Castlevania Noturnos é uma série que se passa aproximadamente 300 anos após os eventos do final da quarta temporada da série anterior de Castlevania (quando Trevor Belmont e Sypha iniciam a dinastia Belmont que, bem, chega a Ricther Belmont desta série), e ainda que existam vários pontos para conectar os materiais (como o fato que se passam no mesmo universo em que vampiros e Belmonts vivem em constante guerra uns com os outroPs e Drácula foi o maior vampiro de todos), o fato é que o material se sustenta sozinho e funciona bem tanto para quem conhece o material fonte (os jogos), para quem assistiu a série anterior de Warren Ellis e para quem começar a partir do primeiro episódio aqui.
Basicamente estamos na revolução francesa com vampiros (e criaturas da noite e, claro, caçadores de vampiros), e enquanto os poderosos da França enxergam com medo a revolução que toma curso e acham que se aliar com vampiros pode ser uma solução no curto prazo para manter seu poder, do outro lado as pessoas comuns vem lutando para romper seus grilhões e poder viver em paz - e sim, a analogia é absurdamente direta e sem nuance.
São oito episódios com aproximadamente 30 minutos para apresentar o novo grupo de protagonistas e seus conflitos (Richter Belmont que recebe o auxílio da prima Maria e da recém liberta escrava Annete buscando repelir a ameaça da messias vampírica, a Condessa Erzsebet), e, por mais que seja bastante curto e mais estabeleça os principais pontos para que a segunda ou terceira temporadas os desenvolvam, eu acho que funciona bem o suficiente.
Digo suficiente porque, bem, como o segundo parágrafo propõe, a série se passa na revolução francesa (e é nada sútil sobre os motivos que escolheu esse período histórico, e como pretende desevolver a história ao redor das revoltas e das revoluções na Europa, e, claro, principalmente na França, e, enquanto seja uma série que funciona suficientemente bem por conta própria e sozinha, eu preciso dizer que fica bastante estranho esse posicionamento histórico aqui em contrapartida com a vaga condição 'medieval' da primeira série (que ao meu ver funciona melhor).
Adicionar vampiros à revolução francesa como alguma metáfora mal ajambrada acaba diminuindo o significado histórico do evento (seja romantizando os eventos, seja demonizando - mas, sejamos honestos, algo que não funciona exatamente numa animação baseada num jogo de videogame cujo principal propósito e de apresentar dinastias de caçadores de vampiros enfrentando Drácula). E enquanto podemos ignorar tudo isso - e, verdade seja dita a série funciona bem melhor quando ignora, como quando Ricther encontra seu avô Juste e consegue se libertar do trauma de infância de presenciar o assassinato da mãe (nada da história de Ricther, o protagonista por sinal, tem qualquer ligação ou relevância com os eventos históricos que estamos testemunhando).
Não que os demais personagens e tramas não funcionem, é só que, bem, elas tem seus altos e baixos e algumas simplesmente são mais difíceis de se importar (talvez eu esteja na minoria, ou seja insensível, mas achei uma bela bosta toda a trama do cantor de ópera Eddouard, e não ficaria minimamente desapontado se ele sequer for mencionado para a próxima temporada).
Vale a pena conferir, principalmente para começar o mês das bruxas com um tom mais leve.
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