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15 de junho de 2017

{Resenhas de quinta} O Xerife da Babilônia - Bang. Bang. Bang.

Em tempos de Lava-Jato com toda a atenção sobre o palco da corrupção brasileira e todo um vitimismo que faz parecer que corrupção, incompetência e criminalidade são invenções nacionais, surge um pouco de refresco para nos mostrar com louvores que, bem, o Tio Sam não é tão santo quanto a mídia adora fazer parecer...
Sempre virando o rosto quando é cômodo e fazendo acordos escusos para garantir contratos polpudos (desde que os bolsos certos recebam o dinheiro). Não é exclusividade desta obra de Tom King, claro, Jonathan Frazen já trouxe o assunto (ainda que de maneira mais escrachada) em seu Liberdade anos atrás, mas há algo de diferente no contexto bastante pessoal e o peso da bagagem que Tom King - que serviu no Iraque na época e conhece as histórias e bastidores - que torna as situações e absurdos muito mais palpáveis que meros pontos de argumento.

Então esse aspecto da experiência pessoal se traduz em uma história que, ainda que cheia de surrealismo permeando o que deveria ser a normalidade e trilhando a conturbada situação histórica, que, ainda que recente só nos chegou sob os filtros das emissoras de televisão e outros veículos de mídia. 2004 não permitia uma visão objetiva e clara (e, verdade seja dita ainda hoje é bastante cedo), num cenário em que os super heróis começavam a pulular nas telas do cinema para suprir uma demanda por um salvador inquestionável e infalível que surgisse quando nada mais se podia esperar, um super herói que preveniria os ataques ao World Trade Center, prenderia Osama Bin Laden e ainda teria tempo para tomar o chá das cinco. Desculpe, é norte-americano, para comer cachorro quente com uma águia careca com fogos de artifício ao fundo...

Eu já tinha comentado um pouco sobre o volume original quando saiu, mas comprei a edição da Panini e reli o material, e, confesso que fiquei impressionado com a qualidade da tradução (parece bobagem, eu sei, mas eu já vi cada absurdo da editora do pãozinho redondo...), mas confesso que achei o acabamento um tanto pobre para um material de tamanho calibre.
Pô, cabia uma capa dura ou mesmo alguma estrutura menos pobre da contra-capa branca e que cai direto no roteiro...
Sei que tem uma diferença no pagamento de royalties e direitos autorais que definem a diferença no valor da tiragem e tudo mais, mas, bem, quem está disposto a comprar um material desse (que é de extrema qualidade) se dispõe a gastar um quinhão a mais por uma versão melhor...

E sim, eu sei que é pequeneza, mas é a pequeneza que faz bastante diferença na conservação do material pelos anos e anos (que o material merece).

Nota: 10, com louvor no roteiro e arte, mas perde um meio pontinho pelo acabamento da Panini, então nota final 9,5.

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