{Resenha} Conduta de Risco (2007)

Michael Clayton, Michael Clayton, etc, etc.

Além do horroroso título, que curiosamente é um pouco melhor em português (Michael Clayton é o título original com a adaptação para 'Conduta de Risco' e ambos são inócuos até dizer chega sobre o que o filme tenciona), esse é um daqueles filmes que eu tenho de frisar e destacar de tempos em tempos, uma vez que ele poucas e raras vezes é lembrado pelo seu merecido talento e trabalho.
Não é o único grande problema - mas o grande problema do filme é um spoiler sobre uma cena crucial para a trama, então...

Esse É um dos melhores filmes das últimas décadas e injustiçado pelo simples fato de que foi lançado em um péssimo ano em termos de concorrência e acabou eclipsado competindo com filmes como 'Sangue Negro' (com mais outra magistral performance de Daniel Day-Lewis e a incrível direção de Paul Thomas Anderson) e 'Onde os Fracos não tem vez' (dos Coen com a soturna e perturbadora performance de Javier Bardem que continua a perseguir os pesadelos de todo mundo que joga cara e coroa).

Sobrou a estelar atuação de Tilda Swinton (que até hoje não a lembro em papel ruim, mas aqui realmente se destaca) e um roteiro astuto e sagaz que exceto por um enorme defeito em minha opinião (não quero fingir que o filme é perfeito, principalmente quando toda a situação revolvendo a explosão da qual se safa o titular Michael Clayton é ridícula). Mas não é só isso, pois com uma nenhum pouco velada crítica à gigantesca Monsanto, o filme traz luz sobre a tenebrosa realidade de areia movediça que é o corrupto mundo do direito profissional e como a legislação se dobra a necessidade das grandes corporações mais que o contrário.

Talvez eu goste do filme justamente por ilustrar essa terrível realidade (que um ambientalista tem de lidar todos os dias, afinal, quantos foram presos pelo crime ambiental - quer dizer, 'catástrofe' - em Mariana mesmo?), mas eu acredito que a bela trama, o excelente trabalho da direção e atores ajuda também.

Nota: 9,0/10