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12 de dezembro de 2024

{Resenhas relâmpago edição 2024} Coisas que eu não acho que merecem uma resenha inteira (mas que me despertaram interesse)

Fallout (é, eu não falei dessa, eu falei do filme Borderlands comentando por cima de Fallout) Boa série, funciona tanto para quem não conhece como quem é aficionado pela série de videogames, mas eu honestamente acho que a Amazon planejou mal a divulgação do material e muita gente nem lembra que ele saiu esse ano.

A estrutura de múltiplos protagonistas ajuda a facilitar o acesso da maluquice que é o universo do jogo para o espectador, além de oferecer as diferentes facetas de moralidade dos jogos, mas, eu honestamente acho que uma estrutura mais episódica (com o desafio da semana que o sobrevivente dos abrigos nucleares passa a descobrir ao mesmo tempo que os espectadores).

Falando de uma série que ninguém lembra que saiu esse ano Like a Dragon: Yakuza. Essa é piorzinha e eu acho que é difícil empolgar por uma série de motivos (atores fraquinhos e personagens que levam muito tempo para se apresentarem propriamente, além de um roteiro que só engata a segunda marcha depois de uns três ou quatro episódios), mas é um material que dá um bom caldo e eu preferia bem mais uma segunda temporada bem trabalhada que, bem, mais uma temporada de The Boys ou Os Anéis do Poder.

Black Doves é uma série que eu queria gostar muito. Keira Knightley (que eu descobri recentemente que tem a mesma idade que eu) e Ben "Paddington" Whishaw em uma série de espionagem com possivelmente o melhor diálogo que eu vi não só nesse ano e uma boa dose de cenas de ação. Porque não empolga então? Bem, o roteiro e a direção que não parecem trabalhar de maneira coesa para fazer o restante funcionar... Fica perdendo tempo com flashbacks ou cenas bobas e pouco interessantes que não ajudam ou contextualizam nada de relevante, perdendo totalmente o momento e o interesse do público.

Eu ainda acho que vale a pena ver o material, mas eu gosto da Keira Knightley e do Ben Whishaw, e de fato o diálogo é muito bom... Mas não vale uma efusiva recomendação não. Talvez quando você estiver de ressaca fugindo dos parentes no Natal ou Ano Novo...

O Dublê - melhor filme de ação (só de ação?) do ano, fácil. Tá, o roteiro tem váaaaaaaaaaaaarios problemas e clichês (com uma conclusão incrivelmente estúpida), mas existe algum filme de ação que não entre nessa categoria (Eu nem vou entrar no argumento sobre Duro de Matar com um cofre cheio de ações ao portador num prédio ainda em construção)? Assista pela ação, pelo carisma de Ryan Gosling e ignore o roteiro o quanto puder...

Dan Da Dan é facilmente a animação que mais me surpreendeu em 2024 de longe. O roteiro é insano e rápido (em 20 minutos de cada episódio parece que acontece mais que em 3 horas e meio de muitos filmes), e geralmente as mudanças são imprevisíveis, malucas, hilárias e impressionantes. Existem lá seus problemas (afinal é um romancezinho - meio pervo - para adolescentes com ares de Arquivo X), mas eu realmente fico positivamente supreso com os rumos que o material vai a cada episódio.

No espectro de surpresamente confuso, Comando das Criaturas é uma série que eu não sei o que pensar ou esperar. Quer dizer, olhando num vácuo, é bem divertido como quase tudo que James Gunn fez para a DC desde O Esquadrão Suicida, combinando construção de personagens, estrutura narrativa com piadas bem escritas e bem planejadas.

No entanto, bem, qual é o ponto dessa animação no contexto maior do Universo DC que James Gunn vem construindo? Quer dizer, ele continua a história de O Esquadrão Suicida e Pacificador (que fazem parte no contexto maior do Snyderverso), enquanto trilham um caminho para um novo Superman que veremos no filme de 2025... E mais que isso, num contexto maior, existe o problema que esse roteiro é incrivelmente parecido com o daquela animação ruim do Esquadrão Suicida (grupo black-ops que invade um reino fictício para combater uma força invasora - comandada por um vilão renegado) DESSE MESMO ANO!

Tá, é muitas vezes melhor que a animação em que o Coringa dirige um carro tocando teclado (eu nem sei o que dizer disso além do quão estúpido e ridículo a coisa toda é), mas, é perigosamente próximo para preocupar.

