Agora com uma história alternativa com os personagens da DC surgindo em um mundo medieval de capa e espada - que já na primeira edição não deve em nada para Game of Thrones, ainda que com bem menos sexo - mesmo que sem reinventar a roda, o material (com a espetacular arte de Yasmine Putri) empolga e move uma trama interessante o suficiente para, ao menos essas 12 edições prometidas para a série (e talvez algumas continuações).
Um dos lançamentos mais interessantes do ano.
Quer dizer, claro, com Frank Miller, Ann Nocenti, Kevin Smith e Brian Michael Bendis nos nomes que celebraram boas fases a frente do título, dizer que a série é imperdível é meio redundante. Mas grande parte do charme da reinvenção do herói cego da cozinha do inferno a partir de 1998 se deveu a enorme reviravolta da revelação da identidade do personagem ao público, e como os autores trabalharam com isso.
Porém ao final da fase de Mark Waid a Marvel reestruturou o universo Marvel com um mega-evento e deu um paranauê para que a identidade secreta do personagem voltasse a ser um segredo, e, eu até tentei ler as primeiras edições e não me empolgaram. Pulou um tempo e veio a 'grande' ideia do prefeito Fisk (que é requentada de coisas que a gente já viu várias e várias vezes antes) e agora essa ideia segue para uma conclusão (?) com Devil's Reign e, que bosta.
Vamos deixar claro: Eu gostei da fase do Chip Zdarsky a frente do título (ou pelo menos a partir da edição 6 quando o Demolidor fica mais à margem da história e o autor acha sua voz), mas essa história toda do prefeito Fisk me incomoda e irrita. Tá, tá, o personagem policial também me incomoda um pouco (porque fizeram isso com o Justiceiro na fase do Greg Rucka e já não funcionou direito).
Não é uma crítica nem velada nem direta ao Trump e a idiotice que é o Caveira Laranja (na verdade parece o contrário) e não parece de fato acrescentar algo coerente e interessante à mitologia do personagem. Ele é um mafioso extremamente poderoso, qual vantagem pra ele se tornar prefeito?
Bem, finalmente vemos a resposta quando ele - como prefeito de Nova Iorque - consegue instaurar uma enorme força tarefa do exército (Não pense demais) pra caçar super heróis que não são mais autorizados a atuar em Nova Iorque (de novo, não pense demais), enquanto super vilões autorizados pelo governo (você já sacou, né? Não pense demais) caçam os heróis.
Aqui é a mais requentada marmita com tudo que a Marvel lançou nos últimos anos (Guerra Civil, Reinado Sombrio, Shadowland e até o fim da série de seis edições provavelmente mais um bocado de coisas).
Fraco.
Enquanto isso, Inferno surge como um material triste e que me induz lágrimas ao pensar que é o final da fase de Jonathan Hickman - com enorme potencial e material para muitos e muitos anos se a Marvel deixasse - é facilmente o melhor quadrinho nas bancas (?) atualmente.Falta só uma edição para amarrar todas as pontas soltas - ainda que fique claro que muita água ainda vai rolar nos títulos X, e, quem sabe até Hickman volte em algum futuro não muito distante para continuar a trama iniciada em 2019 com Powers e House of X - e já deixa saudades.
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