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23 de dezembro de 2021

{Ressurreições de Quinta} Matrix Resenhas

Eu preciso deixar muito claro: Eu nem de longe sou fã dos filmes originais de Matrix.

O primeiro é bon(zinho) e eu dormi todas as vezes que tentei assistir ao segundo e terceiros. TODAS. AS. VEZES. Então pelo menos eles servem como sonífero, né?

Além disso, pra mim, é muito próximo (ou plágio) de Invisíveis - só que com couro e óculos escuros para parecer mais 'cool' - para que eu veja como algo mais do que isso, sabe? Quer dizer, enquanto a grande e pesada 'exposição filosófica' de Matrix vem em seu segundo filme (quando em Invisíveis é logo no começo do volume 1 em seu segundo arco "Arcadia"), e muita gente ficou perdida e realmente não entendeu ou viu graça.

Eu, repetindo, dormi toda vez que assisti ao segundo filme então não posso fingir que eu me lembro ou entendi a grande 'filosofia' que o Coronel Sanders tenta expor ao Neo em Reloaded... Até porque você não precisa de muita daquela 'filosofia' que mal dá pra usar para limpar o traseiro, né?

Sim, o mundo é uma simulação e tudo uma grande alegoria da caverna, certo? Mas isso já está no primeiro filme, então a 'exposição filosófica' é redundante para parecer muito mais inteligente e que fizeram (alguma) pesquisa além dos quadrinhos do Grant Morrison.

Com Resurrections finalmente os/as Wachowski conseguem firmar algo próprio e original à série e construir a partir dali. E, sinceramente eu digo que funciona.

Droga, eu digo inclusive que é melhor que os três primeiros filmes da série - por mais que público e crítica não estejam exatamente de acordo com essa afirmação com notas médias na faixa dos 6-7, quando o Reloaded tem uma média superior a 7. O que faz sentido quando o filme chama o público de idiota por uma boa porção dos primeiros 30 minutos por viver numa bolhinha contida de seus filmes favoritos repetindo as mesmas e mesmas e mesmas ideias de novo e de novo e de novo (nenhuma alusão ao 'novo' Homem Aranha ou ao MCU em geral aqui, juro), e sim, vai incomodar muita gente porque o Neo não é mais o ser mais poderoso e pica das galáxias e blá blá blá (mas, é só reler ou entender esse mesmo parágrafo).

Resurrections é diferente de, droga, tudo que está aí e que foi produzido recentemente, trabalhando primeiro como um romance/história de amor e depois como uma alegoria complexa sobre nossa sociedade contemporânea com uma precisão assustadora e cirúrgica.

Sem (grandes) spoilers, mas, sim, é mais fácil manipular as pessoas com emoção do que com lógica, e é exatamente o argumento do que esse filme enxerga de diferente do mundo lógico de zeros e uns quase estéril da 'trilogia' original de Matrix. Sim, tem mais piadas aqui e ali (e o filme está bem ciente do ridículo de Keanu Reeves dizendo 'Whoa') e as câmeras buscam mais cores que preto e esverdeado (ei, e não é que elas existem?) e eu acho seriamente que todas as mudanças que o filme tenta, mesmo quando não funcionem tem um aspecto amplamente positivo.

O filme não tenta somente se apoiar em nostalgia e viver de 'lembra disso?' e real e genuinamente busca produzir e criar algo maior que expande tudo o que fez antes. Esse filme é um real avanço, e vale muita a pena ser conferido.

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