Aguardo os próximos capítulos (que incluem o filme do Superman) para dizer mais, e espero que minhas preocupações sejam infundadas...

29 de agosto de 2024

{Derrapadas de Quinta} A 35ª temporada de os Simpsons e a 12ª de Futurama

Futurama é um dos mais bizarros zumbis da história da televisão. Iniciando sua jornada em 1999 com o bug do milênio se aproximando e cancelado duas vezes na sua primeira encarnação o material foi ressuscitado após uma leva de filmes (que viraram a sexta temporada), que levou ao reinício da série pelo Comedy Central com as temporadas 7 a 10 e novo cancelamento em 2013 para efetivamente a Disney ressuscitar o material novamente agora para o Disney+ com quatro temporadas já previstas desde o começo.

E esse reinício é uma bosta. A temporada 11 foi fraquíssima e até o presente momento com a 12ª temporada não mostrou a que veio, com um material que não consegue acertar o tom ao mesmo passo que se perde na ideia das histórias que tenta construir, que não funcionam ao lidar com temas de ficção científica (como o episódio horrível inspirado em Duna) ou tecnologia (como o episódio horrível sobre NFTs) ou mesmo onde a série sempre surpreendeu e prosperou no desenvolvimento de personagens e aspectos pessoais (e de novo um episódio horrível em que Fry revive um aniversário 'traumático' que é inspirado em Round 6).

A série perdeu sua personalidade única que claramente movia os personagens e suas histórias. Fry, Bender, Leela e os demais personagens não se parecem mais com eles mesmos e são apenas estruturas para mover a história conforme o episódio (da semana) pede, mais ou menos como a 35ª temporada de Os Simpsons!

Meu Deus... Eu tenho sérias dúvidas se a temporada 35 é uma séria concorrente para o posto de pior temporada da série! O primeiro episódio da temporada é praticamente inassistível (zero piadas, roteiro sem a menor graça e só vai piorando conforme progride), dali a pouco vem o obrigatório episódio ruim envolvendo o Sr Burns (e é pior do que você espera com o resumo 'Uma desistente de universidade que se tornou CEO encanta o sr Burns') e temos um episódio de dia das bruxas tão ruim que eu seriamente não conseguia imaginar algo nesse nível (acho que o último tão ruim é o da 20 ou 22 temporada) e continua com episódios ruins e terríveis (como da Lisa com karts). Se dois episódios ao todo se salvam ao todo eu acho que é muito!

Uma coisa que eu notei no que formou o que eu acho, inclusive, alguns dos piores episódios que eu assisti da série - e se não o são, de fato, se só me incomodou tanto (algo que aconteceu várias vezes nessa temporada que eu genuinamente não consegui assistir até o final alguns dos episódios) - é uma estrutura de repetição de ideias, só que pioradas.

Por exemplo, o primeiro episódio tem Homer assumindo um emprego sem importância e em pouco tempo transforma a situação e status do trabalho transformando em sua milícia particular/máfia. Eu já vi isso bem melhor antes (e nem tão melhor também). Mas ao invés do grupo de viligantes da rua ou de bombeiros voluntários, agora ele assume uma profissão voluntária inútil (que salvo engano só existe na 'Múrica) para ajudar a atravessar a rua, então totalmente diferente!

Aí você tem o episódio em que a Lisa tem algum tipo de transtorno psicológico (e isso é totalmente inédito por si só) que precisa ser resolvido através de alguma terapia radicalmente alternativa, sabe, como pilotar karts (e enquanto o episódio com Bart se tornando baterista para lidar com seus problemas psicológicos não é um episódio da Lisa, bem, não muda muito que é mesma estrutura narrativa).

E principalmente não ajuda que tanto os Simpsons como Futurama (que são da mesma Fox/Disney, do mesmo Matt Groening, com estilos artísticos e comédicos bastante parecidos e [com]partilham uma boa parte da equipe de roteiristas) produzem no mesmo ano/na mesma temporada um episódio que fala sobre NFT, com piadas bastante similares, e ambos incrivelmente ruins.

11 de maio de 2023

{Resenhas de Burgers} Bob's Quintas

Se existe uma série de animação que realmente merece mais destaque é com toda a certeza Bob's Burgers.

