Pesquisar este blog

11 de junho de 2024

{Resenhas de Quinta} Godzilla Menos Kong

Godzilla completa 70 anos em 2024, e bem, pra dizer que a longeva franquia tem altos e baixos é uma hiperbole. É mais para baixos e abismos.

Coisas como Jet Jaguar, baby Godzilla e o remake com Mathew Broderick. Ou seja, tolo, campy e terrível são palavras que geralmente se associam à franquia, mas talvez ainda caibam aqui e ali algumas palavras de espanto pelo absurdo terrível que novas iterações planejam e nos trazem. Quer dizer, você geralmente sabe que não será bom, mas nada te prepara para o quão ruim de fato será... Mas claro, tudo depende de percepção e, efetivamente do tipo de filme que você realmente quer ou espera quando pensa em Godzilla.

Se o clássico original de 1954 que coloca um monstro gigante como a força destrutiva da natureza (humana) análoga à bomba atômica ou um homem numa fantasia mal feita de lagarto gigante brigando numa maquete mal projetada contra um muppet de uma mariposa que solta pólen como (d)efeitos especiais enquanto destroem a cidade toda, e, nesses 70 anos da série, a segunda parte (de pessoas fantasiadas de monstros se enfrentando em maquetes mal construídas) compõe quase que a totalidade dos filmes com o personagem (mais numa proporção de 20 para 1 ou 2 dependendo a sua percepção,daí os filmes americanos e com o filme de 2014 no meio do caminho entre filme de monstros e alguma nuance sobre o poder destrutivo humano - mas sem muita coragem para construir nenhum dos dois).

Francamente não me agradam os filmes em que Godzilla enfrenta outros monstros gigantes, sejam animações por computador, atores fantasiados ou animações tradicionais... Não importa muito se é um outro lagarto gigantesco, um robô lagarto gigantesco, um dragão ou o King Kong (ou o King Kong de novo, mas com um braço mecânico), mas, eu entendo o apelo para quem gosta e que esse tipo de filme produz. É tipo Velozes e Furiosos só que para uber nerds, não importa muito se faz sentido desde que tenham grandes e espetaculares cenas de destruição (nesse caso promovidos por lagartos anabolizados criados por computador e não por lagartos anabolizados carecas do mundo real).

Eu, particularmente, sou mais para algo como Godzilla Menos Um, que é uma espécie de remake do filme original - se passando num período imediatamente após a segunda guerra mundial enquanto o Japão vem se reconstruindo - mas com um foco maior nos personagens humanos lidando com as consequências de um gigantesco lagarto anabolizado criado por computador destruindo tudo em seu caminho.

São as pessoas tentando lidar com a destruição e reconstruir suas vidas, com seus dramas pessoais e muitas vezes banais que fazem do filme muito melhor que, bem, quase 90% dos outros filmes de Godzilla na minha opinião, mas, entendo que faltam monstros e explosões espetaculares para fazer o filme funcionar para a galera que gosta dos outros filmes (ainda que, e de novo, eles já tenham os quase 90% outros filmes de Godzilla para assistir e quase todos já fazem exatamente isso). E, desculpa, mas funciona quando o filme gasta tempo desenvolvendo a relação entre os personagens e as cenas colocam os personagensem risco real, funciona quando o público se envolve em suas histórias (e os personagens não são basicamente super heróis sobrevivendo incólumes por todo o caos e destruição à sua volta).

Pode não funcionar para todo mundo, eu mesmo que gostei do filme acho que uns bons 20-30 minutos a menos beneficiariam bastante ao material, mas eu acho que mesmo que não te agrade, vale a pena pelo menos para ver que a franquia tem mais para oferecer que apenas criaturas gigantes causando caos e destruição.


{Editado, agora que eu vi que a publicação não foi na quinta, mas, ei... Continua valendo}

Nenhum comentário:

Postar um comentário