantes (como o trapaceiro influencer Jake Paul ou a Kim porque diabos é famosa afinal de contas...? Kardashian) e nisso são completamente incapazes de entender que, bem, existe gente bem mais inteligente que elas, e, invariavelmente no passado também existiria - e, no passado essas pessoas bem mais inteligentes se reuiniria com outras pessoas mais inteligentes para bolar projetos e encontrar soluções criativas para os problemas do passado.

Paul, inclusive, é um caso curioso de alguém que trapaceia em lutas - lutando boxe com ex-campeões de MMA (ou seja, diminuindo as opções desses lutadores) ou MMA com ex-campeões de boxe (basicamente a mesma coisa), ou, ainda lutando com gente bem fora de forma e longe de seu pico. Ou seja, se um trapaceiro diz que houve trapaça no pouso da lua, ele claramente entende uma coisa ou outra de trapaça.

Curiosamente, se existe uma coisa que trapaceiros não gostam é de fatos, e, quando analisamos os fatos históricos fica bastante claro através de fatos bastante comprováveis como os satélites que garantem o bom funcionamento de nosos aparelhos celulares (e não apenas eles) de que a corrida espacial foi um avanço considerável, e, que sua conclusão lógica seria chegar à lua (como ocorreu) e, que igualmente se uma fraude dessa natureza fosse produzida o outro lado se esbaldaria expondo seu adversário.

Certo, mas como é que essa galera que não questiona o governo 'Muricano quando ele vende armas para o Irã para comprar drogas na América Central (ao mesmo tempo que fortalecia - e fingia combater - o tráfico de drogas na Colômbia nos anos 1980 e a Venezuela agora para desestabilizar o governo - mas, ei, Nancy Reagan dizia que era só dizer não às drogas então está tudo certo).

Afinal, um barco de pescadores na Venezuela (onde os Estados Unidos não tem jurisdição ou deveriam atacar sob nenhuma perspectiva) ou um casamento no Oriente Médio (mesma coisa do parênteses anterior) é válido como alvo quando o governo diz que eram terríveis e perigosos terroristas (mesmo que somente quem diga seja o governo norte-americano e que, de noov, não tem jurisdição ou deveria atacar ali sob nenhuma perspectiva).

Nisso você acredita piamente em cada palavra da 'Murica mas quando existe toda uma linha do tempo, descobertas e avanços científicos justificáveis e mensuráveis que podemos vislumbrar em nosso dia a dia e nossas vidas, e que são consequência direta dos avanços da corrida espacial... Bem, aqui é muito difícil de acreditar, né?

Mais fácil confiar no pedófilo, amigo de um pedófilo (que curiosamente """"se matou"""" na prisão quando nenhuma câmera funcionava) que numa agência espacial que recebeu milhões para vencer uma corrida espacial (e, sabe, apresentou todas as provas disso - e não só os videos, as pedras lunares e todos os avanços científicos - que incluem a comprovação de teorias sobre a formação do universo - além de tecnológicos que conseguimos justamente por isso).

Afinal, qual dos lados pode ter mentido e ganha mais mentindo, não é mesmo?

Será que o boxeador que forja lutas para ganhar patrocinadores ou a mulher vazia e estúpida que é famosa unicamente por postar fotos (constantemente e de absolutamente tudo)... ou a agência espacial desenvolvendo conhecimento científico? Realmente difícil de imaginar a resposta... 

20 de novembro de 2025

{Resenhas de Quinta} A biografia do Bruce Springsteen (que você também não lembra o nome do filme mesmo olhando pro pôster, né?)

Existe algo particularmente fascinante na história de Bruce Springsteen, mas talvez não pelos motivos certos.

