Sim, duas resenhas de novo para um dos filmes mais difíceis de descrever sem spoilers na história, mas, as vezes precisamos fazer alguns sacrifícios e esforços.
007 Sem Tempo para Morrer é o quinto filme da franquia Bond com Daniel Craig no papel principal e ele sofre dos problemas básicos que a franquia enfrentou em todos os seus 25 filmes mas basicamente distribuídos num espaço de quase 3 horas.
Quais problemas você pode me perguntar - sem spoilers, por favor - caro amigo leitor? E eu respondo com o constante cabo de guerra entre a piscadela para as câmeras de uma narrativa irônica e camp que fez parte de muito da história de Bond (tipo os assentos ejetores, chapéus assassinos e basicamente todos os filmes do Roger Moore) com algo mais genuíno, humano e sombrio (que é a base do reboot em Cassino Royale, mas, verdade seja dita é a base de alguns dos melhores filmes antigos com Pierce Brosnan como Goldeneye ou ao menos parte do que tentaram com Timothy Dalton). Essa mescla de genuíno e irônico funciona em uma comédia - ou algo mais pendente para a comédia, como o seriado do Pacificador da HBO (sim, eu pretendo falar muito sobre ele quando a temporada acabar) ou outros trabalhos de James Gunn e Edgar Wright.
007 Sem Tempo para Morrer é o quinto filme da franquia Bond com Daniel Craig no papel principal e ele sofre dos problemas básicos que a franquia enfrentou em todos os seus 25 filmes mas basicamente distribuídos num espaço de quase 3 horas.
Quais problemas você pode me perguntar - sem spoilers, por favor - caro amigo leitor? E eu respondo com o constante cabo de guerra entre a piscadela para as câmeras de uma narrativa irônica e camp que fez parte de muito da história de Bond (tipo os assentos ejetores, chapéus assassinos e basicamente todos os filmes do Roger Moore) com algo mais genuíno, humano e sombrio (que é a base do reboot em Cassino Royale, mas, verdade seja dita é a base de alguns dos melhores filmes antigos com Pierce Brosnan como Goldeneye ou ao menos parte do que tentaram com Timothy Dalton). Essa mescla de genuíno e irônico funciona em uma comédia - ou algo mais pendente para a comédia, como o seriado do Pacificador da HBO (sim, eu pretendo falar muito sobre ele quando a temporada acabar) ou outros trabalhos de James Gunn e Edgar Wright.
É uma linha fina e estreita para se correr e é ainda mais difícil quando se busca mais uma veia dramática (que foi a proposta de Cassino Royale com Bond chorando no chuveiro) e que contrasta pesadamente com cenas, bem, que não são coerentes com esse cenário (como um Bond apático quando uma mulher com quem ele acabou de transar é assassinada, e banhada em petróleo).
O problema é que efetivamente o fã antigo de Bond, o fã velhaco e velhão gosta daqueles filmes *piscadela, piscadela, o assassino mata com chapéu coco * e *piscadela, piscadela, uma modelo extremamente atraente com menos de trinta olha cobiçosamente para Roger Moore com quase 70 anos *, enquanto uma parte significativa do público que, bem, não é exatamente fã disso (ou nunca achou isso particularmente interessante) e que vê grande perspectiva no personagem e suas histórias, se vê animado com as perspectivas com a mudança do protagonista e da direção da série.
Bond tem personalidade, traumas e sentimentos e precisa de mais do que simplesmente chegar em um ambiente para fazer as calcinhas da mulherada cair para o chão. Ele também precisa de mais inteligência para combater os vilões - e lidar com o mundo ao seu redor.
Há mais finsesse e sutileza. Bond precisa vencer num jogo de pôquer, ou resgatar (ou matar) uma pessoa no meio de um gigantesco desfile. Não é usar algum recurso idiota que transforma seu carro num submarino ou apertar um botão no relógio que vira uma bomba (tá, tá, Spectre fez isso e justamente por isso é uma droga de filme).
Com Sem tempo para Morrer essas tensões entre ser genuíno e irônico erodem o roteiro enquanto o filme não sabe exatamente qual lado escolher. Apelamos para os fãs antigos da série com milhares de citações a filmes (melhores) por apelo nostálgico ou construímos uma narrativa própria e coerente que se sustente por base própria?
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