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27 de julho de 2025
24 de julho de 2025
{Resenhas Coloradas} O Chapolin das Resenhas!
Eu acabei assistindo a uma boa parte dos episódios da série da HBO "Sem Querer Querendo" sobre a história dos bastidores da criação de Chaves, Chapolin e outros tantos personagens de Roberto Bolaños... E enquanto é interessante - e muita coisa foge do que imaginamos sobre essas séries ou seus contextos históricos - eu confesso que não me vi particularmente empolgado, principalmente pelo quanto o material tenta forçar a barra com paralelos de inspiração que mostram Bolaños criando por acidente tudo e mais um pouco, geralmente com a influência direta ou não de alguém em sua família, deixando de lado uma série de elementos que me pareciam mais interessantes (como no livro de mesmo nome em que antes mesmo do nascimento, já existe todo um drama no casamento dos pais de Roberto além de um contexto histórico mais abrangente sobre o cenário do México nesse período).
Dito tudo isso, eu confesso que pela primeira vez em muito tempo eu tive real interesse em assistir ao material de Bolaños e dar uma chance real, afinal, eu sei que essa não é particularmente uma opinião popular mas eu não gosto do Chaves.
Tá, eu consegui escrever essa frase sem ser executado por uma turba de fãs violentos com tochas, então deixe eu elaborar um pouco mais: Não é que eu ache o Chaves particularmente ruim ou mal escrito sob nenhum contexto...
De maneira geral, o material é repetitivo e derivativo (com muitas piadas que são similares ou orquestradas dentro da mesma estrutura sucessivamente), e isso faz sentido pelo contexto histórico, quando não apenas o orçamento era curto mas toda a equipe tinha que produzir mais de um episódio de cada uma dessas séries por semana por um longo período de tempo.
Droga, quando você assiste em alguma sucessão inclusive repara que vários episódios tem o mesmo roteiro mas que foram filmados com atores diferentes ou em momentos diferentes - como quando um ator deixou o seriado ou tentaram trazer alguma outra atriz para ingressar ao elenco.
Com o Chapolin, porém, a coisa parece mais orgânica e funciona de maneira bem diferente. Ainda que alguns vilões se repitam (e nisso os cenários), muitas vezes as soluções e situações seguem rumos distintos. Chapolin tradicionalmente é um idiota bonachão bem intencionado e isso leva a resultados humorísticos bem mais interessantes que o pobre garoto órfão que vive faminto, inclusive porque o gafanhoto vermelho pode aparecer em qualquer lugar em qualquer época (quase como o Pernalonga ou Pica-Pau).
A diferença, claro, é que nem todas as piadas soam tão inócuas ou bem intencionadas pois foram feitas para os anos 1970, mas, bem, o material pelo menos é bem mais criativo e oferece algum potencial que é limitado pelo orçamento (limitado)... Ao ponto que eu genuinamente acho que, com um orçamento minimamente decente e um pouco mais de refinamento narrativo, o material seria realmente incrível.
Quer dizer, existe algo bastante genuíno no quase amadorismo que se monta pela falta de efeitos especiais decentes (ou figurino, ou cenário ou...), e talvez essa seja a real magia que faz a ideia toda funcionar, mas honestamente eu acho que falta muito pouco para ser algo no nível de Steve Gerber com o Pato Howard ou qualquer história humorística bem escrita envolvendo super heróis.
E isso é um paradoxo crucial para o charme do personagem. Sem esse amadorismo, e figurinos e cenários porcos, é bem provável que acabaria barrando em aspectos menos técnicos ao criar algo que pareceria, paradoxalmente, mais artificial pro ser menos genuíno... Sabe, como os Trapalhões, barrando na suspensão de descrença e efetivamente caindo no circense, algo que só funciona num contexto perfeitamente específico e descolado da realidade (e, que, hoje em dia funciona cada vez menos e menos).
Talvez o maior fascínio do Chapolin resida mesmo nesse paradoxo de como ele funciona encapsulado nesse contexto enquanto ainda consegue oferecer algo maior e mais complexo - e, ao meu ver, oferece algo mais dinâmico e inteligente que tudo dos outros trabalhos do Bolaño, por mais que os fãs babões me persigam e exijam uma retratação...
[Editado em 29/07] Para não gastar uma nova resenha com o seriado Chespirito - Sem Querer Querendo: Bem medíocre e vai chamar mais atenção pela polêmica dos atores que não cederam seus nomes e até mesmo semelhanças que estão reclamando que existe manipulação e incongruências contra eles... E, honestamente, eu não vou nem fingir que me importo.
Sim, a Dona Florinda e o Quico saem bem queimados na história toda, mas será que qualquer dos elementos lá demonstrados é mentiroso ou só os pinta de maneira menos favorável que eles gostariam...?
Se você é muuuuuito fã do Chaves, eu duvido que não vá gostar.
