Pesquisar este blog

11 de maio de 2023

{Resenhas de Burgers} Bob's Quintas

Se existe uma série de animação que realmente merece mais destaque é com toda a certeza Bob's Burgers.

Quer dizer, existem muitas animações por aí e as duas últimas décadas viram cada vez mais delas surgindo e ganhando notoriedade. Desde coisas bem experimentais do Adult Swim como Aqua Teen: O Esquadrão Força Total ou Space Ghost de Costa a Costa, até material bem mais adulto e firmando/brilhando na construção de narrativas complexas como Bojack Horseman da Netflix, a um ponto em que realmente é difícil se manter atualizado de tudo que existe por aí. (isso sem falar de Anime, que aí meu amigo, a lista provavelmente triplique de tamanho).

Mas Bob's Burguers apesar de seu começo mais cheio de arestas e ainda tentando achar a própria voz e conteúdo, tem algo que muitas vezes parece não se ver, que é coração. Bob, o pai da família e protagonista que tenta manter seu negócio funcionando apesar de todas as dificuldades é uma grande prova disso, mas todo o restante de sua família, assim como vários dos personagens recorrentes, retratam um otimismo tão contagiante, tão genuíno que é quase impossível não se envolver.

Todos os personagens tem seus pontos irritantes, mas existe um enorme charme em suas personalidades e o quanto o grupo se complementa. O trio de filhos com a caçula, a caótica Louise, o extrovertido Gene (que como todo filho do meio tenta chamar a atenção a todo custo) e a introvertida mais velha Tina (obcecada por garotos - e cavalos) chama a atenção para meter Bob e Linda em confusões, mas, os amigos e vizinhos também colaboram com isso.

Seja o faz tudo Teddy, o vizinho dono de uma funerária, Mort ou a cunhada (irmã de Linda) Gail... Existe esmero nos detalhes - os trocadalhos desde a abertura (em que todo episódio apresenta tanto uma nova loja vizinha à esquerda da lanchonete e um dedetizador - ambos com trocadilhos que aparecem apenas por uma fração de segundos) passando pelo especial do dia no interior do restaurante (de novo, um trocadilho simples mas que facilmente se perde).

Eu adoraria jogar um ou outro spoiler para comentar sobre as desventuras do seriado (e o tipo de maluquice para se esperar), mas eu realmente acho que vale mais a pena descobrir conforme se assiste.

No entanto, como aquele aperitivo, aquela pequena amostra, eu acho que cabe muito comentar ao menos a sinopse do episódio 18 da terceira temporada, It Snakes a Village (um trocadilho como 'É necessário uma Vila', utilizando cobra no lugar de necessário). O episódio coloca a família indo para a Flórida visitar os pais de Linda enquanto o restaurante é dedetizado, onde eles descobrem que o condomínio é um pouco diferente do que imaginavam (sim, os idosos praticam swing, para os constantes risos de Bob ao saber onde seus sogros foram parar).

Vale muito a pena.


PS: Sabe uma coisa que eu percebi com muita clareza nessas últimas semanas? O quanto é muito mais difícil fazer um texto elogioso que crítico. E não pela bobageira coach de que somos programados a ser pessimistas ou algo nas mesmas linhas, mas porque genuinamente é difícil ressaltar as virtudes de um material que gostamos sem entrar no que de fato gostamos (ou seja, revelar segredos que em determinados pontos são cruciais para a trama), enquanto quando não gostamos/desprezamos um material, droga, é fácil descer a lenha (inclusive sem qualquer preocupação em expor algum detalhe crucial, porque genuinamente não queremos que as pessoas percam o tempo com isso).

Só que eu acho que tem um outro ponto importante também - seja quando elogiamos algo menos notório ou criticamos algo contra a corrente comum - ficamos de certa forma mais vulneráveis pois é mais fácil esmiuçar nossas opiniões, inclusive quando ela vai de encontro com o senso comum. Aquele negócio de todo mundo odiar um negócio que a gente gosta (sabe, como foi com o último Matrix) ou o contrário (criticando o Deadpool).

Nenhum comentário:

Postar um comentário