Resident Evil: Bem-Vindo à Raccoon City é uma nova tentativa da levar aos cinemas a longeva franquia de sucesso da Capcom (não de mesmo nome pois não tem o "Bem-Vindo à Racoon City" em nenhuma de suas versões e spin-offs, mas, é importante separar dos filmes anteriores - que tem o mesmo nome dos jogos - mas focam na personagem de Mila Jovovich), e o filme parece desesperadamente tentar ser o pior filme feito, e nem sei se somente no último ano. É o tipo de material para figurar em MST3K ou Rifftrax ou essencialmente qualquer coisa do tipo que pegue filmes ruins para resenhas e criticar.
Em termos gerais, a coisa toda é uma bagunça.
O filme quer seguir a trama dos dois primeiros jogos (Resident Evil 1 e 2), de forma mais vaga (afinal os dois jogos mal se relacionam além de condições gerais... Além da Umbrella, os personagens são completamente diferentes nos videogames), e isso forma uma estrutura desconexa que tenta desesperadamente grudar a narrativa de uma mansão 'assombrada' que está atrelada a zumbis virais criados por um laboratório maligrino com um policial novato que inicia seu trabalho no pior dia possível conforme uma horda de zumbis começa a destruir a cidade. Por algum motivo, inclusive, a história se passa em 1998 (talvez uma tentativa de Easter Egg, ou para ressaltar um mundo antes dos telefones celulares e tudo mais), mas nada nisso justifica ou faz a narrativa fluir melhor.
Com isso (obviamente) o filme acaba seguindo em várias direções e com conjuntos de protagonistas diferentes. Só que com a pequena diferença que o roteiro do filem não é nenhum O Senhor dos Anéis, e nem seu diretor Peter Jackson. Longe disso.
Os atores são ruins (na melhor das opções) e as escolhas do elenco são péssimas (na melhor das opções). Talvez esse pessoal só tenha recebido opções ruins na vida de ator ou algo do tipo, mas, francamente, assistindo ao material você não vê ninguém que realmente se sobressai ou chama a atenção, sabe? Não parece que nenhum desses atores seria capaz de efetivamente entregar aquela performance extraordinária digna de prêmios e tudo mais...
Não, não... Parece um conjunto de gente que você não conseguiria reconhecer numa delegacia em um reconhecimento criminal (inclusive se estivessem com seus nomes escritos com crachás, e, eu serie bem honesto até acho que as mães desses atores tem dificuldade de reconhecê-los-las), e muito menos associar aos papéis para os quais foram escalados (droga, eu confesso que achei por boa parte do filme que o ator fazendo o papel de Wesker estava fazendo o papel de Chris Redfield). Leon Kennedy é sem dúvidas a pior ofensa (de policial novato iniciando no pior momento possível sua carreira, ele vira o Homer Simpson da Polícia Invencível), mas eu confesso que não vejo a lógica para nenhum dos outros personagens também.
Vez por outra o filme encaixa alguma tentativa de easter egg à série de jogos - ainda que sutileza não seja uma palavra que exista no dicionário do diretor Johannes Roberts (talvez ele fez a mesma escola de Zack Snyder) - só que tudo fica tão forçado e desinteressante, como o 'Itchy Tasty' ou o caminhoneiro do início de Resident Evil 2... E até acho que eu poderia escrever vários parágrafos detalhados sobre o que o filme faz errado, mas, honestamente me parece que é mais esforço que o filme merece ou que os produtores gastaram em sua confecção.
Até porque, assistindo ao filme ele nem ao menos tem aquela qualidade típica de um filme thrash convencional de, além de ser ruim, trazer algo de ao menos divertido e com alguma toada de entretenimento. O filme é vazio com uma plot genérica para servir de desculpa para zumbis e os roteiros da série de jogos enquanto preenche o tempo com atores vazios e genéricos
Dito tudo isso, eu ainda preciso reforçar o ponto mais negativo e absurdo desse filme que simplesmente é enervante. A escolha das músicas é ruim (mas até aí vai em conjunto com o que eu já descrevi do filme até agora), mas existe algo na forma em que o filme tenta mesclar som e imagem que é tão absurdo e ridículo que eu simplesmente não faço ideia do que se passava na mente dos produtores/diretores conforme filmavam ou assistiam a isso no pós-produção.
Tentarei ilustrar isso para quem não assistiu ao filme (e, recomendo piamente que não o faça). Em determinado momento, Leon está cochilando conforme está no plantão da delegacia durante a noite enquanto houve seu walkman que toca 'Crush' de Jennifer Paige (cançãozinha chiclete e sem nenhuma pretensão). Então acontece uma enorme explosão no exterior - conforme um zumbi motorista dirige e se acidenta - e um zumbi pegando fogo entra pela delegacia, aumentando o volume da música conforme chega ao refrão. Eu... Quer dizer... Ah... Sei que pelo menos não é óbvio como o Zack Snyder colocando Zombie ou a versão distorcida de Viva Las Vegas (para um filme que se passa em Vegas), mas, nem ao menos parece que existe qualquer lógica entre a música que toca e a ação na tela.
Quase parecem aquelas novelas mexicanas do SBT em que o ator parou de falar há quinze segundos mas o dublador não sacou e continuou falando (e como o material é porco e não exige muito cuidado, fica assim mesmo), sabe?
No fim acho que isso resume bem a coisa toda. É um material porco e que não exige muito cuidado, com a Sony mais preocupada em manter os direitos de produção de filmes - para talvez lançar algum novo Resident Evil daqui alguns anos - do que efetivamente preocupados em fazer um bom filme.
Então fica assim mesmo...
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