Quer dizer, existem muitas animações por aí e as duas últimas décadas viram cada vez mais delas surgindo e ganhando notoriedade. Desde coisas bem experimentais do Adult Swim como Aqua Teen: O Esquadrão Força Total ou Space Ghost de Costa a Costa, até material bem mais adulto e firmando/brilhando na construção de narrativas complexas como Bojack Horseman da Netflix, a um ponto em que realmente é difícil se manter atualizado de tudo que existe por aí. (isso sem falar de Anime, que aí meu amigo, a lista provavelmente triplique de tamanho).

Mas Bob's Burguers apesar de seu começo mais cheio de arestas e ainda tentando achar a própria voz e conteúdo, tem algo que muitas vezes parece não se ver, que é coração. Bob, o pai da família e protagonista que tenta manter seu negócio funcionando apesar de todas as dificuldades é uma grande prova disso, mas todo o restante de sua família, assim como vários dos personagens recorrentes, retratam um otimismo tão contagiante, tão genuíno que é quase impossível não se envolver.

Todos os personagens tem seus pontos irritantes, mas existe um enorme charme em suas personalidades e o quanto o grupo se complementa. O trio de filhos com a caçula, a caótica Louise, o extrovertido Gene (que como todo filho do meio tenta chamar a atenção a todo custo) e a introvertida mais velha Tina (obcecada por garotos - e cavalos) chama a atenção para meter Bob e Linda em confusões, mas, os amigos e vizinhos também colaboram com isso.

Seja o faz tudo Teddy, o vizinho dono de uma funerária, Mort ou a cunhada (irmã de Linda) Gail... Existe esmero nos detalhes - os trocadalhos desde a abertura (em que todo episódio apresenta tanto uma nova loja vizinha à esquerda da lanchonete e um dedetizador - ambos com trocadilhos que aparecem apenas por uma fração de segundos) passando pelo especial do dia no interior do restaurante (de novo, um trocadilho simples mas que facilmente se perde).

Eu adoraria jogar um ou outro spoiler para comentar sobre as desventuras do seriado (e o tipo de maluquice para se esperar), mas eu realmente acho que vale mais a pena descobrir conforme se assiste.

No entanto, como aquele aperitivo, aquela pequena amostra, eu acho que cabe muito comentar ao menos a sinopse do episódio 18 da terceira temporada, It Snakes a Village (um trocadilho como 'É necessário uma Vila', utilizando cobra no lugar de necessário). O episódio coloca a família indo para a Flórida visitar os pais de Linda enquanto o restaurante é dedetizado, onde eles descobrem que o condomínio é um pouco diferente do que imaginavam (sim, os idosos praticam swing, para os constantes risos de Bob ao saber onde seus sogros foram parar).

Vale muito a pena.


PS: Sabe uma coisa que eu percebi com muita clareza nessas últimas semanas? O quanto é muito mais difícil fazer um texto elogioso que crítico. E não pela bobageira coach de que somos programados a ser pessimistas ou algo nas mesmas linhas, mas porque genuinamente é difícil ressaltar as virtudes de um material que gostamos sem entrar no que de fato gostamos (ou seja, revelar segredos que em determinados pontos são cruciais para a trama), enquanto quando não gostamos/desprezamos um material, droga, é fácil descer a lenha (inclusive sem qualquer preocupação em expor algum detalhe crucial, porque genuinamente não queremos que as pessoas percam o tempo com isso).

Só que eu acho que tem um outro ponto importante também - seja quando elogiamos algo menos notório ou criticamos algo contra a corrente comum - ficamos de certa forma mais vulneráveis pois é mais fácil esmiuçar nossas opiniões, inclusive quando ela vai de encontro com o senso comum. Aquele negócio de todo mundo odiar um negócio que a gente gosta (sabe, como foi com o último Matrix) ou o contrário (criticando o Deadpool).

10 de outubro de 2019

{Resenhas de Quinta} Quem Desencanta seus males espanta - Segunda temporada {Netflix)

Nota: 4,0/10 (Fraco)

Eu gostei da primeira temporada, e, particularmente acreditava que o material tinha promessa e poderia render um caldo se corrigisse algumas das falhas e problemas acompanhando o material (o excessivo número de mortes em uma comédia para citar um dos exemplos), mas a segunda temporada conseguiu mostrar que eu estava errado ou que os produtores do material não enxergavam isso como um problema... E que bom mesmo seria repetir a primeira temporada com piadas bem parecidas e histórias praticamente idênticas em tom.

