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19 de janeiro de 2018

{Resenha} Fargo 3ª Temporada


Continuando a resenhar os materiais excelentes que, por falta de tempo ou qualquer outro motivo que eu possa tentar justificar, ficaram para trás.

A terceira temporada de Fargo lançada em 2017 talvez não seja a melhor temporada do seriado até o momento (sim, a segunda temporada tem extraordinárias performances centrais e uma trama mais complexa - e Bruce Campbell), com uma simplicidade na trama do conflito entre os dois irmãos gêmeos (em situações completamente diferentes na vida e com a interpretação brilhante de Ewan McGregor) expandindo pela coincidência do sobrenome com o do padrasto da policial Gloria Burgle (vivida pela ótima Carrie Coon) morto por acidente e todo um emaranhado de corrupção e trapaça vai se destrinchando e tomando forma conforme vão se descobrindo novas camadas da história pregressa.

Sem mais detalhes sobre a trama, é necessário tecer ao menos um comentário sobre a brilhante construção dos episódios, mesclando estilos diferentes para contar uma história, com um episódio trazendo animação para representar um conto de ficção científica (que exerce surpreendente conexão com os eventos em vigor - quase como Watchmen) ou outro retratando através de música (do conto infantil Pedro e o Lobo onde cada personagem é retratado como um instrumento diferente da orquestra, e, o show tece um paralelo com a trama) e são essas camadas sutis e suaves que vão construindo um mundo maior, mais expansivo.

Não foge do que caracteriza o universo de Fargo (um pequeno erro cresce, se acumula e acaba em uma enorme e destrutiva cadeia sem fim de caos) mas é um pouco mais restrito ao drama familiar, com menos personagens excêntricos e coloridos como nas temporadas anteriores, mas não vejo como um detrimento, até por se aproximar mais da primeira temporada que da segunda (com seu elenco expansivo e várias tramas paralelas se entrelaçando). No entanto acaba com menos ação (afinal, a segunda temporada traz a guerra entre os Gerhardt e Kansas City, enquanto a primeira tem o assassino serial Lorne Malvo), só não vejo isso como um negativo.

Se você procura um seriado inteligente, com uma trama bem construída e personagens bem trabalhados por atores no ápice de seu talento, bem, você não precisa procurar muito mais (e, francamente, vai ser difícil achar algo melhor).

Nota: 9,0/10

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