Nota: 7,0/10 |
Que também poderia se chamar "Harry Potter e a coleção de flashbacks" e acredito até que faria bem mais sentido.
Ainda assim cabe um detalhe no mínimo curioso na tradução brasileira que resolveu/optou por mudar o título para o 'enigma' do príncipe ao invés do 'príncipe mestiço' que é o título no original (Harry Potter and the Half-blood prince, e o nome de príncipe mestiço aparece no interior do livro).
Bem, resumindo a história das polêmicas que o livro da autora já vinha causando no Brasil com aquela seita do bispo com um pombinho branco falando e reforçando que uma obra de ficção sobre uma criança que aprende magia era uma forma de induzir crianças para o ocultismo e outra longa série de bobagens delirantes (AVISO: Cuidado ao clicar nos links, você pode rir de altos delírios absurdos), pareceu no mínimo prudente evitar alguma outra nova controvérsia agora com um termo que, pra dizer o mínimo, é controverso. Dentro do livro ele pode se explicar - como também ocorre com o termo 'trouxa' e outros tantos, mas na capa, bem, precisaria de uma nota de rodapé ou algo do tipo só pra ficar claro que não é um termo racista de maneira específica e explícita...
Legal, então finalmente chegamos ao sexto livro para explicar o que - e do que - eu tanto reclamei no livro 4 e 5: As horcruxes.
Se parecer como spoiler de um livro lançado em 2005 com filme em 2009, bem, me desculpem pelos spoilers leve a moderados...
De maneira bem simples e resumida, as tais horcruxes são pedaços da alma do Lorde das Trevas Voldemort que se conectaram a objetos - que ele selecionou e escolheu - como totens e poderiam servir para trazê-lo de volta à vida caso algo lhe acontecesse.
Considerando que os quatro primeiros livros de Harry Potter enfocam de uma maneira ou outra no retorno de Voldemort, bem, podemos concluir que esses itens são (ou deveriam ser) incrivelmente relevantes, importantes e cruciais para a história...
Porém são apenas apresentados no SEXTO livro (de sete) para retconear os livros anteriores e explicar o contexto para o grande final no livro seguinte tentando da melhor maneira possível preparar o laço para enrolar ao redor da conclusão. E eu acho isso bastante desapontante, ao que repito o que disse em resenhas anteriores que esse livro faria bem mais sentido caso fosse o quarto da série (explicando justamente essa questão das horcruxes antes do retorno de Voldermort e partindo pros próximos livros em busca de mais informações, contexto e informação para garantir que todas elas fossem encontradas).
Inclusive porque esse livro tem em seu cerne uma enorme coleção de flashbacks do passado do Lorde das Trevas e o que ele fez desde sua infância sofrida até o início de sua jornada como, bem, a maior ameaça no mundo da magia... E vemos todos esses flashbacks ENQUANTO o personagem já voltou da morte e tenta reconstruir seu império do mal (no quarto livro, o que significaria quase dois anos já) sem muitos e consideráveis avanços.
Mas também, como avançar em seu plano de dominação e conquista quando você precisa de uma profecia, né?
E é onde eu achei que perde o conteúdo e importância dos livros anteriores, ficando evidente o retcon com mudanças que não combinam ou se encaixam perfeitamente nos eventos apresentados nos livros anteriores.
Enquanto eles poderiam trazer uma busca bem mais importante para os personagens, fica parecendo um enorme desperdício quando sabemos que passaram (principalmente o Lorde das Trevas e sua turminha do barulho) um ano atrás de uma profecia quando haviam artefatos místico com frações da alma do mais perigoso lorde das trevas...
Mais até, o retcon torna uma série das decisões dos livros anteriores bastante estúpida (e no livro final com o plano todo de Dumbledore AINDA mais estúpida). Quer dizer, se o diário de Tom Riddle na Câmara Secreta (o segundo livro) já era uma horcrux, como é que Dumbledore (um dos mais brilhantes magos de todos os tempos) não percebeu ou foi capaz de montar mais estratégias e planos para atuar e impedir...?
Ainda que raso em muitos aspectos e com um retcon que tenta mais que funciona, o livro funciona suficientemente bem e, em detrimento dos livros anteriores, é uma boa retomada ao melhor dos melhores outros livros.
Mais até, o retcon torna uma série das decisões dos livros anteriores bastante estúpida (e no livro final com o plano todo de Dumbledore AINDA mais estúpida). Quer dizer, se o diário de Tom Riddle na Câmara Secreta (o segundo livro) já era uma horcrux, como é que Dumbledore (um dos mais brilhantes magos de todos os tempos) não percebeu ou foi capaz de montar mais estratégias e planos para atuar e impedir...?
Ainda que raso em muitos aspectos e com um retcon que tenta mais que funciona, o livro funciona suficientemente bem e, em detrimento dos livros anteriores, é uma boa retomada ao melhor dos melhores outros livros.
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