A segunda temporada de (Des)Encanto apresenta toda uma nova gama de problemas que são de longe muito piores que os da primeira temporada, e, mais que isso, tornam o material incrivelmente sem graça. Existe potencial para algo interessante, é verdade, mas a grande maioria dos cenários são pouco inspirados/inventivos, pouco explorados ou, efetivamente, interessantes.

O final da primeira temporada (pode ser spoiler pra quem não viu, mas...) termina com toda a população do reino dos Sonhos transformado em pedra enquanto o personagem Elfo faleceu. Terminou de maneira bem densa e propondo algo bem diferente para a temporada seguinte, com um conflito mais aberto entre Bean, sua mãe (e seus interesses) e o reino dos Sonhos (e o pai da garota).

Mal passa um episódio e Bean encontra Luci com quem conspira para ressuscitar, que após uma breve passagem pelo inferno (já no segundo episódio) faz com que em breve todo o povo da terra dos Sonhos deixe de ser pedra e o trio volte a suas armações e desventuras exatamente como na primeira temporada... Só que isso não é merecido.

Esse retorno ao status quo tão rápido, e, nada parece bem construído e interessante. PELO CONTRÁRIO. O retorno de Elfo é forçado e em momento algum de toda a temporada para se justificar - o personagem acrescenta exatamente nada na temporada ao ponto de não produzir uma única piada digna de nota.
Mas não como se as piadas dessa temporada de fato valessem por alguma coisa.
Mesmo os demais episódios pouco ou nada se diferenciam daqueles da primeira temporada (sabe, antes daquele final desolador em que um monte de gente foi transformado em pedra e o Elfo morreu?), ao que fica difícil entender pra que propor uma mudança tão grandiosa se ela não significaria nada?

Na primeira ainda tem um bocado de coisa que se salva, aqui, bem, nem tanto. Muito lugar comum, muitas repetições da temporada anterior e pouco material digno de qualquer nota.
Mesmo o final que deveria ser um gancho para deixar aos espectadores coçando a cabeça pelos próximos meses até o anúncio de uma próxima temporada consegue minimamente atiçar a curiosidade... Pra mim, na verdade, o grande problema residiu em sair essa nova temporada justo quando eu comprei os dois primeiros volumes de Bone da Todavia, e, fica bem evidente o quanto Matt Groening se 'inspirou' no material de Jeff Smith...

Isso inclusive é o que mais torna o material de Groening pouco interessante/intrigante. Fica claro que é mais uma sitcom com personagens a continuar indefinitivamente na história mesmo depois de seus propósitos ou tramas se concluírem para um ciclo perpétuo de repetição até o cancelamento.
Claro que isso funcionou para Futurama, mas não significa que funcione sempre (até porque o gênio de David X Cohen e a ficção científica não funcionam em um mundo de fantasia e magia como o de Desencanto), e os Simpsons de Groening são prova disso há mais de uma década...

25 de julho de 2019

{Resenhas de Quinta} Paneleiros do Zodíaco (Netflix 2019)

Nota: 3,5/10
Eu tinha quase dez anos quando a extinta TV Manchete começou a exibir os Cavaleiros do Zodíaco no Brasil, e, acredito que foi o primeiro animê que eu de fato assisti com alguma regularidade (digo alguma regularidade mais pelas inúmeras falhas e repetições da própria Manchete em manter um horário regular e exibir os episódios em ordem).

Sei que assisti a quase toda a fase do Santuário (que vai até o final do confronto das doze casas do Zodíaco e que é essencialmente o que define a série) e me lembro de assistir os episódios posteriores dos cavaleiros nórdicos e de Poseidon sem me lembrar particularmente de muita coisa. Sei também que uma das coisas que mais me chamou a atenção à animação quando ainda criança foi a enorme dose de violência e ação.

Logo no primeiro episódio o herói do desenho Seiya corta a orelha de um adversário e alguns episódios depois mata (ainda que depois ressuscite) o adversário que viria a se tornar amigo Shiryu de Dragão. Eu não estava nem de longe acostumado ou preparado para algo desse tipo, e acredito que é exatamente o que me chamou a atenção e me prendeu.

