Pesquisar este blog

20 de março de 2024

{Resenhatorial} A morte do cinema

Wonka é um filme curioso no que ele consegue ser extremamente charmoso em momentos como a cena em que Phil Wang sobe em uma mesa para cantar sobre como ele não consegue se declarar e ser mais espontâneo à sua cara-metade Charlotte Ritchie. Aí depois você vê a aberração de Hugh Grant como um Oompa Loompa entrando em cena com o tema do filme de 1971 e sua mente começa a vagar pelo vazio existencial de um pesadelo niilista que é a grande e terrível pergunta: Quem é o maior cínico aqui?

Sou eu que não consigo apreciar esse filme com momentos tão charmosos e personagens fascinantes ou é esse filme que foi produzido pura e unicamente com o propósito de manter direitos autorais, promover algum musical da Broadway ou porque o estúdio imaginava que conseguiria movimentar margens mesmo se fosse um fracasso de bilheteria?

E a reposta é uma espiral de cinismo e mais cinismo. Você precisa de certo cinismo para enxergar que o filme é cínico (senão você provavelmente entaria na onda e compraria a magia do que está vendo, certo?), ou essa coisa toda é tão evidente, escrachada que foi produzido com fins óbvios, que não são os de produzir um bom filme que vá agradar alguém.

Pra mim isso é a morte do cinema.

Produzir um filme somente para reter direitos de marca ou para promover algum esquema de NFTs no metaverso ou qualquer tipo de estratégia bizarra e artificial que simplesmente diminui o propósito de um filme para um comercial mais longo (e menos interessante).

Nenhum comentário:

Postar um comentário