Mas se você é muuuuuito fã do Chaves, assista ao Chaves que você vai gostar mais [/fim da edição]
20 de julho de 2025
{Editorial} O problema da canalhice corporativ(ist)a
Com o "tarifaço" anunciado pelo TACO na semana passada, parece que esse é o único assunto que a mídia corporativa brasileira resolveu focar, além de, é claro, defender que o Caveira Laranja está certo, inequívoco e irrestritamente.
Cabe a William Wagner, KKKNN, Jovem Klan, Alexandre Von Garcia e tantos mais tentarem todo tipo de malabarismo para justificar que tudo isso é extremamente coerente e normal e que o Brasil foi escolhido pelo comportamento amoral promovido por nossa suprema corte na perseguição política a um valoroso... Droga eu nem consigo concluir isso sem vomitar.
Claro que eles ignoram que em 21 de maio o homem mais laranja do mundo tentou emboscar o presidente da África do Sul na Casa Branca (dizendo que existe um Appartheid reverso em curso na nação africana) pouco depois de fazer manobra similar contra a Ucrânia (em que o Garbage Pail Vance insistia que o Danilo Gentile dos balcãs não agradeceu suficiente a 'Múrica)... Isso sem contar ameaçar anexar a Groenlândia (território pertencente a uma nação da OTAN) ou mesmo agir de maneira desrespeitosa e chamar de Governador o primeiro ministro Canadense (indicando a incorporação do país)... Ou mesmo que o Japão (que já tinha negociado um acordo tarifário) foi sobretaxado também.
Pra canalhas oportunistas como o vice-líder do PL (ao lado de uma ex-ministra, diga-se de passagem) ou de Governadorzinho pé-de-chinelo que gosta de vermelho (quando é produzido na China e) com frases em inglês é oportunidade de tentar vender mais absurdos.
Curiosamente falta a lucidez de apontar que, bem, nada disso é normal e coerente.
Os Estados Unidos que criticam Moraes por não dar 'liberdade de expressão' ao vetar uma companhia que não quer seguir legislação brasileira para operar no território (brasileiro) ou ao Pix por servir de 'concorrência desleal', curiosamente querem nos fazer esquecer que pouco tempo atrás o novo amigão do velho amigão de Jeffrey Epstein estava passando por audiências no congresso por formação de monopólio, enquanto o agregado de estados quer impor que para o TikTok opere lá ele seja obrigado a vender seu controle e seja administrado por uma empresa ou conglomerado da 'Múrica... Sabe, concorrência leal.
Sabe, como aconteceu no começo dos anos 2000 (a notícia do link é de 2007, pra se ter uma ideia) quando o etanol brasileiro vinha ganhando tração e se tornando uma alternativa verde fantástica (e que poderia facilmente reverter a maré), mas que os EUA passaram décadas tentando boicotar de toda forma e limitar a expansão do etanol e biodiesel ou produzir uma alternativa própria (sem muito menos funcional ou eficiente que o nosso de cana-de-açúcar) até que uma empresa estadunidense lançou carros elétricos e aí o etanol é ruim e prejudicial e tudo o que mais. Sacou a 'concorrência leal', né? E isso é só um dos muitos casos ao longo de décadas e décadas.
Nada disso é normal e não adianta fingir ou tentar insistir que exista qualquer lógica ou coerência nisso tudo por questões de balança comercial ou argumentação para compensação por concorrência desleal.
Goste ou não, o Brasil está fazendo o certo ao levar a sério as múltiplas ameaças dos EUA (mesmo que correspondem a menos de 2% do volume de nosso PIB) enquanto foca em acordos bilaterais muito mais benéficos e vantajosos com China, União Europeia, com o próprio Mercosul e demais países do bloco dos BRICS, e enxergar com enorme ceticismo e desconfiança qualquer proposta ou negociação que a terra do tio Sam ofereça é mais do que prudente. Outros países já passaram por algo similar e foram pegos de calças curtas com revisões de acordos firmados, então não dá pra acreditar mesmo depois de documento assinado como ocorreu com o Irã que fez de tudo para um acordo de colaboração que foi rompido (e depois o país foi atacado sem a menor provocação - sabe, enquanto Israel promove um genocídio em Gaza).
O amigão de Jeffrey Epstein está tentando se ver livre da cadeia mais do que fazer algo pertinente ou coerente, por isso faz o que ele faz de melhor como o mafioso que é, e chacoalha o vespeiro para chamar atenção enquanto bate a carteira do pessoal com medo das vespas (em alguns casos literalmente como o amigo de peruca portenha dele também fez - sabe, enquanto eles não conseguem nem comprar pão na terra do Messi)... Sabe, 'drenar o pântano'?
Nada disso é normal e não dá para tratar como se fosse.
Trump é um criminoso condenado (além dos muitos crimes pelos quais não foi julgado) que foi eleito à base de diversas práticas criminosas e desleais (Musk estava literalmente comprando votos durante a campanha e na eleição anterior como nessa a interferência tanto das mídias sociais com o direcionamento de publicidade como da mídia tradicional para matar matérias prejudicias ao laranjão enquanto se esforçando categoricamente para minar toda e qualquer chance de reeleição para Biden ou mesmo de pintar Harris ou Hillary como uma candidata legítima), e não adianta fingir ou ignorar isso para legitimar suas alegações ridículas ou suas ações.
