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31 de março de 2017

{Resenhas} Ghost in the Shell (1995)


Se eu disser que entendi todo o contexto de Ghost in the Shell, a excelente animação japonesa de Mamoru Oshii lançada em 1995 eu REALMENTE estarei mentindo.
E muito.

Tá, eu posso resumir como um "Blade Runner japonês" de maneira bem genérica e vaga, mas é mais do que isso, e talvez seja o excesso de diálogo e exposição através de diálogo, talvez seja o fato que eu não consegui entrar no clima da história em todas as tentativas de assistir à animação (dormi mais de uma vez, e em outras tentativas 
assisti ao filme entrecortado).
Existem coisas demais disputando por atenção e que requerem explicações demais para fazer sentido (por um lado existem androides perfeitamente humanos - e o filme enfoca um pouco no que isso significa - enquanto por outro existe toda uma convoluta e complexa questão política/diplomática - que o filme tenta enfocar e fazer sentido).

Também não ajuda o que descobri recentemente sobre a 'qualidade' das legendas ao adaptar e mudar o contexto do original para coisas que fazem ainda menos sentido (na versão em inglês, a androide Major comenta que está irritadiça devido a sua menstruação... Sim, uma androide que menstrua, você leu corretamente), e, com isso acabamos com algo que me faz revolver sobre o tema de como - e quanto - acaba se perdendo na tradução, e o quanto se perde na execução.

Quer dizer, a questão político/diplomática que o filme enfoca é realmente importante? O debate filosófico sobre a humanidade artificial dos robôs - e o quanto, talvez, seja artificial a humanidade de, bem, humanos - é devidamente desenvolvida?
E eu não tenho as respostas para essas perguntas.

Acho o filme muito bonito, acho que existe muita coisa louvável, mas eu não consigo dizer com qualquer sinceridade, que eu entendi tudo que nele se expõe.
Sim, existem cenas de ação muito interessantes, e outras cenas muito bem conduzidas - panorâmicas, por exemplo - só que eu termino sempre coçando a cabeça e me perguntando se isso tudo se assomou para alguma coisa. Se essa cena de ação ou aquela panorâmica ajudou a contextualizar os vinte minutos de diálogos expositivos (que parecem uma chatissima palestra com um expositor desmotivado, falando com uma voz monótona). 

Quero dar outra chance ao material, sem sombra de dúvidas, talvez depois de assistir o filme com Scarlett Johansson e até mesmo ler os quadrinhos que a JBC publicou no fim do ano passado (mas ainda está caro pra caramba) eu consiga rever com outros olhos, e, até mesmo entender o filme.

Até lá, são apenas as cenas de ação, as panorâmicas e os peitinhos que chamam a atenção para o filme...

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