Pesquisar este blog

29 de junho de 2017

{Resenhas de quinta} Wolverdose de Wolverine!

Lendo as velhas histórias do mutante canadense Wolverine publicadas pela Panini na Coleção Histórica Marvel Wolverine (edições 1 a 4) que trazem desde o inicio da fase de Madripoor/Caolho  que começa em 1988 quando Wolverine e os demais X-men foram dados como mortos e ele usa um tapa-olho como disfarce, bem, eu tenho que admitir que datado é uma palavra que cabe perfeitamente bem, mas não apenas.

É fácil passar pelo fato que é datado em histórias como a do Wolverine contra o Hulk (Cinza conhecido como Sr. Tira-Teima) que tem um viés de Looney Tunes e uma história insana e absurda, mas ao mesmo tempo bastante divertida, assim como a alucinada saga de Peter David, a Pedra do Geena e isso também vale para outros contos curtos mais sérios (a história em que Wolverine caça um grupo de assassinos e, em outra em que é a caça do vilão Dentes de Sabre)...

Em outros momentos, como com o general (com cara de Pablo Escobar) que resolve criar um super-herói com poderes de cocaína (é isso mesmo que você leu) para defender seu país, um país com uma adolescente mutante com o nome La Bandera (que tem o poder de INSPIRAR as pessoas - e, sim, também é isso que você leu, e eu nem cheguei ainda no ponto mais ridículo), e, bem, ainda temos um androide nazista obcecado com depilação que pesquisa e desenvolve a cocaína que dá super poderes - que na verdade é um esporo alienígena criado há milênios atrás em uma batalha entre seres cósmicos (ta-dah!), bem, fica mais difícil para dizer o mínimo.

Sim, é verdade que em dois anos a série passa pelas mãos de três autores: Chris Claremont que escreveu a mini-série original e as histórias curtas da Marvel Comics Presents 1 a 10 e as primeiras dez edições, seguido por Peter David no arco A Pedra do Geena em seis partes e Archie Goodwin que segue até a edição 23! E é verdade também que isso propicia uma mudança enorme de tom nas histórias, mas, sinceramente, eu não consigo enxergar nisso como o grande problema para a
coleção, mas sim a repetição de um mesmo tema por QUATRO vezes (três autores e os três usando a mesma artimanha) a do vilão da vez ver no mutante canadense a porta ou caminho para a realização de seu plano perverso (e, esse plano perverso depende de controlar Wolverine - seja por uma mutante vampira, espada demoníaca, por um vampiro ancestral ou, de novo, um esporo alienígena que incorpora cocaína).

Como cada uma das tentativas tem diferentes graus de sucesso com essa mesma estrutura - David produz algo mais divertido que os demais ao abordar tudo com comicidade e focando no absurdo e ridículo, mas ao menos Claremont tem chances de escrever outras histórias mais interessantes, apresentando vilões diferentes e curiosos, mas droga, ele fez isso DUAS vezes!

No fim, caímos num material que, sim é datado pela sua estrutura e condição (o mesmo se diz do Demolidor do Frank Miller, por exemplo, afinal estão atrelados as constrições da época para publicação de quadrinhos) ainda mais em comparação com o que vinha começando na DC com o selo Vertigo (Homem Animal, Monstro do Pântano e Sandman são mais ou menos desse mesmo período de 1988). Não diminui o que é bom nos volumes 2 e 3, mas o contraste com certeza solapa o que é ruim...
Notas:
Volume 1 - 5,0/10
Volume 2 - 8,5/10
Volume 3 - 7,5/10
Volume 4 - 3,5/10

Um comentário:

  1. tenho a edição 2. é muito bom ter HQs antigas.(desenhos e contextos históricos da época) muito melhor das atuais que são complexas e incompletas. confesso que o único erro dessa Hq é não dizer precisamente em qual ano que se passa. Pois não tenho acesso a primeira edição onde isso pode estar dizendo.

    ResponderExcluir