Por mais que tenhamos que temer que o velho maluco que não consegue limpar a própria bunda sozinha tenha acesso a códigos nucleares, não devemos tratar muito diferente do velho maluco que encontramos na praça ou na rua...
Só mude de direção e siga com a sua vida... E nesse caso nem perca tempo tentando expor alguma empatia porque se trata de um monstro que qualquer punição cármica é pouca (ainda que o fato que o filho que leva seu nome se pareça mais com o Epstein que com ele - e a filha que ele tanto elogia também não se pareça em nada com ele - sejam bons indicativos que o carma age de maneiras misteriosas).
Mas que é problemático que tenhamos que lidar com tanto papel e bits gastos para dar voz para gente tacanha como William Wagner dizendo que tá tudo certo isso aí e tem mais é que taxar essa pourra e dar anistia para o Bolsonaro, nos dá bem mais a dimensão de que o problema real é bem maior e mais complexo.
Quer dizer, é claro que o problema é o Superman Woke (que Ben Shapiro diz que Lex Luthor está certo enquanto algum jogador de voleibol falido vai tentar seguir a mesma linha) que a esquerda quer nos vender a todo custo... Você sabia disso quando eu comecei a escrever o texto, eu tenho total certeza!
Afinal, liberdade de expressão é defender que o nazismo foi bacana (como o Monark fez e tá tentando ressurgir do inferno como se nada tivesse acontecido) mas falar mal de empresário (FICCIONAL DE UM UNIVERSO DE QUADRINHOS DE SUPERHERÓIS EM QUE O CARA TENTA DOMINAR O MUNDO DESDE A DÉCADA DE 1940!)...? Porra, coisa de comunista!
Saca? Não tem como falar de outra forma porque é muita canalhice.
É olhar um negócio que claramente está errado mas defender enquanto algo que é inócuo ou está dentro da coerência e seu contexto tem que ser mais perseguido que o monstro nos filmes preto e branco de Frankenstein...
Esse é o mundo em que estamos vivendo, mas enquanto uma galera tenta normalizar e contextualizar o absurdo, nós que somos racionais temos que tomar cuidado para não acabarmos engolfados nisso tudo.
17 de julho de 2025
{Resenhas de Terramar} O Feiticeiro de Hogw... Digo, Quinta.
Acredito que ela tenha ótimas ideias e consiga explorar conceitos interessantes, porém eu não vejo um fluxo narrativo cadenciado que desenvolva essas ideias e conceitos, e, principalmente no que vejo nesse que é o primeiro livro do 'Ciclo Terramar', me parece uma construção deficiente de personagens de forma que fica difícil investir em seus sentimentos e decisões. Muitos dos capítulos me pareceram mais esboços que efetivamente finalizados e os eventos parecem uma rápida sucessão sem efetivo desenvolvimento (ou recompensa).
O livro narra a história de Ged/Gavião que é um garoto prodígio no caminho da magia e se vê a caminho de uma escola de mágica onde encontra um rival que constantemente o desafia enquanto é perseguido por um terrível mal que quer destruí-lo... E enquanto eu escrevo esse resumo eu entendo o quanto ele se parece com o primeiro livro da série Harry Potter...
Tem um capítulo em que o protagonista depois de deixar a escola de magia está cuidando de sua vida enquanto feiticeiro e resolve que deve confrontar um terrível dragão ancestral que vive em uma das ilhas sob seus cuidados para proteger a população insular. Esse dragão teve um número considerável de filhos, e, essa que facilmente seria uma ameaça para uma livro ou mesmo uma série de livros é resolvida em pouco mais de dois parágrafos. Em duas linhas o herói derrota quatro dos dragões (tá, filhotes mas não muda o fato que ele derrota vários dragões num intervalo de um parágrafo...) e em pouco mais de texto ele derrota o grande dragão ancestral, e esse evento mal funciona como nota de rodapé para uma série de outros fatos descritos no livro.
Só que a brevidade de um evento gigantesco como esse (que facilmente seria o clímax em outra história), não leva a maior desenvolvimento do personagem ou contextualização em seu mundo. Ele derrota o dragão e parte para enfrentar uma nova ameaça - e nem necessariamente uma ameaça maior ou mais interessante -, vida que segue.
Enquanto particularmente isso não seria ruim numa estrutura episódica e que é bastante comum, diga-se de passagem, com contos menores que podem ou não se intercalar e compor uma história maior, não é o que a autora tenta fazer aqui, porque isso faz parte da jornada do personagem... Só parece vazio mesmo.
