Tá, tá, eu sei que 'edição definitiva' volume 1 é meio ridículo e reduntante (se é definitivo como pode ter continuação), mas não vamos discutir com a Panini e suas nomenclaturas de coisas (e eu nem vou falar do 'Final Infinito' que aí é coisa do Jim Starlin, nessa a culpa não cai na Panini) e foquemos no que interessa ou importa.
Tom Strong é mais um dos materiais de Alan Moore para o selo ABC (America's Best Comics - que, sim, é meio prepotente), e, honestamente depois de ler o restante do material é de longe o mais fraco. Promethea genuinamente merece mais destaque do que recebeu (e ainda recebe) e Top Ten pode ter um começo fraco mas tem bastante originalidade e ideias para compensar, além de pegar o ritmo por volta da terceira ou quarta edição e aí o material realmente compensa (e a mini-série de Smax é hilária de começo ao fim), mas Tom Strong? Simplesmente não funciona...
Não que seja ruim ou qualquer coisa, só, bem, não funciona da maneira que Moore quer ou espera que funcione. As histórias são ok na melhor das hipóteses, os personagens são divertidos (na melhor das hipóteses) e o material parece uma cópia apressada de Planetary do Warren Ellis ou ao menos algo que pretende beber da mesma fonte (e, talvez seja só coincidência ou algo do tipo como aconteceu com o lançamento de Atrás da Linha Vermelha e o Resgate de Soldado Ryan foram lançados em 1998 ou alguns anos mais tarde com o Capuz Vermelho/Soldado Invernal... Claro, "coincidência"), mas eu ao menos tenho que reconhecer que existem suas semelhanças, e que o fato que a ideia toda do Moore trabalhando pra Wildstorm (por onde saiu originalmente o Planetary) onde ele acabaria criando o selo ABC para continuar seus trabalhos autorais ao menos sugere que ele tinha acesso ao papo dos bastidores, e talvez tenha gostado de alguma premissa o suficiente para produzir sua própria versão (ainda que obviamente ele nunca admitiria isso em público).
Só que e eu acho que o grande ponto é que tudo parece basante cansado. Moore parece cansado e sem se importar (o que é estranho pois tanto Promethea quanto Top Ten começam alguns meses depois), mas mais até que isso, é que o mundo de Tom Strong parece bastante desinteressante e de certa forma um tanto estéril (pois tudo parece fácil e simples em termos de solução e resolução para o herói titular - droga, várias das histórias são resolvidas nas 22 páginas da edição). Tom Strong nunca parece genuinamente me risco ou desafiado pelas adversidades que enfrenta.
É quase como um Rick (de Rick e Morty) funcional mas sem desafios interessantes.
Quase (porque mesmo isso seria mais interessante).
Eu queria gostar de Tom Strong, juro mesmo. A ideia de atualizar um herói pulp dos anos 1930 para a virada do século XX é interessante e Alan Moore é um grande escritor que, verdade seja dita, já fez coisas bem mais difíceis que isso. Só não funciona...
É bem provável que ao terminar de ler o volume da Panini - ou caso opte por alguma outra versão - você esqueça sequer do que o material se trata. Talvez até fique com alguma vontade de reler Planetary por algum motivo não distinguível...
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