Estava acostumado a desenhos como Scooby Doo ou seriados tolos e parvos (que eu podia e conseguia assistir enquanto criança) e ver esse tipo de combate e violência - assim como a mudança de dinâmicas e expectativas (vilões que viram aliados logo nos primeiros episódios, e mesmo as longas tramas que se estendiam por vários e vários episódios construindo uma única e singular história (de novo ao menos até o final da história do Santuário que dá 73 episódios). Ainda que eu não me lembre com grande fidelidade dos detalhes ou ao contrário de vários colegas de mesma idade não tenha me dado ao trabalho de posteriormente ler o mangá que inspirou o seriado (e, que vários de meus colegas de mesma idade alegam ser bem superior) o desenho guarda um lugar especial em meu coração e eu confesso que gostaria bastante de assisti-lo novamente em alguma ocasião...

O que me pareceu exatamente o caso quando a Netflix anunciou uma produção para estrear agora em julho de 2019 e, em misto de nostalgia e de animação pensei "Porque não?".
Com o primeiro episódio já ficou claro que não seguiria a rota do Rei Leão em fazer um remake cena a cena, afinal a história começa em outra perspectiva e acrescenta personagens que não estão na série original (o novo vilão Vander Guraad e seu exército). Talvez estejam no mangá, mas duvido bastante porque fica visível o quanto ele destoa do restante da história...

Sei que a nostalgia pode blindar muitas vezes os olhos do espectador - e não quero fingir que tenho memória fotográfica de cada momento do seriado ainda que tenha muitas lembranças da animação sim - e também sei que muitas vezes animações japonesas antigas tendem a envelhecer BEM mal... Tipo Dragon Ball em níveis de envelhecer mal (sabe, com toda aquela enorme quantidade de coisas estranhas envolvendo a Bulma levantando o vestido para conseguir uma das esferas...). E, bem, a minha nostalgia tem o senso de auto-crítica para o entender que o começo da série dos Cavaleiros do Zodíaco é bem ridícula.

A Guerra Galática, se você levar em consideração, é o ponto mais perturbador da série original, que reside na ideia de jogar garotos órfãos em lugares inóspitos para se submeterem a abusos físicos e mentais - e vamos esperar que somente estes - para obterem armaduras poderosas num projeto/ideia de um ricaço excêntrico para depois se enfrentarem até quase a morte (como vemos no confronto entre Pégaso e Dragão) em um torneio somente com milhões de espectadores somente para o vencedor ganhar uma OUTRA armadura poderosa...

Isso nunca fez muito sentido com o restante da história da série pra mim, ainda que funcione muito bem como apresentação dos personagens, colocando-os para se enfrentar podemos ver seus poderes em ação e os limites desses poderes, assim como apresentar motivações e contextualizações de cada um deles...
E depois tem os cavaleiros negros que são exatamente os mesmos cavaleiros com armaduras escuras (que ainda é mais idiota, é verdade, mas também serve para mostrar o que aconteceria com os heróis da série se seguissem caminhos opostos na vida)!

Achei legal que trouxeram o máximo do elenco original das vozes brasileiras (o que é sempre um bônus), ainda que não use a ótima trilha sonora (que me dá arrepios na espinha de ouvir ainda hoje).

Não tenho nenhum problema com Shun sendo uma garota na versão da Netflix (não é por isso que o seriado recebe uma nota baixa) ainda que a voz da personagem me soe esquisita... Acho na verdade que faz sentido - e de todos os personagens da série, Shun é a que faz mais sentido como uma mulher - só a voz usada me pareceu confusa de entender esse recado.

Dito isso, enquanto remake (que segue bastante do mesmo tom, com o traço da animação bastante fidedigno com a animação de 1986), vai mudando bastante coisa aqui e ali para atualizar aos dias de hoje. Não acho isso particularmente ruim, só acho que não é bem feito.
Bem no primeiro episódio, em que Seiya impede um assalto, temos uma cena que ilustra bem isso que estou dizendo. Logo após o assalto, Seiya começa a tomar uma sova dos criminosos e um deles resolve sacar um celular para gravar a cena... Sabe porque todo millenial (mesmo os criminosos) tem que gravar todo momento de seus dias para compartilhar nas redes sociais!