A autora tenta contextualizar um mundo mágico maior e mais complexo enquanto não oferece maior detalhamento nos personagens, suas ameaças ou decisões... Temos o dragão (já mencionado) mas outras ameaças que aparecem e somem sem nenhum impacto direto ou repercussão em capítulos seguintes, temos personagens secundários que parecem importantes (como o mentor ou o melhor amigo - que inclusive a irmã mais nova dele é interesse romântico, e puta merda a J K Rowling chupou um monte disso pra Harrry Potter, né?) e mesmo as motivações individuais de Ged/Gavião que pouco ou nada são desenvolvidas ao longo do livro.
Quer dizer, ele demonstra emoções e racionaliza suas ações ao longo do texto, mas nunca parece alguém tridimensional e que efetivamente toma essas decisões além de por necessidade narrativa e não algo orgânico e compreensivo pela narrativa (eu poderia voltar à história do dragão e martelar de novo nesse ponto pelo fato até que o monstro ancestral oferece ajuda ao problema maior para Ged, mas, uma vez que a história exige que ele lute sozinho capítulos mais tarde, ele recusa qualquer auxílio).
E é aqui onde, com maior desenvolvimento dos personagens (e não apenas a racionalização de suas ações) que Harry Potter suplanta os problemas que Ged/Gavião possui. O mundo de Terramar parece frio e estéril, mais como um Atlas ou livro de História explicando o que o personagem e os eventos no lugar de oferecer uma construção narrativa que desenvolve esses eventos, pessoas e fatos.
Talvez o problema resida no fato que eu li Harry Potter e outros livros mais contemporâneos de ficção antes de ler o primeiro livro de Terramar? Até poderia aceitar essa premissa SE eu não tivesse lido material mais antigo como Phillip K Dick, Robert E Howard ou Octavia Butler e achasse o mesmo (ao mesmo tempo que lido material de John Scalzi e pensado em como ele continua a produzir livros sendo tão ruim)...
O problema aqui não é a contemporaneidade da fantasia contra um material mais antigo e talvez até datado, mas a diferença entre um estilo de uma autora que ainda que tenha grandes ideias não tentou desenvolvê-las de maneira orgânica e gradual e faz algo mais próximo de um relato documental (que até me lembraria algo que Tolkien faz no começo de O Senhor dos Anéis que até lembra um documentário de natureza sobre o Condado, mas, verdade seja dita mesmo que eu não goste tanto assim do autor, ele faz isso com bem mais estilo também - só que, e isso é importante, os personagens de Tolkien são bem desenvolvidos e construídos).
Eu comprei os demais livros da série e pretendo prestigiar o trabalho excelente da Morro Branco - em capa dura com arte de Charles Vess - e espero que melhore conforme os demais capítulos permitam que a autora desenvolva melhor seu argumento e personagens.
Vamos ver.
Por enquanto, vale mais pela curiosidade que qualquer coisa.
10 de julho de 2025
{É um passáro... Um Avião...} É uma Resenha de Quinta!
O filme é excelente, ou pelo menos é a minha impressão após ficar embasbacado com a habilidade de James Gunn de traduzir num personagem icônico e gigantesco como É o Superman a mesma insanidade que ele produziu com seus trabalhos anteriores (seja nos Guardiões da Galáxia ou na própria DC com Esquadrão Suicida, Pacificador e Comando das Criaturas), com uma intensa octanagem para construção de cenas e a busca por personagens obscuros e ridículos que servem incrivelmente para construir um mundo mais nítido e colorido em que estes personagens residem.
Alguns personagens são escolhas certeiras e, honestamente, não consigo imaginar como a Warner ignorou a Mulher Gavião e o Senhor Incrível por tanto tempo (mas aí eu lembro que é a Warner que ignorou a Mulher Maravilha e o Flash em iguais medidas, então...), e o cerne a formação de um universo DC mais abrangente realmente se dá aqui com louvores.
Não vejo com grande otimismo os resultados do filme (até porque seriam necessários os números de bilheteria da Barbie para que gerasse algum lucro pelo que eu ouvi), ainda que minha percepção em uma sala que não estava tão lotada para uma estréia - considerando se tratar de uma quarta feira e feriado no Estado de São Paulo - até porque, para todos os efeitos ontem foi a pré-estreia e a sessão legendada foi a única do dia (e, pelo que eu vi no cinema, a única da semana!).
MAS, ainda assim é necessária uma performance que filmes não vem fazendo há um bom tempo, principamente filmes de super herói, e, que eu não acho que a DC conseguiu chegar perto de bater MESMO com o Batman, então a bilheteria até pode ser uma "dc"epção no fim das contas, ainda que eu nem ache que isso seja relevante nessa etapa especificamente, e também não estou agindo preventivamente para dizer que o filme foi/será um fracasso porque a, b, ou z.
Espero, do fundo do meu coração, que seja o grande sucesso que a franquia precisa para se situar como algo mais interessante e não uma versão B da Marvel, e até para que de fato consigamos filmes de super-herói que sejam diferentes do que a Disney/Marvel produziram pelos últimos vinte anos e pretendem continuar fazendo por muitos mais.
