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7 de julho de 2022

{Resenhas de Barry} Quinta 3ª Temporada [SEM spoilers]

As primeiras duas temporadas de Barry são impressionantes por diversos motivos (em sua mescla de ação, suspense e comédia, todas trabalhando brilhantemente com um elenco soberbo em ótimas atuações) e a terceira temporada se desprende um pouco dessa estrutura e traz uma série de notáveis ausências à estrutura que são sentidas conforme os episódios progridem.

Isso não é ruim, muito pelo contrário, é uma forma de mudar a fórmula, se reinventar e reestruturar o material para algo mais focado narrativamente enquanto permitindo outros questionamentos e críticas sob a óptica cômica com todo o sarcasmo e ironia disponíveis para Bill Hader e companhia.

Essa terceira temporada não tem mais a turma da aula de teatro, Barry quase não é o foco da história ou da ação - mais de reação. Há uma ênfase sobre o narcisismo - e como ele (nos) atrapalha a comunicação, e o desenvolvimento (inter)pessoal - mas há uma ênfase muito grande sobre as más decisões dos personagens (por quaisquer motivos ou motivações pessoais) e como estas impedem o desenvolvimento e a chance de redenção destes.

No entanto parece bastante desconexa, mais como uma novela conforme se formam núcleos independentes (um para a Sally e sua grande chance com uma série, um para NoHo Hank e Cristobal - sem spoilers, um para Gene Cousineau e sua história de redenção e uma para Fuches e sua saga de vingança) que somente ocasionalmente tangenciam a trama principal e o humor que era um grande diferencial do material nas primeiras temporadas é mais esparso, tangente ou residual e até completamente ausente em alguns episódios. A falta de foco de Barry das outras temporadas mais como uma consequência de sua vida dupla (e justamente por isso tantas peças se movimentando ao mesmo tempo) agora parece mais como falta de interesse, mesmo com as tentativas de reassumir o controle de seu próprio destino.

A série deve voltar para uma quarta temporada ou poderia (facilmente) até mesmo terminar como ficou no final desta, ao que confesso que gostaria de ver maior resolução para algumas das pontas soltas enquanto fiquei bastante com a impressão que de o criador e ator principal da série Bill Hader está um tanto cansado/desgastado com o material (ou simplesmente viu mais perspectivas com Hollywood quando o capítulo 2 de It em 2019, mesmo ano da segunda temporada), chegando cada vez mais próximo da inevitável sinuca de onde não existe mais para onde partir.

Se vale de alguma coisa, duas ótimas/excelentes temporadas e uma terceira interessante, é algo que merece muita celebração em um platô de mediocridade sem ideias originais ou qualquer ousadia que se tornou a televisão (e grande mídia em geral).

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