O remake começa parecendo que vai seguir uma rota levemente diferente que chegue no mesmo resultado mas não tarda muito e volta ao mesmo caminho com os mesmos problemas, só que agora mais confusos.
E digo confuso pela velocidade (ou mais que isso a 'pressa') com que o seriado parte do garoto de doze anos que perambulava pelas ruas de Tóquio (e foi espancado) para o garoto de dezoito anos conquistando a armadura de Pégaso... O que, claro, a caixa da armadura se torna numa plaqueta militar ao toque (óbvio)...
Nisso parece bem com o material original - a batalha com Cassius (só que sem sangue) a fuga da Grécia para chegar no torneio galático (só que numa versão mais pobre e sem graça das ótimas batalhas da animação antiga)...

Mais que isso, fica uma impressão de que mesma a equipe criativa teve que apressar o trabalho, uma vez que foram anunciados doze episódios originalmente mas a série lançou no serviço de streaming com apenas 6... Sei lá, não me passa uma imagem de confiança no taco do material por parte do serviço de streaming. Parece mais o contrário - que estão testando a temperatura da água para ver as reações e se vale a pena continuar investindo.

Particularmente, eu acho uma pena.
O material é fraco, sim, por várias das alterações que foram feitas reduzindo o tom da animação original (de novo, mais violenta e com mais sangue - mas não só isso) para uma animação mais morna e desinteressante com um vilão principal que não faz sentido no contexto da série tampouco oferece alguma ameaça contundente (o que ele poderia para fazer algo interessante, já que é um homem de ciência combatendo estes garotos de armaduras mitológicas)...
Quer dizer, até tem algo menos idiota para os Cavaleiros Negros (que no original são versões idênticas dos cavaleiros, com as mesmas armaduras e poderes), mas não é tão menos idiota...

Ainda quero ver se crio coragem de rever o animê original (e, quem sabe a Netflix não passa a exibir, hein? Olha Netflix nunca te pedi nada...), mas esse aqui não vejo muitos motivos para continuar a ver quando ou se novos episódios vierem.

3 de março de 2019

{Re-resenhas} Homem Aranha No Aranhaverso

Ok, agora pela última vez.

Não vou mentir, minha resenha original para o filme é bem fraquinha, e acho que cabe, ainda mais após o Oscar (bastante óbvio considerando as demais opções) analisar o material de maneira mais abrangente. Primeiro, admito que não quis falar muito do filme porque seria estragar detalhes importantes (que vão de mencionar as vozes de Chris Pine, Nicholas Cage ou Oscar Isaac no time de dubladores - ainda mais que Isaac só empresa sua voz na hilária cena pós-créditos), mas depois porque eu acho que cairia numa miríade de problemas em comparar o filme para estabelecê-lo.

E isso é bem difícil.

Em termos de animação é algo único. Imaginativo, capaz de fundir estilos diferentes para combiná-los de maneira brilhante e inteligente, seja pelos diversos 'universos' que se fundem, como o cartunesco Porco Aranha ou a Penny Parker que vem de um universo de anime ou nas questões mais singelas da animação mesmo, ao construir seu próprio universo estilizado (que lembra bastante um universo de quadrinhos, é claro, mas que tem suas próprias texturas). É algo que se faz necessário ver para entender/crer e bem diferente de tudo que já foi criado até hoje.

Talvez eu não concorde com todas as escolhas, é claro, principalmente no design de personagens (o Duende Verde principalmente ficou ridículo, mas meu maior problema é de fato o Rei do Crime - até parece alguma versão caricata de um quadrinho do Bill Sienkiewicz), mas o conjunto da obra é suficientemente interessante para compensar por esses excessos/absurdos.

E o tom narrativo combina muito bem exatamente com esse deleite visual construído para o material.
O Homem Aranha é um símbolo de esperança (mesmo que algumas de suas facetas não mais estejam nesse ponto de suas vidas como o Homem Aranha noir ou o Peter Parker que sofreu com um terrível divórcio da Mary Jane), e mesmo que a trama seja bem similar de, bem, quase todo filme de herói já feito (afinal segue o monomito de Campbell bem ao pé da letra) e lembrar bastante a história do Lego Batman com a inversão dos personagens de outras dimensões (que na animação do Batman eram os vilões e aqui são os heróis), eu acredito que o roteiro de Homem Aranha no Aranhaverso consiga se sustentar por si próprio e crescer onde outros tantos filmes falharam... Até porque essa é uma história diferente, servindo mais para o Miles Morales que para o tradicional Homem Aranha.

Funciona muito bem, e tomara que renda continuações, nem que seja para vermos mais Nicholas Cage e John Mulaney como o Homem Aranha Noir e Porco Aranha respectivamente...