Mas sobre o filme? Bem, é um reinício particularmente interessante para a franquia para apresentar tantos personagens e conceitos (principalmente alguns que já são bastante conhecidos mas, dessa vez tem um toque diferente) e meio que tudo isso de uma vez, James Gunn sabe muito bem fazer esse tipo de coisa e fazer isso bem.
Talvez algumas coisas não funcionem, e, eu honestamente não acho que tudo funciona perfeitamente, mas, existe o fato que o que não funciona aqui pode ser recontextualizado ou melhor trabalhado num filme seguinte, num seriado (como a segunda temporada do Pacificador que logo estará no ar) ou simplesmente não funcione (ou tenha funcionado) para mim.
Claro que são primeiras impressões e talvez em um ou dois meses, ainda mais com o seriado do Pacificador já lançado eu tenha uma opinião diferente. Hoje ainda empolgado, eu recomendo e espero que encontre o sucesso que o universo DC merece nos cinemas.
3 de julho de 2025
{Resenhas de Quinta} 20th Century Pet Shop Boys.
20th Century Boys foi publicado originalmente entre 1997 e 2006 e reverenciada bastante na época de sua publicação original como o 'Watchmen japonês', a série de Naoki Urasawa foi publicada em boa parte do mundo e é bastante renomada... E eu não tive vontade de ler até agora.
Quer dizer, verdade seja dita, a série foi publicada originalmente no Brasil pela Panini em 2012 (uma época que eu estava lendo muito pouco quadrinhos - e, fugia de mangás como o diabo foge da cruz), e depois disso nada. Nenhuma republicação, nenhum animê ou filme...
Eu lembro que via notícias no Omelete na época sobre a série (então você já deve ter entendido o motivo das comparações com Watchmen), e, nesses quase vinte anos da conclusão original do mangá, o material parece que foi sumindo e se perdendo.
Semana passada ou retrasada eu encontrei o volume 1 da nova republicação da Panini (agora em 2025 mesmo) na versão "Edição definitiva" e tudo o que eu falei nos parágrafos anteriores passou a fazer bem mais sentido.
Quer dizer, as comparações com Watchmen parecem bastante óbvias nesses primeiros capítulos (uma gigantesca conspiração global enquanto eventos se desfraldam em diferentes linhas do tempo, enquanto o assassinato de uma pessoa reune o restante de seus antigos conhecidos), enquanto algumas outras coisas menos óbvias vão dando sinal também (quer dizer, spoiler talvez, mas a identidade do pai da bebê Kanna não é uma surpresa pra ninguém, né?).
Mas nada disso é o que faz Watchmen uma obra interessante e relevante quarenta anos depois. Está no estilo narrativo (com os trechos no final dos capítulos que mudam para anexos, como trechos de livros, de revistas ou demais materiais) enquanto a narrativa abstrai para entre personagens terciários e uma história de ficção dentro da obra de ficção com os contos do Cargueiro Negro ainda mesclando elementos não lineares para a história. Isso com personagens complexos e bem desenvolvidos e uma história que tenta explorar a metalinguagem do universo de quadrinhos estadunidesnses de super-heróis em contraste com o mundo real.
20th Century Boys não faz nenhuma dessas coisas, só as batidas narrativas rasas mesmo.
Um dos pontos relevantes da história é a conspiração de uma seita macabra que parece surgir do nada e cativar cada vez mais fiéis, algo que é um ponto análogo com algo, infelizmente, bastante comum no Japão, e que permitiria a construção de metáforas e analogias mais complexas sobre este mundo e personagens.
Infelizmente não é o que vemos, com uma visão bastante rasa e até mesmo simplista sobre essas seitas e seu apelo (e, até mais que isso, sobre sua capacidade de influência).
Mais até que isso, a conspiração toda que se desfralda na história de Naoki parece boba em comparação (e, eu sei que li apenas o primeiro volume de 12, mas, sejamos honestos, uma seita de um líder espiritual chamado 'Amigo' que era um moleque esquisito e paranormal além de colega de classe de um pessoalzinho quase 30 anos atrás?).
Olha, os personagens são muito bem escritos e desenvolvidos e suas histórias pessoais e suas interações interpessoais são absolutamente fantásticas. Os trechos do passado enquanto as crianças tem planos são um deleite constantemente, e boa parte das cenas em que os amigos estão só curtindo ou fazendo alguma coisa comum (sabe, como cantar num karaokê ou, absurdo, trabalhar) são incriveis em sua simplicidade e talento e, com toda a certeza isso é mais do que motivo para ler ou recomendar.
Só que a história não engrena ou empolga como deveria. O mistério do 'Amigo' e sua seita (que se inspira numa brincadeira de crianças de 30 anos atrás...? Droga, o volume 1 da série termina com um assassinato e nem isso me deixou com vontade de ler a segunda edição (pra ser honesto eu tive que reler parte do material para concluir essa resenha).
