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13 de novembro de 2020

{Resenhas} X-men: Deus Ama, o Homem Mata

Em termos é fácil de dizer que essa é a obra definitiva de Chris Claremont nos X-men, e, talvez mais até que a obra definitiva do grupo de mutantes, e, de fato tem muitos motivos para justificar isso.

É uma obra curta mas que sintetiza muito bem o tema do racismo e discriminação - muitas vezes disfarçado com liberdades religiosas em discursos para usar da Bíblia como escudo, como tantas vezes ela é para o covarde e canalha - sem grandes floreios e batalhas grandiosas (e arte de Jim Lee para destacar personagens de biquininhos ínfimos ou do Rob Liefeld para destacar armas gigantescas) ou tramas rocambolescas, complexas e longas.

Mesmo quem nunca leu pode entender - e entender muito bem - a hq, no máximo com algumas dúvidas sobre porque Kitty Pryde é chamada de Ariel, o que realmente representa muito pouco, se é que alguma coisa de dúvida ou problema para a compreensão ou contextualização da obra.

Claro que cabe o parênteses que mesmo o melhor trabalho do Claremont ainda tem muitos de seus excessos (com o principal problema da verborragia e a equivalência absurda da tecnologia humana aos poderes mutantes), só que bem mais focada e contida do que vemos nas rocambolescas tramas das edições mensais (com tramas novelescas envolvendo romances absurdos, clones, amnésia e outras coisas que mesmo pastelões mexicanos ficam com vergonha de produzir). E claro, a caracterização de Magneto nessa hq é melhor do que tudo que foi feito antes e depois.

Com exceção dos vilões que são um pouco mais caricatos (mas bem longe dos Claremontismos que trariam o Programa de Extermínio com um vilão robótico num corpo de aranha - sim - como a justificativa por trás do Apartheid - ou ao menos o equivalente a ele no universo mutante), todos os mutantes saem com uma boa caracterização (ainda que alguns bem melhor aproveitados que outros, haja visto que a Tempestade além de aparecer pouco, acrescenta bem menos à história), e, a história flui sem muitas excessos ou desperdícios.

A trama é curta e focada no que tem que focar: o racismo disfarçado de ideologia, ou melhor, teologia, e, com exemplos claros a história mostra e destaca os erros deste tipo de pensamento, assim como a razão do argumento pacifista como solução.

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