28 de fevereiro de 2019

{Maratona de Quinta} Samurai X - Rurôni Kenshin

Durante minha adolescência eu gostava um pouco de animes, ainda que não tivesse tanto acesso ao material além do que estivesse na tv aberta, como Cavaleiros do Zodíaco e Dragon Ball. No entanto, com Samurai X os horários nunca conciliaram, e, eu acabei perdendo a oportunidade de assistir o material...

A história do peregrino Kenshin Himura que surge no período Meiji (algo entre 1867 e 1912) que marca o fim da era dos samurais peregrinos (como Itto Ogami ou Miyamoto Musashi séculos antes) e a estranheza de um país se adaptando às modernidades enquanto tenta manter vivas as chamas das tradições.

Até ver que estava na Netflix e pensei, porque não?

E depois dos primeiros doze episódios a pergunta voltou mas para 'porque diabos continuar?'. Depois de apresentados os principais personagens e o conflito entre eles, a história falha em empolgar e se enrosca em tramas sem interesse ao ponto que episódio após episódio se torna uma luta chegar ao final da primeira temporada - e francamente, nem faz tanta diferença.

Se alguém realmente quiser arriscar ver o conselho é pular logo do episódio 11 para a segunda temporada. Ainda existe um ou outro episódio interessante que vale a pena dos 27 episódios da temporada (principalmente os episódios 23 e 24), mas é a segunda temporada que REALMENTE vale a pena conferir.

Logo no primeiro episódio da segunda temporada a qualidade do material melhora acentuadamente, e a série progride conforme Kenshin vai descobrindo os segredos da organização de Shishio - e os poderosos adversários que nela estão contidos. Cada confronto é muito bem conduzido nesta temporada e os personagens são constantemente bem aproveitados (ainda que alguns se destaquem consideravelmente mais que outros), e até a batalha final entre Kenshin e Shishio (no episódio 33!) o seriado mantém um pique enorme e mesmo os próximos três episódios que servem como um epílogo e conclusão para a história são incrivelmente bons.

O último episódio ótimo é o da lenda dos vaga-lumes que vale muito a pena assistir, e, infelizmente por algum motivo não é o final da série, que se prolonga por mais uma temporada que é fácil ignorar.

No fim é uma ótima animação japonesa que conta uma história bastante interessante sobre um homem lidando com seus demônios e seu passado enquanto busca uma chance para redenção através de seus atos.

Recomendado (principalmente da segunda temporada).

14 de outubro de 2018

{Resenhas} Os Jovens Titãs em ação! Nos Cinemas

Nota: 5,5/10
Sei que a animação dos Jovens Titãs com viés cômico não é uma unanimidade com fãs. Quer dizer, ao que sei as crianças gostam bastante (ou, ao menos, são bastante indiferentes) ao que as críticas e o grande viés das críticas vem dos adultos/adolescentes que cresceram com o grupo e não enxergam na versão cheia de comédia besteirol um desenho que represente com fidelidade o grupo.

Eu entendo isso. Realmente alguns dos episódios são bem bizarros por diversos motivos, e a animação é bem mais uma sátira com humor negro (sim, um episódio de Natal chega ao extremo de dizer que o sentido do Natal é ganhar presentes). E mesmo o 'humor' nem sempre acerta a marca com vários episódios beeem bobinhos. Mas, e eu não posso destacar isso o suficiente, eu entendo que a animação não pensou em mim (um cara na faixa dos 30 anos) como público alvo para esse desenho para crianças...

Tudo bem que não é exatamente justificativa, afinal, ótimas animações não se permearam pela faixa etária para a construção de seu material (com o ótimo desenho do Batman da década de 90 ou o brilhante Avatar da Nickelodeon, e, bem, uma cacetada de animações japonesas). Mas para cada Bojack Horseman existe um Zootopia, e é preciso entender a diferença entre o tom e o ponto focal.

Um quer criar uma franquia rentável para capitalizar em cima, o outro pretende ganhar prêmios ou ao menos produzir entretenimento de qualidade.

Às vezes alguém trilha o caminho do meio, e, acaba fracassando ao não ser um sucesso comercial ou conseguir produzir entretenimento de qualidade, e por mais que muitos fãs que buscam a 'qualidade' no desenho como defeito, bem, a verdade é que a animação mal passou da marca dos 50 milhões, então esse meio termo acaba exatamente ao não corresponder às expectativas de nenhum dos lados (dos fãs ou dos investidores). E é uma pena.