Talvez o material encontre seu tom depois de um tempo, afinal são quase 250 capítulos (além de um epílogo com mais 16 intitulado 21st Century Boys), e eu mal li dez porcento disso, mas se eu disser que do que li me empolguei pelo resto, estaria mentindo.
Então isso me coloca na terrível condição de não desrecomendar... Quer dizer, tem seus momentos e coisas que são realmente boas, mas a história principal não anda o suficiente para formar algo interessante para empolgar (talvez um dos motivos pelos quais a série não foi republicada em quase dez anos pela Panini e pelo qual não tem nenhum animê ou filmes), indicando a falta de interesse em geral.
Se você achar numa promoção, tente pelo menos para ver se funciona para você.
30 de junho de 2025
{Resenha Lixo} Amizade
Um filme com Tim Robinson cheio de humor tipicamente saído de algum dos absurdos sketches de I Think you Should Leave...? Mas porque é uma bosta?
Bem... Porque no caso das sketches, por mais 'longas' que sejam, elas se prolongam até certo ponto e, fim. Um filme de uma hora e meia que segue como uma sketch de um material de Tim Robinson acaba perdendo o fôlego beeeem antes de chegar a qualquer coisa minimamente interessante, e, puta merda a reta final do filme é uma prova de resistência (droga, os quinze minutos finais pareceram quase uma hora e meia de novo).
Até tem algumas boas sacadas e Tim Robinson é sempre um deleite com seus trabalhos absurdos, mas esse filme precisava de pelo menos umas duas revisões no roteiro para funcionar.
Não sei se é um lixo, efetivamente, mas que merece a lista 'É, se você estiver em casa sem nada melhor para fazer e com um pacote de pipoca próximo de vencer, existem coisas piores para passar o tempo... Mas não muitas'.
26 de junho de 2025
{Resenhas de Quinta} Afundação 3, a fronteira final
Concluindo a trilogia (mais pela questão de complecionismo e preciosismo que por mera necessidade) chegamos ao final da trilogia da Fundação, com A Segunda Fundação, e, bem, enquanto melhor que o segundo, não está nem aos pés do primeiro.
Seria algo como um 5,5 depois do 4,0 anterior (com certteza uma melhora, mas você ainda não está muito bem na média, né?).
Em grande parte porque continua com a maldita saga do Mulo (e mesmo depois da morte do personagem ele continua como a maldita coisa mais importante narrativamente), mas consegue crescer além disso e contextualizar melhor as ideias de porque essa história toda do Tom Bombadil no espaço era tão importante.
Quer dizer, no geral, a ideia é de que Seldon criou uma Segunda Fundação onde estariam todos os seguidores da psico-história (que não se juntaram ao grupo maior em Terminus) e que trabalhariam ativamente na correção das equações dele (Seldon) para não apenas garantir que as 'previsões' deem certo mas para fazer com que o plano do declínio acelerado do império para o surgimento de um novo em um prazo de não mais que mil anos siga sem jogar o universo nas mãos da barbárie (sabe, fácil).
A Segunda Fundação é onde as pessoas conhecem as fórmulas e sabem do plano de Seldon enquanto na Primeira eles executam tudo isso às escuras (e, como vemos no primeiro livro, precisam improvisar bastante para garantir que as coisas funcionem).
É um conceito interessante considerando o material até aqui, e, honestamente, eu acho que é fascinante como ideia e complementa muito bem o material... Com exceção de um pequeno problema: Como diabos eles conseguiram avançados poderes mentais estudando psico-história?
Esse - que é igualmente o problema todo com o Mulo - resume a situação toda e os problemas dessa história a partir da segunda metade do segundo livro.
De ficção científica em que um grupo de cientistas enviados para um planeta no meio do nada com um plano profético (do qual eles pouco ou nada conhecem) para conseguirem algo virtualmente impossível com base apenas em ciência (e improviso), a série migra para algo que se assemelha mais com os X-men sem trajes coloridos, chavões e vilões idiotas (e, claro, mulheres de biquininho), com um mutante ultra-poderoso e implacável que nenhuma tecnologia ou qualquer mente humana é capaz de vencer (o que, de novo, vai contra o que faz os capítulos do primeiro livro bem mais interessantes com as adversidades do espaço sendo superadas com engenhosidade).
E pode até ser alguma bobagem do próximo elo evolutivo e blá-blá-blá, mas isso é uma especulação que não funciona no sentido do que o material propõe - porque enquanto você precisa de ciência para desenvolver artefatos e equipamentos cada vez mais poderosos, você não precisa mais que um acidente genético para produzir um mutante capaz de controlar mentes e destruir montanhas com uma rajada óptica... Qual o ponto de um plano dessa forma?
Isso infelizmente prejudica inclusive a ideia final dos motivos e motivações da Segunda Fundação. Se eles existem para manter o plano Seldon, o que fizeram esse tempo todo em que o Mulo crescia e ascendia ao poder, estragando tão completamente as previsões e os planos?
