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17 de maio de 2018

{Resenhas de quinta} Como era infinita minha guerra... (2018)

Tá... Eu gostei do filme.

Não é uma obra-prima (na verdade bem longe disso), com uma trama bastante genérica, com um vilão pouco carismático (que Josh Brolin não parece se esforçar um puto para dar vida a Thanos) em busca do poder supremo por algum motivo idiota em conforme corre o filme acontecem uma série de cenas de ação com bastante pirotecnia... É a receita para um filme pipoca, mas, sejamos honestos, é uma receita que mais vezes que não vem fracassando.

Droga, um vilão pouco carismático se esforçando para obter o poder supremo por algum motivo idiota é o enredo de uns 90% dos filmes lançados (Indiana Jones e o Templo da Perdição só pra citar um exemplo que quase 100% mas é fácil achar mais uma meia dúzia de exemplos sem precisar sair dessa década, ou desse século, ou mesmo do gênero de filmes de quadrinhos).

Me incomodou particularmente porque parece aquela crítica ambiental (que forçaram guela abaixo em Watchmen de 2009, vale lembrar) de que 'não existem recursos suficientes para a população crescente', e, mais do que isso até que os ambientalistas são gente estúpida e alienada (como o vilão Thanos).
A motivação no fim acaba vazia e idiota sem uma explicação consistente (mesmo a explicação idiota nos quadrinhos de que ele está apaixonado pela Morte faz mais sentido), ainda mais que, no fim, a ideia de poder infinito permitiria sem a menor dificuldade resolver o problema dos recursos, né?

Mais que isso eu acho que frigir dos ovos a coisa toda não se encaixa tão bem quanto gostariam (é só lembrar o primeiro Guardiões da Galáxia em que uma das Jóias do Infinito estava ali, só esperando por Thanos e ele manda um capanga buscar, e no fim ele a obtém da mesma forma 'offscreen') e isso sem contar todas as outras gemas que vão se descobrindo nos outros filmes (que, de novo, estavam meio que só esperando Thanos agir antes)...

De fato existe uma enorme qualidade no artificie dos irmãos Russo em construir esse castelo de areia, que, ainda que tenha rachaduras enormes e óbvias, consegue entreter o público de maneira a ignorá-las por tempo o suficiente para se divertir.

Poderia ser melhor? Sem sombra de dúvidas!
Em um mundo perfeito talvez até desse para isso ser uma possibilidade real - mas egos, contratos e uma série de outros fatores externos com toda a certeza interferem para tornar isso possível...
E nem é como se eles não tivessem dez anos e vários filmes para construir o personagem do grande vilão do filme e sua motivação como algo mais tangível e menos raso como o filme traz, né?

Assim como seguir algo que a hq faz brilhantemente que é trazer um grande vilão como esperança para salvar a humanidade (mas, de novo, não é como se em dez anos e dezenas de filmes eles pudessem desenvolver um personagem vilanesco como alguém interessante)

Mas eu vejo que os fãs que hoje enxergam nesse filme como o grande oásis no meio do deserto em breve estarão com opiniões bem diferentes acerca de seu desenvolvimento... Seja a clareza que virá alguns meses após ver (ou rever) o filme agora com a adrenalina a mil e o barato da empolgação, seja pela conclusão que virá na parte 2 (e que obviamente não terá como atender a todas - ou sequer metade - das expectativas nada realistas).

Ou viverão com a negação perpetuamente como os fãs de Star Wars que insistem que O Retorno de Jedi é um bom filme...

Decente como filme, excelente para descontrair e para assistir numa telona sem pensar em mais nada na vida... Mas sem babaquice, dos filmes dos Vingadores ainda prefiro (e muito) A Era de Ultron .

E ainda acho que como com Pantera Negra faltou efetivamente uma nota de reconhecimento aos verdadeiros responsáveis ao trabalho, mesmo que tenha uma notinha para Jim Starlin... Starlin de fato criou Thanos e escreveu a saga maior aqui representada, mas Thanos invadindo a Terra com sua Ordem Negra? Isso é Jonathan Hickman (inclusive a Ordem Negra é coisa do Hickman...)

Nota: 6,0/10

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