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11 de maio de 2018

{Resenhas} Vagabond 26-27

Nota: 10!
Eu e os mangás não somos grandes amigos.
Não sei porque...
Cresci assistindo animações japonesas (Cavaleiros do Zodíaco, Dragon Ball e mais uma dezena de outras menos famosas e que me envergonham mais de admitir que eu assistia - sim, Sailor Moon é o menos ridículo dessa lista) e seriados à Power Rangers (como o Jaspion, Changeman e outros tantos), e, cresci lendo quadrinhos (ainda que mais Turma da Mônica e super heróis) então parecia uma progressão natural para pender a ler os quadrinhos japoneses, não?

Para muitos amigos no colégio foi bastante natural, muitos deles lendo Dragon Ball e Cavaleiros do Zodíaco (e vários deles inclusive comentando que principalmente no caso do segundo, o mangá era muito melhor). Pra mim nunca colou direito.

Acho que a perda de cores diminui alguns trabalhos - o colorido das armaduras dos Cavaleiros do Zodíaco é um grande exemplo, mas mesmo o mundo de Dragon Ball é mais vivo graças ao colorido da animação, e sei que isso pode parecer tolo, mas nestes casos em que eu primeiro assisti ao material eu realmente não consegui migrar para o original de maneira alguma.

Teve depois o caso de Akira em que eu realmente preferi o anime por sua versão mais enxuta da história (menos subtramas e mais direto ao ponto), mas já é outra história.

Efetivamente eu dei o braço a torcer para os quadrinhos japoneses quando li Lobo Solitário e acredito que seja uma das maiores obras primas não só dos quadrinhos japoneses, nem ao menos dos quadrinhos mas obras primas ponto.

Vagabond, contando a história do lendário Miyamoto Musashi consegue construir uma narrativa, que ainda que não tenha a mesma cadência da trama de Itto Ogami, pelo menos consegue prender o leitor de início ao fim e é sem sombra de dúvidas um trabalho primoroso de Takehiko Inoue.
Enquanto a história é famosa e já foi contada várias outras vezes antes (garantindo um Oscar de melhor filme estrangeiro em 1955 para o primeiro filme da saga com Toshiro Mifune no papel principal), Inoue consegue trazer uma cadência brilhante na sua forma de construir o personagem e o mundo no qual está inserido.

É uma longa jornada que vai se desenvolvendo na construção do personagem até se tornar a lenda (que, nesses dois volumes, 26 e 27 está no seu auge enquanto Musashi combate sozinho 70 outros espadachins) depois de dois confrontos grandiosos com os maiores exponentes de uma das maiores escolas do período.

Os volumes em questão são quase ininterruptos com ação, ainda assim mostrando um enorme zelo na construção e desenvolvimento das cenas e até mesmo dos personagens (sim, enquanto Musashi retalha quase 70 espadachins, o autor vai demonstrando alguns vislumbres sobre a vida dessas pessoas e suas motivações). 

Excelente material e recomendado para todos.

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