Puta que pariu!
Sério, não tem como começar diferente essa resenha.
Grant Morrison pega um time da série 'D', que não oferece nenhum diferencial ou interesse e o torna, bem, ao menos interessante por oferecer toda uma série e gama de perspectivas diferentes.
A Patrulha do Destino é basicamente os X-men da DC (criados, inclusive, antes dos X-men, só que por tratar de adultos que aceitam seus poderes bizarros para atuar como heróis, a trupe nunca foi exatamente popular, e, sem dúvida, nada perto da equipe da Marvel). A diferença é que até 1989 a trupe não tinha Grant Morrison.
(Tudo bem que a edição que precede a chegada do escocês termina com o grupo devastado, dilacerado e, bem, bem ferrado que é o ponto em que começa 'Rastejando dos escombros').
Rastejando dos Escombros começa com o bizarro grupo se recompondo, com seus integrantes dispersos (alguns internados em hospitais, outros em manicômios e alguns simplesmente relutantes com a ideia de continuar a atuar como heróis). Aos poucos a história vai ganhando forma, e a bizarra ameaça se apresenta (sob a forma de uma cidade filosófica que ganha vida e traz monstros tesouras para nossa realidade para 'roubar' pessoas - e eu não poderia inventar isso nem se quisesse).
Um personagem nulo se torna um transexual ao ter seu corpo e mente fundidos com o de uma mulher - e tudo isso leva ao processo de ajuste e adaptação à nova realidade, sem qualquer vulgaridade ou generalização. Pelo contrário, é um processo de aceitação.
O mesmo acontece com o adroide lidando com sua falta de humanidade ou a garotinha Dorothy com sua aparência horrenda. A Patrulha do Destino é um lugar onde os párias são aceitos, e, mais que isso, bem vindos e encorajados.
A arte também merece um elogio, pois graças ao excelente trabalho de Richard Case e Doug Braithwaite que os pesadelos criados para essa edição ganham vida.
Pode até não ser o melhor trabalho de Morrison, alguns temas se repetem (e são aprimorados) em outras obras, mas vale muito a pena dar uma conferida.
Que venha a "Pintura que devorou Paris"!
Nota: 9,0/10.
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