Em 2021 teremos a versão do diretor de Liga da Justiça, algo que muitos fãs vieram pedindo desde que o filme foi lançado em 2017 (e alvo de críticas e mais críticas).
Ainda esse ano, daqui algumas semanas apenas, será lançado a versão do diretor de O Poderoso Chefão Parte 3 com novas cenas iniciais e finais e uma edição que pretende 'seguir mais o estilo de Mario Puzzo' (o autor dos livros que serviram de base para os filmes).
O problema nesses casos - assim como todo e qualquer caso que vier a ocorrer num futuro próximo depois disso - é que essas revisões dos filmes ruins tendem a ignorar o que faz deles ruins, ou não funcionarem em primeiro lugar, e, sinceramente é como uma tatuagem no nariz: Não importa o quão bem executada (a tatuagem), ainda vai ficar algo muito escroto.
E claro, vai só dar (mais) corda pra esses fãs de leite de pera de Star Wars e franquias similares a fazerem abaixo assinados e todo tipo de protesto, afinal valida sua posição. Se o número suficiente de reclamões reclamarem que um novo filme de sua franquia favorita arruinou sua infância, porque não lançar uma revisão do diretor? Mesmo que o diretor tivesse total autonomia e controle criativo (sim, Ameaça Fantasma, estou falando de ti) e inclusive fosse o diretor original que fez os filmes que hoje são reverenciados (Não é o caso de Ameaça Fantasma, já que George Lucas só dirigiu o episódio 4 antes das prequelas, aqui é o caso de Reino da Caveira de Cristal mesmo).
Claro que vale lembrar que nós, fãs, temos todo o direito de reclamar de um filme (livro, quadrinho, álbum ou o que mais) que seja ruim. Só que reclamar não pode ou deve posicionar uma condição para esse corretor automático para um enorme revisionismo histórico. É ruim? Nada! Não foi permitida a visão do diretor de se concretizar...
No caso de Liga da Justiça, o problema não é a versão de Joss Whedon (ou os bastidores terríveis do set), é o fato que o filme é uma continuação de dois filmes de Zack Snyder que não funcionam direito e que, claro, fracassam em capturar uma estrutura lógica e coerente justamente por isso (o filme perde uma boa parte do tempo ressuscitando e justificando a volta de Superman - que Snyder estragou em seus filmes anteriores). E porra, qualquer vilão que tenha o nome de uma banda ruim dos anos 1970 simplesmente não tem como parecer ameaçador...
Quem seria o vilão do próximo? Air Supply?
Fracassa, claro em estabelecer o parâmetro claro do que Darkseid representa - e porque - pois falta o contexto da guerra perpétua entre Nova Gênese e Apokolips, e porque o personagem representa uma ameaça clara... Até porque aqui só vemos o tio do vilão que retorna através de uma profecia (afinal derrotou todos os soldados do mundo séculos atrás)... E isso não estabelece um tom de ameaça ou mesmo de história maior que flua ou funcione.
Só fecha o capítulo ruim que é o 'Snyderverso' e abre possibilidades para um futuro mais brilhante e livre dessas idiossincrasias (sabe, Superman chorão e Batman obcecado com o nome MARTHAAAA!).
Com O Poderoso Chefão, o filme ignora justamente o ponto dos filmes anteriores - a tensão crescente entre o advogado da família Tom Hagen com a ascensão de Michael Corleone - simplesmente ignorando o advogado e dando cada vez mais espaço para a filha do diretor que não sabe atuar... Assim como uma história que não existe um conflito claro e nítido. Michael quer sair e legitimar os negócios (inclusive comprando seu perdão através da igreja) mas se incomoda quando alguém tende a querer que ele saia de cena para roubar seu lugar...?
Uma nova versão pode funcionar melhor? Claro, mas de que adianta agora?
O estrago já está feito e o revisionismo só vai ajudar a aplacar o ego de algum diretor - e de fãs babões.
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