Talvez eu seja execrado por essa opnião é verdade, mas eu sinceramente acho que Springsteen é um poço de mediocridade e que expõe categoricamente como a 'Murica tenta vender seu sonho americano goela abaixo e não importa mais nada... Não que seja particularmente uma exceção (como quando criaram os Monkees para competir com os Beatles), ou mesmo algo diferente do que vimos em décadas seguintes com as boy bands e, bem, a Taylor Swift... Sinceramente eu duvido que se ele tivesse nascido na Bélgica, Bielorrussia ou aqui no Brasil que ele seria um músico, e, a verdade é que ele só se tornou um grande astro por uma série de combinações que fazem dele o Forrest Gump do rock.

Ele deu muita sorte de começar sua carreira nos EUA num ponto em que, apesar da ascenção do rock internacional e mesmo da contracultura do rock a partir do Woodstock, não haviam particularmente estrelas no mesmo callibre nos Estados Unidos. Você tinha o Kiss para quem gostava de algo mais pesado e tinha o Creedence para quem queria algo mais próximo do country, mas não tinha lá muitas opções para competir com grandes artistas britânicos... Talvez Jimmy Hendrix, é claro, mas, bem ele era negro e não vamos fingir que a 'Murica rural corria para comprar ingressos para vê-lo em turnê.

Springsteen surge como a resposta da 'Murica ao Eric Clapton e ao Bob Dylan (sim, também estadunidense, mas, sabe, mais folk e menos comercial e com fama de pedante e intelectual), talvez até "o Bob Dylan comercial" que a crítica musical estadunidense queria como alcunha para o artista e devorava cada peido dele como se fosse a próxima vinda de Cristo. Cada álbum medíocre era aclamado e coroado como o lançamento da década ou do século, e, para um público que tinha cada vez menos opções no rock (sem pender para o metal ou alguma de suas vertentes) e que Deus me livre passava longe de progressivo (pelos mesmos motivos que passavam longe de Bob Dylan - menos comercial, pedante e intelectual), bem, Forrest lotava estádios com gente branca ouvindo canções de colarinho azul sobre como a vida era difícil para gente branca de colarinho azul na 'Murica rural.

Não que o artista seja ruim (até acho que ele tem umas dez ou quinze músicas muito boas), mas ele está longe de merecer todos os elogios que recebe, e até mais que isso de ser tudo o que se projeta nele. Suas letras são bastante pedestres e lugar comum (talvez por isso ressoem tanto com a 'Murica rural, mesmo quando eles não entendem que Born in the USA é uma música de protesto - e continuam a usar como slogan político) e sua musicalidade não traz nada particularmente interessante ou digno de nota... Só que depois de décadas de elogios e loas, ele apela tanto para a nostalgia de um rock clássico para tiozão quanto fica difícil dizer que ele não é nem nunca foi tudo isso.

Nisso, executivos de Hollywood vendo o sucesso de filmes sobre músicos - inclusive de artistas menores como Robbie Williams - em um momento de sinergia corporativa simplesmente pensa: "Mas e se fizermos um filme sobre o maior artista do rock norte-americano?" (De novo, não o Jimmy Hendrix).

Eis que nasce Salve-me do Desconhecido (Deliver me from Nowhere) com o astro de The Bear e toda a espectativa de produzir o próximo grande sucesso (na temporada de prêmios)... E o filme é um sonífero.

O drama não é interessante ou relacionável, as cenas carregam pouco ou nada de emoção ou interesse e a maior parte do tempo você passará pensando porque diabos está assistindo esse filme ou qual é afinal de contas o nome. 

Eu não sei se fãs do artista ficariam particularmente empolgados com a história de um álbum que talvez seja o divisor de águas na carreita dele (e que, sinceramente está longe de qualquer divisor de águas importante na carreira de qualquer artista relevante), mas, sinceramente, será que existem tantos fãs assim do Springsteen para justificar um filme sobre o tenebroso período do início da década de 1980 para a gravação de seu 'melhor álbum até 1982*' (*de acordo com críticos da Rolling Stone)?