Existe muito talento e várias piadas são realmente geniais (a marca de batom 'ApokaLIPS' - lips = lábios - que estampa o cenário em alguns momentos, por exemplo, mas a constante referência aos personagens obscuros como Desafiadores do Desconhecido ou o Espectro são bem legais), mas ao mesmo tempo a animação cai em piadas beeeeeeeem ruins que mesmo crianças achariam batidas.
Quer dizer, em dado momento QUATRO PERSONAGENS precisam destacar que usaram um banheiro cenográfico para fazer cocô.

Resumindo mesmo, o negócio tem boas piadas, boas sacadas e uma quantidade enorme de inteligência, mas se perde na falta de um roteiro coerente para levar a história do ponto A ao ponto B. A trama central é fraca demais - com a história dos personagens obcecados em terem seu próprio filme - e, enquanto parece algo saído de um roteiro de Deadpool com a quebra da quarta margem e tudo mais, acaba falho pela forçação dessa piada muito além do limite de sua narrativa.

De novo, tem ótimas sacadas, tem ótimas piadas e cenas muito bem construídas (eu rachei de rir quando eles voltam para o passado para impedir que os grandes personagens da DC se tornem heróis), e mesmo ótimas participações especiais (tanto de Nicholas Cage como Superman como Michael Bolton ou Will Arnet) mas falha em não construir um argumento decente para conduzir a trama.

Uma pena.

12 de outubro de 2018

{Resenha de dia das crianças} Scooby Doo encontra o Kiss (sério)

Eu nunca gostei do Scooby Doo quando criança.
Algo sobre a trupe do cachorro falante que solucionava mistérios nunca soou coerente pra mim...
Sempre com explicações mirabolantes para mistérios incrivelmente idiotas e complexos (sim, o vilão queria expulsar os clientes de um empreendimento imobiliário com um monstro criado com hologramas e efeitos especiais que fariam Mysterio do Homem Aranha parecer pertinente), mas eu ao menos entendo a lógica da ideia por trás do desenho, afinal, sempre havia uma explicação para justificar os medos irracionais, e, para crianças é sempre uma ideia interessante ver que não existem monstros.

Do Kiss eu nunca gostei e continuo não gostando.
Acho extremamente forçada a performance, e, é muito mais marketing que substância... Na verdade sempre foi.
Sempre foi a ideia de criar uma banda comercializável (e substituível, afinal, é só mudar a pessoa por baixo da maquiagem), e a ideia comercializável se reflete mais e mais e mais com a estrutura de vender a banda mais que qualquer outra coisa.

Inclusive com a ideia de marketizar para novos fãs através de crianças que gostem de desenhos animados. Vide o exemplo aqui.

O resultado é uma massa inconsistente e idiota, com os membros da banda com super poderes (afinal, porque não?), com magia e alienígenas e mais uma cacetada de coisas idiotas que não condizem com o universo do Scooby Doo (porque se monstros não existem, como pode existir magia e alienígenas?).
E tudo bem que tem uma 'explicação' convoluta e bizarra que envolve até o Doutor Benton Quest (juro) mas no fim fica 'aberto' para que de fato toda aquela papagaiada de super poderes e alienígenas não seja exatamente um exagero... O que só contradiz décadas de desenhos de Scooby Doo...
Ainda que isso nem seja exatamente algo tão bizarro considerando que a Warner vem tentando de tudo pra revitalizar a franquia (e digo tudo mesmo, incluindo uma versão da trupe num cenário de Apocalipse e outra que se encontra rotineiramente com heróis da DC)
Mas é um desenho animado feito para crianças, o que diabos eu deveria esperar? Uma produção com a mesma qualidade de O Rei Leão ou Paranorman? Ha é sobre o Kiss e o Scooby Doo, é LÓGICO que seria idiota... Como aqueles outros crossovers com Batman ou o Gordo e o Magro

Então, porque diabos estou falando desse desenho?
Bem, em partes porque fui meio forçado a assisti-lo graças ao fascínio de meu sobrinho sobre o material e acabei tentando absorver alguma qualidade que o material possa ou poderia ter. Não vi, é verdade, mas fiquei impressionado com o efeito que causou no meu sobrinho ainda assim.

Claro que podia ser pior, mas ainda é extremamente dispensável.