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27 de junho de 2019

{Resenhas de quinta} Batman Fodido - Brian Azzarello e Lee Bermejo

Nota: 3,0/10
Pra quem não ouviu falar da série, bem, existem muitos motivos. 
O principal, caso lhe tenha faltada a informação na época, é que a maior carta da DC quando lançou o selo 'Black Label' (sim, igual whisky) era pra servir como uma condição mais arrojada, ousada e que poderia produzir conteúdo que nas hqs tradicionais não seria publicado devido a restrições/censura.

Basicamente seria um espaço para histórias mais violentas, com sexo e temas mais 'adultos' para as histórias tradicionais de super heróis... Sem fazer Brat Pack do Rick Veitch ou The Boys do Garth Ennis, e claro, sem melindrar e alienar o público leitor para com novos e outros quadrinhos da editora.

Então o que esperar? Bem, sexo...
Sério. O grande 'gancho' da primeira edição foi mostrar o pinto do Batman. E é isso.
Por isso esperei a conclusão da série para de fato aferir sobre o material, e, bem, depois de três edições é realmente difícil dizer que é algo diferente da hq que mostra o pinto do Batman.

Tem uma cena bem bizarra na segunda edição que meio que sugere que o Batman enforca/mata a Harlequina e que pode se interpretado de outra forma (afinal momentos antes ela própria tentava estuprar o Batman) e não é algo que eu tenho estômago para interpretar e o fato que a edição 3 sequer tenta contextualizar a cena mostra que eles resolveram fingir que isso simplesmente não aconteceu.

Não sei se desde o começo a ideia era de ter apenas três edições, não sei se a série consegue abordar todas suas ideias de maneira satisfatória (existe toda uma trama paralela sobre o casamento dos Wayne estar em crise, incluindo o pai do Batman tendo um caso) e o fim é um tanto em aberto talvez pra jogar pra torcida o fato de não haver uma ideia central interessante (de novo, a maioria das pessoas vai se lembrar dessa hq por ser a história que mostrou o pinto do Batman - e quem quiser questionar alegando sobre a arte de Lee Bermejo e roteiros do Brian Azzarello numa história do Batman vale lembrar que em 2008 foi publicada a ótima hq Coringa, esta que de fato vale a pena ser lida).

E ainda que eu tenha que dar o braço a torcer e admitir que existe uma ideia bem interessante no terceiro volume sobre a origem do Batman (sem spoilers) que realmente traz uma sacada bem legal, eu acho que ela falha sob maior escrutínio...
Faz falta pra hq uma história mais relevante e uma estrutura mais interessante e não é por falta de talento envolvido na produção.
O que no fim das contas acaba sendo uma pena.
Não recomendo não. Vale mais a pena verificar outras obras da dupla.

Sobre o SPOILER (leia por sua conta e risco a partir de agora o texto escondido em branco):

A grande reviravolta na edição final é a de que Bruce Wayne não sobreviveu ao atentado contra sua família e, por virtude disso sua 'jornada' de combate ao crime e tudo mais é seu inferno pessoal. Tá, talvez seja uma visão simplista mas é um resumo bem acurado da coisa toda (e é interessante para justificar a repetição e constante luta sem fim do morcegão como sendo ele preso no inferno)... 
A não ser que ele esteja no inferno desde o começo da história  somente (no volume 1) por não conseguir sobreviver ao confronto com o Coringa na ponte, e a trama volta para o ponto de partida indicando que num diálogo com o Espectro que reinicia a coisa toda (o que é indicado pelo final da história que se assemelha muito com o começo tentando dar a noção de movimento cíclico)... Só que isso é menos interessante. Mesmo considerando a terceira alternativa, que é a de Batman reencarnando (devido a seu diálogo com o Espectro) como o Coringa (o que é a interpretação mais idiota, é verdade, mas sim, é inferido e possível considerando o material - incluindo as capas das edições).

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