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15 de dezembro de 2017

{Resenhas} O Artista do Desastre (2017)

Oh hi, Mark!
Se eu acho estranho explicar The Room (e isso já fazem mais de dois anos agora), explicar um filme SOBRE The Room sobre o qual já estão falando de rumores para o Oscar para James Franco e algo do tipo só pode levantar as mais absurdas e perturbadoras questões se isso é um sonho dentro de um sonho ou se foram rompidas as barreiras da quinta dimensão (ou de além da imaginação, ou de qualquer livro do Phillip K Dick).

É um nível tão rocambolesco de camadas que formam a estrutura desse filme (sobre um livro escrito dos bastidores do filmes original de Tommy Wiseau) que por diversos motivos não deveria dar certo... Mas dá.

E enquanto eu não partilho do otimismo e elevado grau de entusiasmo dos argumentos sobre prêmios e o que mais, eu realmente acho que é um dos filmes mais interessantes do ano (ainda que a bagagem de assistir o filme de Wiseau seja efetivamente necessária para desfrutar bem melhor do filme - inclusive de seu humor).

Mas está longe de ser a pérola que todo mundo está tentando vender... É um filme cheio de falhas, principalmente no que tange a percepção de seus personagens como críveis somente baseado no que o roteiro apresenta - e não numa dimensão maior que requer conhecer um pouco mais, e mais abrangente, sobre estas pessoas. E isso acaba um tanto confuso, principalmente num cenário em que essas personagens SÃO pessoas - e pessoas envolvidas com o processo criativo que resultou no filme. Fica a questão da parcialidade e subjetividade das partes envolvidas (e dos produtores para garantirem os direitos ao filme) ao mesmo tempo que a análise mais abrangente sobre, bem, porque fazer esse filme em primeiro lugar.

Não quero caçoar de James Franco ou de suas escolhas, mas, bem, não é à toa que ele tem uma aura de sujeito escroto, e, as escolhas do filme muitas vezes parecem ressoar numa escolha para caçoar de Wiseau (que se tornou um ícone e uma referência nos submundos da internet) com aquela superioridade elitista de 'grande ator de grandes estúdios', e, por mais que Franco realmente evoque o melhor Wiseau (que sua limitada capacidade de ator permite) por vezes parece mais gozação (como tantas que é tão fácil achar por aí - como a versão de Batman estrelando Tommy Wiseau) que uma tentativa de realmente contar a história.

OU pelo menos pareceu para mim, mas vale lembrar que o verdadeiro Wisaeu é uma figura bastante peculiar e bizarra em seu próprio direito - e ele abraçou plenamente o filme.. Então, não sei se é só má impressão, mas, bem, pareceu.

Divertido, mas ainda prefiro o original...

Nota: 7,0/10

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