Eu ainda acho que a série termina com um saldo positivo, em grande parte porque o primeiro livro é excelente (e talvez tudo que você precise), enquanto existe uma parte muito boa no segundo livro que traz o ataque do Império, e o terceiro livro termina com uma narrativa bem interessante da segunda fundação (e todo o pânico e conspirações sobre sua existência na população da primeira) que, se não fecha com chave de ouro, pelo menos não fecha com chave de bosta.
Ainda acho que, no frigir dos ovos, valha a pena.
24 de junho de 2025
{A vida depois da Netflix} O que aconteceu com Rick e Morty?
Mas o que acontece, indiferente de análises rasas ou não, é que a série não é, nem de longe o gigante que já fora em seu começo e o grande motivo que fez o material minguar até quase desaparecer se dá em grande parte pelo fato que nada do que se sucedeu conseguiu manter o mesmo nível brilhante da primeira temporada, porque, e isso é importante, nada poderia jamais na história da humanidade conseguir manter o mesmo nível brilhante daquela primeira temporada.
Eu desafio qualquer pessoa a encontrar um episódio ruim da primeira temporada - ainda que, potencialmente, alguns pontos o sejam, como algumas das histórias secundárias de Jerry e Beth, e no final da temporada mesmo aquela boba trama envolvendo o Titanic, mas, honestamente, mesmo isso funciona no contexto da história maior para oferecer um contraste para a história A (com ficção científica absurda de Rick e Morty) com a história secundária B (dos dramas cotidianos de Jerry, Beth ou Summer).
Rick e Morty funciona na primeira temporada ao construir algo que é ao mesmo tempo uma brilhante paródia de ficção científica e terror enquanto brincando com clichês e noções de estruturas serializadas como narrativas. Tudo funciona perfeitamente bem, porque, verdade seja dita, não existia muita chance disso vingar ou mesmo que seria qualquer tipo de sucesso que eles investiram tudo na primeira temporada, e todos os episódios são estelares.
A segunda temporada começa muito bem, e tem vários episódios brilhantes, talvez quase na mesma qualidade da primeira temporada (talvez até melhores), mas aí termina de maneira bastante terrível estabelecendo o que viria a ser o grande problema da série nos anos seguintes em estabelecer mais e mais uma narrativa focada no universo da série e menos nas paródias de ficção científica e terror e mais no relacionamento de Rick com os personagens ao seu redor e que fazem parte de seu pequeno grupo de amigos (além de sua longa e complexa história envolvendo o multiverso e um conflito gigantesco com o governo).
O final da segunda temporada, ao meu ver, é ruim por um único aspecto (e nem é pelo final anticlimatico em que Rick perde) mas pelo fato que se revela que o chavão que o personagem usa constantemente e repete várias vezes por episódio tem conotações bem mais sombrias e sinistras (Wubba Lubba Dub Dub usado à exaustão em tom eufórico por Rick e que quer dizer "Estou com muita dor, por favor me ajude").
Eu até vi gente tentando defender que isso acrescenta alguma camada de complexidade ao personagem e à série (justamente tentando explicar que Rick estava mascarando a sua dor), mas honestamente é só ver qualquer uma das cenas em que ele diz seu chavão para identificar que não existe algo mais complexo, e, bem, nem na série... Ela faz ótimas paródias e trabalha bem com os conceitos extrapolando para conclusões hilárias, mas não é o desenvolvimento de personagens que funciona ou fez a série se destacar...
No entanto foi no desenvolvimento de personagens que a série seguiu e insistiu - porque é mais difícil construir boas paródias e buscar material mais e mais obscuro para produzir uma história interessante, coerente e relevante 10 vezes por temporada, sem se repetir, reutilizar conceitos ou mesmo personagens...
Droga, é lógico que abordar Rick fazendo terapia é mais fácil (já fizeram uns três ou quatro desses) que criar o novo Mr Meeseeks ou Poopybutthole ou alguma paródia inteligente e interessante que subverta espectativas (sabe, como aquela em que Morty escolhe a aventura se vê diante do Rei Gominha? Ou quando uma "poção" mágica destroi o mundo?). O mesmo para o conselho dos Ricks e o Morty du mal ou qualquer outra estrutura narrativa que permita continuidade e o retorno de conceitos e personagens de maneira serializada (algo que, a primeira temporada não faz em momento algum - ainda que a segunda faça com a repetição da tv a cabo intergalática).
E, não vou fingir que a série piora drasticamente em qualquer ponto nos anos seguintes, com a lógica e clara exceção da sétima temporada (que honestamente tem a saída do co-criador da série após várias denúncias sobre seu comportamento, digamos no mínimo inapropriado), ainda que a sexta temporada seja não apenas fraca, mas ruim mesmo com um ou outro episódio mais interessante.
