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2 de dezembro de 2016

{RESENHAS} Jackie Brown (Quentin Tarantino)

Eu não sei o que acontece, principalmente com críticos, com o desprezo enorme existente sobre esse filme. Relegado ao esquecimento por 'fãs' de Tarantino que acham este filme uma obra inferior (ha!), eu só posso dizer após assistir este e aos demais filmes do diretor que essa é sua melhor obra.
Ponto.

Não tem discussão, não tem choro, não tem vela.
Os outros trabalhos são uma pálida lembrança da genialidade da atuação de Pam Grier, do excelente (e intrincado) roteiro, da belíssima composição de cenas e orgânica estrutura da mescla de músicas com as cenas.

Sem a mínima comparação para as demais, ao menos em minha opinião, e, talvez justamente por não cair no clichê e estrutura básica de toda aquela bobageira tarantinesca tentando parecer fodão com extra doses de violência, machismo/racismo e referências tolas de cultura pop (ou mudanças masturbatórias da história).

Jackie Brown é um filme complexo, sobre pessoas complexas (e isso é o que eu acho mais interessante) todas arquitetando suas próprias redes de mentiras e intrincados relacionamentos uns com os outros. E é justamente esse lado humano que constrói (e destrói) os relacionamentos de cada um dos personagens, assim como todo o altamente elaborado plano (de roubo ou, sob outra perspectiva de prisão). O roteiro é impecável, e sem sombra de dúvidas o melhor que Tarantino já produziu - com peças geniais que vão do desconforto constante de Louis, vivido por Robert De Niro ou o quanto não se pode confiar que Melanie, a não ser que ela será sempre Melanie...

O grande trunfo do filme reside numa direção bem diferente de Tarantino, mais sútil, mais contida (a cena inicial já mostra bem isso com Jackie caminhando pelo aeroporto, mas a cena final com a mesma Pam Grier acompanhando uma canção no rádio - e tentando controlar as lágrimas - são exemplos incríveis do que estou dizendo).
E eu nem falei de Samuel L Jackson, Michael Keaton ou Robert Forster...

Espetacular, é pouco.

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