Nota: Fraco (2,0/10) |
Eu... Hã... Tá, deixa eu me recompor um instante.
Isso é ruim, mas é difícil definir o quão ruim essa coisa toda é de uma vez só.
Quer dizer, a DC vem lançando uns materiais diferentes meio alternativos que tem uma toada, pelo menos interessante. Mera: Tidebraker (algo como Mera: Quebra-ondas ou quebra-mar) traz ao menos uma perspectiva diferente ao tornar a rainha Mera a protagonista em uma história sobre a jornada da governante de Atlantis sem evocar Aquaman, e tem outros materiais similares com a Mulher Gato, Ravena e outros personagens (estes eu não li).
Harleen no entanto é algo menos.
É ruim por tentar criar algo que É ruim e não tem desculpa, não só pela óbvia tentativa de copiar Crepúsculo (o que por si só não tem desculpa), mas por além disso querer conduzir a 'história de amor proibido' da médica com seu paciente (sabe, o psicopata maníaco homicida Coringa, pra quem esqueceu) sem se esforçar no mínimo de dar uma voz a protagonista que não seja... bem... o da mocinha enamorada e boboca que se apaixonou por um bad boy (que, lembremos é um psicopata maníaco e homicida só para o caso de alguém ter esquecido). Sabe, como Crepúsculo (e, não, por favor não me pergunte como eu sei sobre Crepúsculo)...
Se é um dos piores quadrinhos do ano ou dos que já li na vida, é algo difícil de julgar (até porque é só a edição 1), mas é algo tão bizarramente ruim que fica difícil entender o que motivou seus autores a produzirem isso, até porque existe espaço para produzir algo diferente e interessante na jornada para construção desta personagem e sua contextualização.
Não digo que seria uma senhora história que revolucionaria os quadrinhos e faria Art Spiegelman atear fogo em seus originais de Maus enquanto Will Eisner se revira no caixão pensando em porque diabos não pensou nisso, mas pelo menos algo digno de uma leitura descontraída e, quiçá até a recomendação (o que, com um preço de US$7,99 por edição fica ainda mais difícil de sugerir...)
Talvez você esteja pensando: Ei, mas porque não investir nessa toada para jovens adultos que já vem inundando o mercado com tanta (e tanta, e tanta) porcaria nos últimos, mas com personagens da DC?
E, bem, porque não? Mas se é pra fazer isso porque não fazer algo decente então?
Não que eu especificamente possa sugerir muito - já que não sou púbico alvo e não entendo o apelo das novelas para jovens adultos, principalmente aquelas que miram o público feminino - mas Crepúsculo substituindo vampiros por psicopatas?
Quer dizer, Zatana e John Constantine já tem bastante do apelo que seria necessário para alguma dessas novelas idiotas para jovens adolescentes (inclusive narrando a história de John e Zatana partindo pro inferno para resgatar o pai da feiticeira poderia render algo bem decente com alguma tensão sexual do tipo 'rola ou não' por milhares de capítulos para manter o público interessado).
Quer dizer, Zatana e John Constantine já tem bastante do apelo que seria necessário para alguma dessas novelas idiotas para jovens adolescentes (inclusive narrando a história de John e Zatana partindo pro inferno para resgatar o pai da feiticeira poderia render algo bem decente com alguma tensão sexual do tipo 'rola ou não' por milhares de capítulos para manter o público interessado).
Acho realmente que existe potencial para fazer algo bem melhor (a capa é fenomenal, a arte tem uma simplicidade e elegância muito peculiares e mesmo o roteiro tem seus momentos), só não consegue sair do lugar-comum e da obviedade de se comparar a cada quadro, página e ideia com um material tão ruim como um romance com vampiros. E, droga, o relacionamento da Arlequina é a marca registrada de um relacionamento abusivo/tóxico, então romantizar a coisa toda é, no mínimo algo bizarro (e estúpido).
De novo, pode ser que em capítulos futuros retratando mais do relacionamento tóxico e abusivo da dupla para oferecer alguma contextualização o material renda algo interessante como base para um reflexão mais profunda sobre esse tipo de situação (infelizmente) tão comum em nossa sociedade. Como o que é (uma romantização de um dos relacionamentos mais abusivos e tóxicos dos quadrinhos que envolve um maníaco homicida), só é mais um material para dispensar e fugir como se fosse a peste.
De novo, pode ser que em capítulos futuros retratando mais do relacionamento tóxico e abusivo da dupla para oferecer alguma contextualização o material renda algo interessante como base para um reflexão mais profunda sobre esse tipo de situação (infelizmente) tão comum em nossa sociedade. Como o que é (uma romantização de um dos relacionamentos mais abusivos e tóxicos dos quadrinhos que envolve um maníaco homicida), só é mais um material para dispensar e fugir como se fosse a peste.
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