O problema, no geral, é o excesso de exposição da franquia e o quanto a Warner/Discovery tenta espremer do material - com um Animê horroroso, a série do clone dos Vingadores, e vários curtas e aparições especiais quanto possível - e a tendência mais normal disso é, bem, não tem como manter a qualidade dessa forma, não é mesmo? Nem só isso, é verdade, uma vez que Roiland que fazia as principais vozes na série e era um ponta importante do processo criativo, e seu talento também se diluía para outros projetos (como Solar Opposites ou High on Life), enquanto, bem, Dan Harmon não fica muito atrás com Krapopolis, Planeta Estranho e o remake (ruim) de Mystery Science Theater 3000...
Nem isso, verdade seja dita pois mesmo atores como Sarah Chake e Chris Parnell da série também estão mais requisitados - e aparecendo menos
E, honestamente, com tanto material se expandindo, parece que os principais nomes envolvidos no material foram perdendo o interesse - e até por isso desde 2013 quando começou a primeira temporada, ou seja, doze anos atrás, só tivemos 8 temporadas do material.
{Editado 28/06) E existe o fato, como acontece com o outras tantas séries, que existem fatores além de sua própria capacidade e que acontecem completamente alheios e aleatoriamente independentes de qualquer coisa que poderiam antecipar.
Como o surgimento de uma série como BoJack Horseman que faz o exato oposto com enorme desenvolvimento de personagens em um mundo análogo (ainda que mais colorido) ao nosso. Ou a pandemia de Covid que é um evento bastante particular e traumático na história recente e, bem, os criadores não foram capazes de abordar até agora de maneira interessante.
Não que tivessem que fazer isso para começo de conversa, é verdade, mas as omissões acabam sendo destacadas bastante nesses casos[/fim da edição]
Curiosamente é um caso em que o sucesso prejudicou o material mais que qualquer outra coisa, abrindo portas para que seus criadores e atores almejassem outros ares (e, inevitavelmente, novos contratos), conforme uma das principais mentes criativas do processo se afasta justamente por sua personalidade e comportamento tóxicos, e, 8 temporadas em 12 anos resultam num material que foi definhando e sumindo da popsfera conforme outros projetos foram surgindo (mesmo que eu não veja nada - nem mesmo Smiling Friends que tanta gente baba ovo - como um quilômetro perto da criatividade da primeira temporada).
19 de junho de 2025
{Resenhas Contagiantes} Yu Yu Hakusho - Yoshihiro Togashi
Depois de ler tanto Yu Yu Hakusho quanto Dragon Ball (e no caso dos dois eu li os finais somente depois de assistir às animações integralmente), eu confesso que tenho maior carinho pela primeira.
Dragon Ball é um material fascinante e algo que todo mundo que gosta de narrativa deveria ler, com sua estrutura que progride gradualmente ainda que de maneira lógica, agregando novos e maiores desafios a cada capítulo, ao mesmo passo que apresenta novos personagens (e, em alguns casos, todo um elenco novo para a condução do novo arco), sem perder foco, sempre mantendo um tom leve e descontraído.
No entanto, os personagens de Dragon Ball são em sua maioria vazios ou unidimensionais, sem muito espaço para uma caracterização maior e mais detalhada (inclusive com alguns personagens que simplesmente somente no cenário como covardes ou patéticos - como Chaos ou Yamcha).
E esse é o aspecto que diferencia as duas séries, principalmente. Yu Yu Hakusho desenvolve seus personagens com maior destaque, e lhes dá mais espaço para crescer, inclusive vilões e personagens secundários. Na verdade, os vilões são muito melhor desenvolvidos e trabalhados (ainda que existam aqui e ali os vilões genéricos que tem motivações bobas como dinheiro, mulheres, iates, mulheres...), enquanto os protagonistas tem toda uma vida além das lutas.
A mãe de Kurama se casa em um dos volumes mais tardios, enquanto Kuwabara que era o valentão desmiolado termina a série fazendo faculdade e, droga, quase um adulto responsável.
Mais até que isso, a série começa num ritmo bem diferente - mais parecida com o caso da semana de algum material detetivesco em que Yusuke enfrenta alguma ameaça sobrenatural qualquer - até que torneios e antagonistas em lutas que definem todo o futuro da humanidade (sabe, como Dragon Ball).
Curiosamente, o começo da série me fez lembrar mais de Dan Da Dan com ameaças que tem um tom bem mais coerente e humana, afinal os fantasmas são em sua maioria humanos que não fizeram a transição para outro plano de existência.
E, ainda que seja uma extrapolação de minha parte, eu acho que esse é o rumo que o criador queria para a série, e é inclusive um dos motivos pelos quais o final abandona um novo torneio gigantesco que mudaria tudo para que o protagonista Yusuke cresça e deixe de lado a vida de lutador (montando uma barraquinha de miojo enquanto soluciona casos sobrenaturais esporadicamente).
Formando um final melancólico em partes pelo potencial que se perde, mas em grande parte pelo que representa numa mudança rumo a vida adulta, abandonando fantasias e aspirações infantis e tolas para seguir com a vida com um sorriso contagiante, e talvez nada mais.