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23 de agosto de 2018

{Resenhatorial} Desencanto (Netflix)


Porque resenha + editorial? Porque eu acho que tem um bocado de coisas a se discutir que não estão atreladas diretamente ao material.
Primeiro, o fato que a dublagem brasileira que já foi sinônimo de qualidade mundial deixa demais a desejar neste material da Netflix... Quer dizer, a dublagem brasileira é atroz.
É simplesmente impossível assistir esse material dublado em português.

Adaptam-se piadas perfeitamente aceitáveis do original para uma versão mais idiota em português (exemplo muito simples, episódio 4, com o "É aqui que vai rolar bundalelê hoje?" sem o menor cabimento na altura dos 9 minutos e 40 quando a piada original além de muito superior "É aqui a rua do Castelo, número 1?"). O episódio 4 em questão traz vários outros exemplos das lacerações produzidas na versão em português às piadas originais com resultados todos sem exceção muito inferiores ao original.

Então, porque adaptar?
E essa é uma pergunta que eu não soube responder, mas me levou a mais perguntas... Será que a qualidade parca dos episódios mais recentes de Os Simpsons também está atrelada a essa porca e excessiva adaptação do material original? (EDITADO 25/08) Até porque o dublador que faz o Homer atualmente faz questão de, sempre que o personagem cantarola uma canção no original vira o hino do Flamengo aqui no Brasil... (fim da edição)
Não sei a resposta efetiva, mas me incomodou e acho realmente que vai incomodar mais gente do que atrair público para o material...

O segundo ponto está mais ligado a um ponto que achei curioso, ou ao menos curioso em relação ao fato que simultaneamente estava lendo o livro "Os Noivos do Inverno" de Christelle Dabos (vencedor do Grand Prix L'Imaginaire de 2013), e tanto o livro quanto o seriado da Netflix retratam a condição de casamento forçado como mote inicial para a narrativa de uma protagonista feminina.
A força motriz que inicia - e move a trama adiante - é o casamento da protagonista.

Avança e até muda bastante, crescendo além disso, é verdade, mas achei no mínimo curioso que para iniciar uma trama de uma protagonista feminina dois personagens tenham uma mesma estrutura similar.

E da resenha propriamente dita? Material bom (tem uns soluços aqui e ali e tem bastante espaço para melhora), mas vale a pena saber o quanto menos possível sobre o material antes de conhecer.
Luci rouba a cena quase sempre, e fiquei bem intrigado com o final da temporada (sem spoilers) e o que pode vir.
No entanto, para uma série de comédia eu achei o número de mortos muito elevado...
O episódio anteriormente mencionado - o episódio 4, intitulado "Festa no castelo (com massacre)" - realmente não se omite da parte entre parênteses.
Os corpos vão se acumulando em quantidades que rivalizam Game Of Thrones, e enquanto não é necessariamente um negativo, eu fiquei com uma má impressão em alguns momentos. Até porque os protagonistas mesmo são responsáveis por uma quantidade considerável destes cadáveres.

Vale a pena ver, inclusive pela quantidade limitada de episódios.
Nota: 8,0/10

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