Nem como se a história turbulenta da produção do álbum fosse realmente interessante - sabe como a história do Exile on Main Street de 1972 marcada por excessos e contos proibidos para menores de 18 anos - o que torna a justificativa de focar num período específico da vida do cantor ainda mais estranha... Será que queriam fazer alguma continuação caso o filme fosse um sucesso (ou apostaram num sucesso para fazer uma continuação sobre o Born in the USA por exemplo)?

Sinceramente, é meh até dizer chega e só se você for muito fã do cantor (mas aí, será que te interessaria um filme sobre a história...?). 

18 de novembro de 2025

{Reagindo aos Reaças} Economistas que prevem sempre o pior (e erram constantemente)

Uma constante reclamação econômica que vemos de novo e de novo é como o Brasil vai quebrar, como o dólar vai disparar e a inflação e o meteoro vai cair...

Eu acho que o vídeo do grupo Gaia explica de maneira bem simples como 95% das análises de economistas nos últimos 5 anos estavam erradas (curiosamente, né?) sempre prevendo valores muito piores que a realidade.

A resposta, em linhas gerais reside na tributação mais alta para gente mais rica - que entra em pânico e usa seus veículos de comunicação para disseminar caos e vender que imposto mais baixo para gente rica é melhor para todo mundo (sabe, trickle down economics que até hoje não trickled down?), e aí dá-lhe o pânico de que os bilionários vão deixar o país.

Quer dizer, o Ratinho (cujo filho é governador no Paraná, vale lembrar) deixou o país para o Paraguai, e a Lupo também, meu Deus, é o fim do mundo, não? Bem, não necessariamente porque não é assim que o dinheiro funciona.

Quem sabe se o Ratinho se mudar de vez para o Paraguai a emissora porcaria onde ele trabalha não o demita e coloque alguma coisa que talvez gere audiência no horário, e, sabe, gere novos empregos para redatores, diretores e toda uma equipe de produção assim como trazendo anunciantes...? Mas, lógico que isso não vai acontecer porque o sujeito deixa o país mas não abre mão da boquinha, porque, de novo, não é assim que o dinheiro funciona.

Em análise feita sobre quantos bilionários migraram em 2024 em virtude de mudanças tributárias, os números são tão insignificantes que estão perto de 0. E o motivo disso não é particularmente difícil de deduzir - o problema não é a evasão fiscal de milionários ou bilionários, mas os empregos qualificados como de médicos, engenheiros, galera de TI e demais cargos que deixam um local quando uma empresa se realoca.

Mas como vemos de novo e de novo, as empresas não tem particularmente interesse em se realocar. Droga, longe disso elas não querem nem manter a galera no Home Office - e vão tentar desestabilizar seus funcionários para acatar as normas e criticá-los abertamente por criticar a postura da empresa, né, Nubank que é diferentão dos dinossauros

Jogam o pior cenário apostando pesadamente (e muitas vezes nem nesse pior cenário, só para ter uma cortina de fumaça mesmo) buscando maximizar seus lucros ao criar caos no mercado, coletam os lucros e fazem tudo de novo, e, quando você tem recursos para publicidade e para financiar partcipações em eventos importantes (inclusive promovê-los) e veículos de mídia - é fácil parecer um especialista mesmo quando você não acerta uma.

 

{Editado mais tarde no mesmo dia} Ah se eu soubesse que hoje correria a ação da PF contra o criminoso presidente do Banco Master, hein...? {/fim da edição} 

13 de novembro de 2025

{Resenhas de Quinta} Plurilb(astof)us

Eu não sei exatamente o que eu tenho contra a Apple como produtora de conteúdo, mas, existe alguma coisa que geralmente me incomoda. Não sei se é uma forma de produzir o material que parece mais precário (com extras piores que olham para a câmera quebrando a imersão, ou cenas que parecem bem mais vazias do que deveriam) Talvez seja um preconceito (mas, verdade seja dita, eu dei várias chances a shows da empresa) e Pluribus me parece algo que eu deveria gostar.

