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8 de agosto de 2020

{Resenhas} Unbandersnatch Kimmy Schmidt (Netflix, 2020)

Kimmy x Reverendo é uma história interativa que mira concluir a 'saga' de Kimmy Schmidt com seu casamento e, invariavelmente, mais uma dezena de desaventuras e loucuras, e, enquanto funcione razoavelmente mesmo sem assistir as quatro temporadas anteriores do série. É bom ter uma ideia das linhas gerais (que a protagonista Kimmy - e um grupo de pessoas - foram sequestradas por um líder de culto, o Reverendo, e, escaparam depois de anos acreditando que a civilização acabara, e, depois de resgatada ela tentava reconstruir sua vida).

O problema desse parágrafo, na verdade, é na palavra 'interativa', pois está usada no sentido mais abrangente possível. São poucas opções e momentos para interagir, e, estas interações raramente resultam em ramificações (ou, para resumir, é bem preguiçoso). 

Primeiro de tudo: Sim, Ellie Kemper É um tesouro inestimável e inquestionável. É quase um Tom Hanks mais novo, e seu carisma transborda pelo roteiro do seriado e deste final com escolhas interativas. Ela é a força motriz, o conduíte que garante que isso funcione MESMO com um roteiro aquém e fraco que peca inúmeras vezes pela preguiça.

Então é importante destacar que toda crítica ao seriado está além das críticas ao trabalho de Kemper.

Pelo contrário, ao escolher uma solução que 'desagrade' o roteiro, ele termina abruptamente de maneira idiota - que muitas vezes é mais engraçado que o restante do material, mas, ainda assim idiota.

Um exemplo disso surge bem ao começo mesmo quando Kimmy tem a opção de ligar para três de suas amigas dos tempos do confinamento, e, dependendo de sua escolha, bem, nada de ruim acontece e a história não se desenrola ao que os personagens quebram a quarta margem e te falam exatamente isso, voltando para uma escolha anterior meio que apontando com uma seta e neon para dizer 'escolha ESSA aqui'.

Sem spoilers, claro (até porque assim eu comentaria cada uma das decisões do episódio e a falta de propósito delas). E isso é preguiçoso por não oferecer uma história maior para estes eventos. Com interações diferentes e até mesmo finais diferentes (sabe, como Black Mirror Bandersnatch?). Claro, dá mais trabalho de fazer isso que fazer uma piada com as últimas temporadas de Game of Thrones, né?

Mas sabe o que dizem sobre teto de vidro, né? Ainda mais quando a produtora do show teve sua boa dose de controvérsias devido ao show 30 Rock (2006-2013) ter no enredo de seus episódios da terceira temporada (ou seja, pouco mais de dez anos atrás) com blackface...

No fim, é interessante mesmo que falte um mínimo de propósito para o uso da interatividade (que é o de permitir múltiplas repetições do material para ver e rever as formas diferentes como o evento se desenrola), quando não existe esse incentivo de rever as decisões anteriores...

Fraquinho, ainda que valha pela curiosidade.

Nota: 4,5/10

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