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28 de janeiro de 2016

{RESENHAS DO OSCAR} E os azarões vão para ...!

Nota: 9,0/10
Ponte de espiões dirigido por Steven Spielberg traz a melhor atuação de Tom Hanks desde, bem, Naufrago de 2000 pelo menos, e o melhor de Spielberg desde... Uau, essa é mais difícil, até porque o seu último filme Lincoln foi bastante adorado pela crítica (não por mim), e eu achei As Aventuras de Tintim pelo menos simpático. Pra mim, o último inquestionável é Munique de 2005 (só porque Lincoln é chaaaaaato mas a crítica adorou), e, é bem próxima da toada do filme: Um evento notório ainda que pouco conhecido narrado por um exímio diretor.

O carisma de Hanks é o que move um filme denso e complexo sobre um dos períodos mais intrincados da história recente (a construção do muro de Berlin). Vários grupos com diferentes intentos e propósitos trabalhando por suas motivações particulares. Ninguém disposto a ceder, assim como todos temendo o início de um conflito (afinal, o mínimo movimento falso poderia levar à aniquilação global graças a todas aquelas bombas nucleares).
A guerra fria foi uma guerra de diplomacia e esse é justamente o início disso tudo.

O retrato de Spielberg sobre o período é exatamente isso: Sútil, cheio de nuances e que depende do talento de seu elenco espetacular.
Mark Rylance como o espião russo Rudolf Abel reflete bastante disso. Estoico e sério ele se mantém impassível diante da situação impossível em que está, demonstrando sua clareza e determinação - além de porque seu personagem é um talentoso espião.

Nota: 9,5/10
Eu não sei exatamente porque eu não falei ainda sobre Mad Max: A estrada da Fúria direito (por mais que eu tenha comentado algumas vezes sobre como achei que é o melhor filme de 2015 e que inclusive mereceria o Oscar por nesse quesito, e, em uma de minhas listas de melhores filmes de todos os tempos.

É um filme de ação que prende o espectador de começo ao fim, como Duro de Matar de 1988, só que existe beeeem mais do que no ótimo filme de Bruce Willis e o finado Alan Rickman.
Inclusive pelo fato de, como no filme com Willis, a ação ser tão bem conduzida que não existe aquele sentimento que o protagonista está a salvo (já assisti o filme várias vezes e, mesmo sabendo o final, mesmo sabendo que tem/terá continuações existe um perigo tangível e real).

O cenário desolador das terras abandonadas desse mundo apocalíptico serve o propósito, como na franquia Fallout, de oferecer um amplo horizonte para contemplação em meio ao absurdo da realidade ao redor. Como Max questiona, logo no começo de seu monólogo: "Fui eu quem enlouqueceu ou o mundo?"

Mas é nesse cenário absurdo que permite justamente a hipérbole - e o contraste pelo absurdo. A luta por alimento e sobrevivência elevada à décima potência, enquanto a crueldade humana demonstra não conhecer limites, e quase em contrapartida vemos num curioso senso de igualdade entre os sexos por Furiosa e Max (e não só eles, ainda que sejam os dois personagens a demonstrar mais a compreensão das virtudes um do outro e o quanto cada um pode oferecer para a situação em que estão) que permite o questionamento do quão absurdo o é em nosso 'mundo real'.

A performance de Charlize Theron, inclusive, foi espetacular. A atriz conseguiu uma gama interessante (dentro do contexto), e, francamente é uma das mais interessantes atuações femininas que eu vi em 2015 (de longe melhor que Jennifer Lawrence por Joy...)

Spotlight e A Aposta trazem histórias reais adaptadas adaptadas para, bem, servir a uma condição narrativa hollywoodiana básica: heróis, vilões e uma considerável glamourização do lado destacado da história - como os bravos jornalistas que investigaram os crimes da igreja católica ou os bravos empresários que enriqueceram provando que o sistema financeiro americano estava falindo...
Nada novo aqui, e, francamente nem muito interessante.

O Quarto de Jack e Brooklyn são filmes que eu francamente não ouvi falar, no caso de O Quarto de Jack até o Globo de Ouro.
O primeiro parece, ao menos, razoavelmente interessante ainda que nada memorável.
O segundo nem isso (droga, quantas vezes essa história do sofrido imigrante que chega na terra da oportunidade já foi contada?)...

Francamente, não vejo nenhuma chance para nenhum destes seis. mesmo que dois deles sejam em minha opinião superiores aos favoritos - e vejo pelo menos uns três ou quatro filmes que mereciam bem mais uma indicação, como Os Oito Odiados ou Ex-Machina.

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