É uma série de Vince Gillian após Breaking Bad e Better Call Saul com uma narrativa de ficção científica (do trabalho que o descobriu em Arquivo X) e com a excelente Rhea Seehorn (a Kim de Better Call Saul) e o material fica realmente tenso por volta da metade do episódio escalando de maneira cadenciada e genial conforme o mundo desmorona ao redor da atriz... Mas algo parece vazio ou ao menos faltando, e, na minha impressão é uma constante de outros materiais da Apple, sabe?

Existe aqui um potencial incrível, eu realmente enxergo algo extraordinário que poderiam fazer com isso (e o fato que eu não quero usar spoilers torna mais difícil explicar), mas ainda não está lá, e, com Pluribus, acima do que acontece com outros dos seriados da Apple que eu não tenha gostado ou tenham funcionado pra mim, aqui eu posso descrever exatamente onde o seriado erra sem o menor medo.

O erro dessa série está no começo que tenta explicar o que vai acontecer.

Se você tirasse aquelas cenas todas que não envolvem a autora frustrada e cansada com sua obra que vê o mundo desmoronar ao seu redor (sem saber o que diabos está acontecendo), o material fluiria muito melhor e, eu não duvido por um microssegundo que essa era a ideia original - pois os cortes não funcionam direito para intercalar com isso. Essas cenas estão ali porque algum executivo burro não entendeu o seriado e precisava que alguém segurasse sua mãozinha para conduzir a série do ponto A ao ponto B e ele não ficasse perdido. Droga, eu acho inclusive que essas cenas todas foram gravadas para algum episódio posterior - e honestamente eu acho que seriam um fantástico começo para a segunda temporada para contextualizar todos os eventos explicados ou não na primeira - mas não funciona da forma que é conduzida aqui.

O maior trunfo desse tipo de série reside justamente no mistério da falta de explicações e, mais até que isso, de buscar respostas em conjunto com a protagonista lidando com esse novo cenário absurdo no qual ela está inserida - e, vale lembrar, é algo que a comédia com Tim Robinson, A Cadeira faz, e, se formos bem honestos essa premissa não é muito diferente de uma série da Vertigo, mas eu não vou entrar nos detalhes e nem comentar o título para evitar qualquer tipo de spoiler.

Não quero julgar o material como ruim pelo primeiro episódio - é apenas 1/10 da temporada e eu não ficaria minimamente surpreso se não tiver uma baita reviravolta por volta do episódio 7 ou 8 que mude completamente os rumos da série - e, honestamente eu não acho que seja ruim (como eu disse no segundo parágrafo, por volta do meio do episódio, ele realmente funciona e vai ganhando tração), é só que não empolga.

O começo fraco (pra explicar os eventos futuros segurando o espectador pela mãozinha) enquanto leva quase trinta minutos para chegar em algum lugar narrativamente, inclusive desenvolvendo a personagem principal...

Talvez sua quilometragem possa variar e você aprecie mais o que a série faz bem (e de novo, o caos que se dá pela metade do episódio é embasbacante e fácil de deixar qualquer espectador na pontinha do sofá sem piscar os olhos direito), mas o começo me decepcionou e me tirou da imersão.

Eu sei que o segundo episódio que segue bem mais no que se espera do Vince Gillian (longas cenas apresentando fatos e eventos para contextualizar o mundo, quase quinze minutos construindo personagens sem uma única linha de diálogo e complicações que tornam a estrutura mais interessante), mas não me empolgou muito mais principalmente quando chegou ao ponto dos personagens recorrentes e seus dilemas/conflitos. De novo, talvez melhore um pouco quando toda a temporada estiver disponível e seja possível conferir isso numa maratona... 

Talvez com a temporada inteira para maratonar eu mude de ideia, mas hoje, simplesmente não funcionou pra mim.