Pesquisar este blog

20 de janeiro de 2019

{Resenhas} Titãs

Titãs lançado ano passado nos EUA (com críticas oscilantes) que chegou agora em janeiro pela Netflix no Brasil (onde recebeu críticas mais amenas e favoráveis) é um dos primeiros seriados da DC em seu serviço de streaming.

A ideia? Adaptar os Jovens Titãs clássicos de 1980 de Marv Wolfman e George Pérez em uma versão com atores de verdade (uma vez que já existem duas animações, sendo uma mais séria que correu de 2003 a 2006 com cinco temporadas, e mais a versão cômica - extremamente odiada lá fora - lançada em 2013 e com um filme lançado ano passado, e, claro, sem contar o seriado Justiça Jovem). Nada de errado com isso, vale destacar, mas sinceramente eu me incomodei com o TOM da série.

Quer dizer, eu entendo quando o Demolidor soca mafiosos repetidamente até se submeterem em batalhas cada vez mais insanas (porque ele É um ninja cego que faz justiça com os punhos) ou o Arqueiro Verde matando gente com seu arco (afinal, luvas de boxe na ponta de flechas não costumam funcionar particularmente bem em um material que não tenha SOC, PUM e ZAS surgindo nas telas quando um golpe é desferido), mas quando o Robin atira uma estrelinha ninja no olho de um criminoso? Ou usa uma tesoura contra a virilha de um torturador? Pra mim isso quer extrapolar demais para um tom sombrio e violento que não combina com os personagens.

Droga, Estelar (que na versão de Wolfman/Pérez e dos desenhos animados) sempre foi uma garota inocente, otimista ainda que fora de seu elemento (o bom e velho peixe fora da água), mas que não foge de uma batalha (e arrebenta) virou uma personagem que está um 'wakka chi wakka' de estar em um blaxploitaiton! Ela até usa roupas de uma prostituta dos anos 70 com aquele casaco de peles nos ombros, o vestido brilhoso e a bota longa com saltos altos  (sem contar, bem a forma como ela é apresentada no seriado, assassinando mafiosos com quem teve um [será que só um?] caso).

Por favor, não estou criticando o corte de cabelo de determinado personagem ou a continuidade meio incoerente (apesar de poder citar exemplos como no primeiro episódio quando Ravena assiste a um episódio de Game of Thrones com Arya perambulando com o Cão de Caça Sandor Clegane - o que acontece pra lá da terceira temporada, que é de evento do terceiro livro - enquanto no episódio seguinte Ravena 'descobre' que o seriado passa a ter dragões - algo que desde o final da temporada, que é também o final do primeiro livro - já está evidente) e sim o tom mais carrancudo e sombrio usado para o grupo de personagens adolescentes.

Esse tom sombrio para os personagens salta AINDA MAIS aos olhos quando o quarto episódio Doom Patrol que traz a Patrulha do Destino (traduzido pra Netflix como "Patrulha dos Condenados") que é simplesmente um deleite. Cada personagem salta aos olhos com uma caracterização que os humaniza brilhantemente - Larry (o Homem Negativo) dançando em cantando na cozinha ao som de Thunderstruck do AC/DC, Cliff (o Homem Robô) se deliciando ao ver uma pessoa saboreando comida e a nuance das expressões de Rita (Mulher Elástica) mantendo um rosto alegre enquanto lida com sua depressão. Eles são tão próximos da versão dos quadrinhos e ao mesmo tempo tão divertidos que é impossível olhar pra isso e pensar porque diabos o restante do seriado tem de ser tão carrancudo e soturno?

Não é de todo mal, mas podiam aprender mais com o episódio da Patrulha do Destino e almejar um tom mais leve e divertido.
Na boa, até consegue empolgar (principalmente depois do quarto episódio), mas o problema tonal ainda é um grande empecilho pra mim porque ele vai solapando e atrapalhando outras coisas...
Como quando o Robin discute que abandonou o Batman por não querer ficar parecido demais com ele - enquanto ele acha normal agir com a violência que age - ou o novo Robin espancando policiais...

Tem potencial, mas está longe de ser bom.
Nota: 6,0/10

Nenhum comentário:

Postar um comentário