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26 de junho de 2025

{Resenhas de Quinta} Afundação 3, a fronteira final

Concluindo a trilogia (mais pela questão de complecionismo e preciosismo que por mera necessidade) chegamos ao final da trilogia da Fundação, com A Segunda Fundação, e, bem, enquanto melhor que o segundo, não está nem aos pés do primeiro.

Seria algo como um 5,5 depois do 4,0 anterior (com certteza uma melhora, mas você ainda não está muito bem na média, né?).

Em grande parte porque continua com a maldita saga do Mulo (e mesmo depois da morte do personagem ele continua como a maldita coisa mais importante narrativamente), mas consegue crescer além disso e contextualizar melhor as ideias de porque essa história toda do Tom Bombadil no espaço era tão importante.

Quer dizer, no geral, a ideia é de que Seldon criou uma Segunda Fundação onde estariam todos os seguidores da psico-história (que não se juntaram ao grupo maior em Terminus) e que trabalhariam ativamente na correção das equações dele (Seldon) para não apenas garantir que as 'previsões' deem certo mas para fazer com que o plano do declínio acelerado do império para o surgimento de um novo em um prazo de não mais que mil anos siga sem jogar o universo nas mãos da barbárie (sabe, fácil).

A Segunda Fundação é onde as pessoas conhecem as fórmulas e sabem do plano de Seldon enquanto na Primeira eles executam tudo isso às escuras (e, como vemos no primeiro livro, precisam improvisar bastante para garantir que as coisas funcionem).

É um conceito interessante considerando o material até aqui, e, honestamente, eu acho que é fascinante como ideia e complementa muito bem o material... Com exceção de um pequeno problema: Como diabos eles conseguiram avançados poderes mentais estudando psico-história? 

Esse - que é igualmente o problema todo com o Mulo - resume a situação toda e os problemas dessa história a partir da segunda metade do segundo livro.

De ficção científica em que um grupo de cientistas enviados para um planeta no meio do nada com um plano profético (do qual eles pouco ou nada conhecem) para conseguirem algo virtualmente impossível com base apenas em ciência (e improviso), a série migra para algo que se assemelha mais com os X-men sem trajes coloridos, chavões e vilões idiotas (e, claro, mulheres de biquininho), com um mutante ultra-poderoso e implacável que nenhuma tecnologia ou qualquer mente humana é capaz de vencer (o que, de novo, vai contra o que faz os capítulos do primeiro livro bem mais interessantes com as adversidades do espaço sendo superadas com engenhosidade).

E pode até ser alguma bobagem do próximo elo evolutivo e blá-blá-blá, mas isso é uma especulação que não funciona no sentido do que o material propõe - porque enquanto você precisa de ciência para desenvolver artefatos e equipamentos cada vez mais poderosos, você não precisa mais que um acidente genético para produzir um mutante capaz de controlar mentes e destruir montanhas com uma rajada óptica... Qual o ponto de um plano dessa forma?

Isso infelizmente prejudica inclusive a ideia final dos motivos e motivações da Segunda Fundação. Se eles existem para manter o plano Seldon, o que fizeram esse tempo todo em que o Mulo crescia e ascendia ao poder, estragando tão completamente as previsões e os planos?

Eu ainda acho que a série termina com um saldo positivo, em grande parte porque o primeiro livro é excelente (e talvez tudo que você precise), enquanto existe uma parte muito boa no segundo livro que traz o ataque do Império, e o terceiro livro termina com uma narrativa bem interessante da segunda fundação (e todo o pânico e conspirações sobre sua existência na população da primeira) que, se não fecha com chave de ouro, pelo menos não fecha com chave de bosta.

Ainda acho que, no frigir dos ovos, valha a pena. 

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