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1 de novembro de 2017

{Especial Dia das Bruxas - pt 6} Stranger Things 2

Eu amei a primeira temporada e mesmo que tenha visto alguns problemas (que minha resenha do ano passado - como sempre sem spoilers - já tratava levemente) eu ainda acredito que foi o grande seriado de 2016 (mesmo que segunda temporada de Mr Robot foi bem aquém e Fargo não teve uma temporada em 2016, mas nem por isso diminui o seriado da Netflix).

A segunda, bem, sofre de um problema comum e cabal de continuações... Talvez tenha algo de ego dos artistas (e discussões de contrato e imposições e restrições) que fazem enveredar o roteiro para vertentes no mínimo estranhas e duvidosas - resultando em mais ou menos tempo de tela para personagens que foram menores num momento anterior - e muitas vezes, até principalmente, dos ROTEIRISTAS/DIRETORES que passam a se achar e sentir gênios inquestionáveis (se tornando pessoas intragáveis, vide o caso de Don Harmon de Ricky and Morty).

Não sei se é o caso, e, francamente não me pareceu, ainda que explicasse algumas barrigas na construção de episódios e incongruências monstro na trama - mas acho que o problema dessa continuação, e que é bastante comum em capítulos 2 por aí reside no foco que parece menos em continuar a história e mais em construir uma (ou a) fundação para a franquia e várias e várias temporadas ainda por vir.

Não é exatamente uma temporada para contar uma ou a história da temporada, mas uma temporada para contar parte da história que ficou para trás na primeira parte (no caso aqui o falecimento de uma personagem terciária que realmente pouco ou nada importou pra trama), enquanto construindo estrutura(s) para continuar daqui para frente (os 'demadogs' são apenas versões menores do vilão principal anterior, o que dá a entender sem muito esforço que nessa lógica de videogame, que mesmo em grande quantidade como aparecem aqui, que existem ameaças muito maiores) além de expandir o conceito e meio que, se der certo, criar uma franquia (sim, o episódio 7 com os X-men deixa meio caminho andado pra isso se quiserem - mas espero seriamente que não).

É um excesso de esforço para ser maior, mais incrível e fantástico e acaba saindo do que fez da primeira temporada incrível... Aqueles momentos sutis para casar a cena com a trilha sonora - e não a trilha sonora com a mesma sutileza de Esquadrão Suicida que temos no primeiro capítulo para deixara bem claro para quem tiver qualquer dúvida de que se passa em 1984 (não 83, não 85).
Inclusive sobre a trilha sonora, eu preciso destacar que na primeira temporada a sacada mais brilhante foi o cover de Heroes pelo Peter Gabriel na minha humilde opinião (e a primeira gravação da música por parte dele foi em 2010, então...) e aqui não tem nada que chegue nem na ponta da unha do dedinho do pé...

Eu senti que faltou um bocado de coisas para funcionar (vou fazer uma resenha com spoilers no feriado para apontar esses problemas), mas é bem divertido, principalmente quando foca nas situações mais normais de dia a dia (as crianças na escola ou pedindo doces no Halloween, ou os adolescentes em festas e por aí vai) mas falhando um bocado nos elementos mais 'Arquivo X' de conspirações do governo que se integraram melhor na temporada anterior (até porque a escala era menor).
Aqui a coisa cresceu muito exponencialmente e ficou fora de mão até mesmo para os Vingadores...
(Se bem que o final me lembrou muito o final de Os Defensores com direito a elevador para caverna sinistra e tudo mais... Só dizendo).

Vou além, pois as interações entre os personagens, inclusive saindo um pouco do lugar comum e dando lugar para alguns personagens menores brilharem, como Steve e Dustin que foi pra mim a grande surpresa positiva da temporada, mas Lucas e sua família também merecem destaque e, eu mesmo não vou acreditar que estou escrevendo isso, mas, droga, eu gostei do Paul Reiser aqui!
E verdade seja dita, ele tem bons (e até mesmo ótimos) momentos.
De novo, quanto menos envolvendo o sobrenatural e bizarro, melhores são as interações dos personagens, mas Paul Reiser, Sean Astin, Wynona Rider (de novo excelente no papel da mãe Joyce Byers) e David Harbour (que já na primeira temporada foi o meu personagem preferido, e aqui consegue mais oportunidades para demonstrar seu talento).

Quando entra o sobrenatural, bem, Arquivo X é bem o canal... Sabe? Quando o Mulder dizia para a Scully uma teoria idiota e Gillian Anderson revirava os olhos como só ela era capaz de fazer (mas quinze minutos depois a teoria idiota era confirmada)? Bem, é mais ou menos o tom do sobrenatural em tudo e a todo momento aqui...

Mas eu acho que tem mais problemas que só isso (de novo, mais detalhado na resenha com spoilers), principalmente na linha do tempo.

É legal, é digno de uma maratona bem malandrona num feriado prolongado sem sair da cama só assistindo Netflix até o olho começar a doer, mas está longe da qualidade do primeiro.

Nota: 6,5/10

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