Brazil de Terry Gilliam é o tipo de filme que deveria ser obrigatório. Repito O-BRI-GA-TÓ-RIO!
Droga, se você até os 25 não assistiu deveria ser impedido de se formar na faculdade!
É um filme sobre a burocracia e a incompreensão e absurdos que a ela são inerentes. O quanto nossa vida fica mais bizarra pela prisão da papelada - e, de certa forma cômica.
Quer dizer, não exatamente cômica, até porque o filme é bastante sombrio, com um universo que, como o próprio Gilliam descreveu é como uma continuação para 1984 de George Orwell. Há um governo totalitário que controla a vida das pessoas a sua revelia, há uma realidade cinza e opressora que domina e suplanta o espírito humano, mas há algo a mais.
As belíssimas sequências de sonhos - com imagens deslumbrantes e que só poderiam sair da mente e do talento de Gilliam com o anjo, a musa, o samurai do lixo...
Além disso há o humor reticente que não escapa do clássico material pythoniano (que vale lembrar trouxe a brilhante companhia de seguros bucaneira em 'O Sentido da Vida' além de outras bizarras e insanas colaborações).
Então é '1984' encontra 'Monty Python'? Bem, sim e não.
A comédia raramente é tola e com um propósito de induzir risos - mas mais pungente na ideia de provocar confusão e causar estranhamento - enquanto a condição totalitária serve mais para buscar uma análise sobre a natureza e o poder do indivíduo em um universo que exige e demanda a conformidade,
É 1984 SE escrito pelo pessoal do Monty Python, focando nos absurdos, abusos e no ridículo (e menos no governo totalitário).
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