Depois do sucesso de Caça-Fantasmas: Mais Além de 2021 era inevitável que uma continuação, e, Apocalipse de Gelo é a nova adição à franquia lançado em 2024 com o retorno de Gil Kenan como diretor/produtor e beeeeeeeeeeeeem mais nostalgia e Dan Aykroyd do que qualquer filme efetivamente precisaria.
Enquanto o filme de 2021 não é nem de longe uma obra-prima, ele pelo menos consegue acertar o tom dos personagens e definir sua posição na franquia como um reboot em que os personagens são descendentes do - no momento recém falecido Harold Ramis/Dr Egon Spangler - descobrem toda a realidade sobre fantasmas e a tecnologia de caçá-los, carregando uma carga emocional (com Carrie Coon e sua família precisando se mudar e adaptar à nova realidade, tanto de uma cidade nova como da existência de fantasmas). Eu acho que o Paul Rudd não acrescenta muito ao filme e está pior neste segundo e vários dos astros mirins são bem fracos (exceto a Mckenna Grace que rouba a cena toda vez e realmente é boa nos dois filmes, o restante do pessoal são variados níveis de clichês e má atuação).
O grande problema dessa continuação, e grande me parece a palavra mais apropriada, se deve ao elenco incrivelmente inchado. Além de quase todo mundo que participou do filme de 2021, voltam também boa parte dos atores dos filmes originais (incluindo o servidor da prefeitura que não tem pinto) e ainda são acrescentados um novo grupo de atores coadjuvantes (como James Acaster, Patton Oswald ou Kumail Nanjiani). Eu acredito que só faltou os Caça-Fantasmas de 1975 (que andam com um gorila) e o grupo da Melissa McCarthy (mas tal qual Bruno e Voldemort, nós não falamos muito desse pessoal, né?).
Ou seja, quatro Caça-Fantasmas clássicos, quatro Caça-Fantasmas da nova leva (de 2021) com agregados acompanhando (o interesse romântico do guri de Stranger Things e o guri que deveria servir de alívio cômico) e mais três novos personagens, e com isso facilmente já passamos de dois dígitos de personagens - para um filme de menos de 2 horas! Mesmo com um roteiro extrarodinário e bem construído (o que não é o caso), o material acabaria com personagens demais que não tem particularmente alguma função ou propósito.
Como por exemplo o Paul Rudd (cuja trama se resume a ser o padrasto legal que quer ser chamado de pai - é, é isso mesmo) ou o Ernie Hudson (cuja trama é dele ser rico agora e investir nos Caça-Fantasmas), e eu nem sei se vale a pena falar de alguns dos outros personagens que nem isso tem. E aí por outro lado temos o vilão do filme (que deveria amarrar as tramas dos demais personagens e, sabe, servir como a grande e terrível ameaça), e, droga, é algo tão sem imaginação e sem graça que fica difícil de sequer lembrar dele dois segundos depois que deixou a tela.
Nenhum comentário:
Postar um comentário