Pesquisar este blog

19 de agosto de 2024

{Resenhas de Quem Você vai chamar?} Caça-Lixo: Apocalipzzz

Depois do sucesso de Caça-Fantasmas: Mais Além de 2021 era inevitável que uma continuação, e, Apocalipse de Gelo é a nova adição à franquia lançado em 2024 com o retorno de Gil Kenan como diretor/produtor e beeeeeeeeeeeeem mais nostalgia e Dan Aykroyd do que qualquer filme efetivamente precisaria.

Enquanto o filme de 2021 não é nem de longe uma obra-prima, ele pelo menos consegue acertar o tom dos personagens e definir sua posição na franquia como um reboot em que os personagens são descendentes do - no momento recém falecido Harold Ramis/Dr Egon Spangler - descobrem toda a realidade sobre fantasmas e a tecnologia de caçá-los, carregando uma carga emocional (com Carrie Coon e sua família precisando se mudar e adaptar à nova realidade, tanto de uma cidade nova como da existência de fantasmas). Eu acho que o Paul Rudd não acrescenta muito ao filme e está pior neste segundo e vários dos astros mirins são bem fracos (exceto a Mckenna Grace que rouba a cena toda vez e realmente é boa nos dois filmes, o restante do pessoal são variados níveis de clichês e má atuação).

O grande problema dessa continuação, e grande me parece a palavra mais apropriada, se deve ao elenco incrivelmente inchado. Além de quase todo mundo que participou do filme de 2021, voltam também boa parte dos atores dos filmes originais (incluindo o servidor da prefeitura que não tem pinto) e ainda são acrescentados um novo grupo de atores coadjuvantes (como James Acaster, Patton Oswald ou Kumail Nanjiani). Eu acredito que só faltou os Caça-Fantasmas de 1975 (que andam com um gorila) e o grupo da Melissa McCarthy (mas tal qual Bruno e Voldemort, nós não falamos muito desse pessoal, né?).

Ou seja, quatro Caça-Fantasmas clássicos, quatro Caça-Fantasmas da nova leva (de 2021) com agregados acompanhando (o interesse romântico do guri de Stranger Things e o guri que deveria servir de alívio cômico) e mais três novos personagens, e com isso facilmente já passamos de dois dígitos de personagens - para um filme de menos de 2 horas! Mesmo com um roteiro extrarodinário e bem construído (o que não é o caso), o material acabaria com personagens demais que não tem particularmente alguma função ou propósito.

Como por exemplo o Paul Rudd (cuja trama se resume a ser o padrasto legal que quer ser chamado de pai - é, é isso mesmo) ou o Ernie Hudson (cuja trama é dele ser rico agora e investir nos Caça-Fantasmas), e eu nem sei se vale a pena falar de alguns dos outros personagens que nem isso tem. E aí por outro lado temos o vilão do filme (que deveria amarrar as tramas dos demais personagens e, sabe, servir como a grande e terrível ameaça), e, droga, é algo tão sem imaginação e sem graça que fica difícil de sequer lembrar dele dois segundos depois que deixou a tela.

Esse ponto inclusive, do quão desinteressante o vilão é, se repete em diversos aspectos no filme, com cenas que deveriam ser empolgantes (sabe, como uma perseguição a um fantamsa pelo centro de Nova Iorque) e são tão meh. Não parece haver qualquer senso de urgência ou risco aos personagens em momento algum, então qual é o ponto?
{Editado} Compare com perseguições de carros em algo como Ambulância (sim, do Michael Bay) ou Baby Driver, e você vê a diferença gigantesca entre as cenas. Enquanto o grupo de Caça-Fantasmas parece passear por Nova Iorque atrás de um monstro voador para mostrar seus brinquedinhos novos (que não são usados em nenhuma outra cena do filme), nos filmes citados anteriormente existe um senso constante de urgência e necessidade em cada cena (de perseguição, nesse caso). {Fim da edição}
É tudo tão blasé e sem inspiração que você chega ao final do filme sem entender como um estúdio investiria qualquer quantia nisso.

Nenhum comentário:

Postar um comentário