Ainda não terminou (a mini série tem programadas sete partes, mas acredito que o sucesso motive a continuações), mas posso dizer com garantia ao ler os cinco primeiros capítulos que essa já é fácil uma das cinco melhores histórias do Superman nos últimos 30 anos.
Fácil, fácil a melhor história com o personagem desde o reboot dos Novos 52 em 2011.
Há um fascínio em compreender o personagem e demonstrá-lo ao mesmo tempo como humano e o ser mais poderoso do universo - e o brilhante roteiro de Max Landis permite o equilíbrio essencial para que isso flua, mas, do que vejo, ele retrata o aspecto que é mais interessante do personagem: Seu lado humano.
Esse é o aspecto que é fácil de empatizar. É um homem com dúvidas e que precisa encontrar seu caminho e saber qual é sua condição nesse louco e moderno mundo que vivemos. Clark Kent crescendo e aprendendo a lidar com seu lado super humano enquanto mantendo sua humanidade, enquanto mantendo sua condição de 'normal'.
E é o fascínio desde homem que é capaz de estraçalhar planetas com o mover de seus dedos lidando com a sua própria ineptidão social, com sua alienação perante uma cultura de celebridade e uma cultura que valoriza mais o dinheiro que os valores. Landis constrói um excelente argumento buscando essas interações do jovem Clark com diversos outros personagens do universo DC, contrastando justamente estes pontos do homem mais poderoso do mundo perante aqueles que efetivamente fazem ou podem fazer uma diferença (na forma dos mega multimilionários e empresários como Lex Luthor e Bruce Wayne).
Parte da grandeza do roteiro reside justamente nessa constante busca por compreender o que é o poder, qual seu papel e significado e até mesmo qual a diferença entre os atributos que constituem o Superman e o que constituem pessoas comuns que influenciam, mudam e moldam o mundo em que vivemos. Parte reside no retrato bastante humano de Clark Kent e suas reflexões e visões sobre o mundo num contexto que o tornam uma figura fácil de identificação.
Afinal, Clark NÃO É o Superman. Clark é humano e cheio de dúvidas e falhas.
Ele é um sujeito que, num momento de raiva resolve se vingar de um grupo criminoso que assassinou um de seus amigos (algo que qualquer pessoa nas mesmas condições pensaria em fazer), ele é o sujeito que, confundido com uma celebridade aproveitaria uma festa... E Clark é um brilhante jornalista, buscando de maneira objetiva traçar uma narrativa, buscar um ângulo e uma forma de estabelecer a história da maneira mais lógica e objetiva.
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