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16 de julho de 2015

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We stand on Guard# 1
(Roteiros: Brian K Vaughan, Arte: Steve Skroce, Image Comics, 40 páginas. Publicado em 01 de julho de 2015).

Tudo que você precisa entender da série está sumarizado nessa imagem ao lado da maneira mais básica: Os EUA invadem o Canadá - e a resistência canadense luta de volta. E existem robôs gigantes... (portanto é o futuro - não muito distante, porém distante).
Ponto.
É uma ode ao Canadá - tudo começa no ano de 2112 (o quarto álbum do Rush, o power trio canadense), os eventos se dão num cenário frio e nevado, com alces e macieiras... Droga, há até uma analogia com o Superman de como o Canadá é Krypton mandando para o resto do mundo seus filhos para se tornarem ainda maiores.
Sim, ufanista é pouco.
Interessante, porém, bem pouco.
Quer dizer, os personagens são genéricos, a história é bem pouco inspirada, os fatos não agregam algo realmente notável (qual o ponto além de 'O Canadá é foda'? Se tivesse algum poderia ser o novo Y: O último homem). Mesmo o motivo é meio genérico e sem graça - uma invasão pelo controle da água.
A arte salta aos olhos, sem dúvidas e cria uma atmosfera fantástica, pena que falta conteúdo.
Quase parece aquelas obrigações contratuais que estão nas letrinhas pequenas e que o autor se vê frustrado/puto por estarem ali e então resolve fazer qualquer coisa...
E aí sai alguma coisa como isso.
Nota: 4,0/10.

The Spirit# 1
(Roteiros: Matt Wagner, Arte: Dan Schkade, Dynamite Studios, 25 páginas. Publicado em 01 de julho de 2015).

Vira e meche alguém resolve ressuscitar a criação de Will Eisner para ganhar alguns trocados na base da nostalgia.
É uma pena, verdade seja dita, uma vez que quem leu ou lia esse material, bem, passou dos quarenta anos no mínimo (a última leva de histórias inéditas de Will Eisner saiu na década de 80, quem leu o original da década de 40 então...)
Algumas tentativas são melhores sucedidas que outras, mas no geral tudo se resume a algo bastante desnecessário.
Eisner é um gênio ímpar e seu talento produziu histórias fenomenais que são incomparáveis, e por mais que seja um pouco caro encontrar todo o material do mestre... Vale a pena ao menos alguns breves vislumbres, pois mesmo nos momentos mais clichês, mesmo os materiais mais sem graça do que Eisner fez, tinham algo que falta e muito aos quadrinhos atuais: Coração.
Só que esse não é um quadrinho de Will Eisner, e acaba numa analogia fantástica que Brad Meltzer fez: É como se alguém se fantasiasse do seu irmão falecido e batesse em sua porta.
Por melhores que sejam as intenções...
Nota: 3,0/10.

The Walking Dead# 144
(Roteiros: Robert Kirkman, Arte: Charlie Adlard, Image Comics, 25 páginas. Publicado em 08 de julho de 2015).

Sabe o que seria legal para a edição 150 que deve fechar o ano e celebrar um número marco (atualmente bem grandioso, considerando por exemplo que Demolidor já resetou três vezes desde a chegada de Mark Waid... Em 2011)? Que a série trouxesse algo diferente.
Sei lá, que o Rick e os outros protagonistas que não tem mais o que acrescentar morressem de difteria ou febre maculosa e eles descobrissem no meio do caminho que existe uma sociedade perfeitamente sustentável e funcional existindo no México (droga, talvez todo o hemisfério sul pra ficar ainda melhor)...
Seria legal o México construindo muralhas para impedir os imigrantes, seria interessante uma mudança tonal de que existe um mundo 'normal' e que o apocalipse zumbi norte americano pode ser parte de um cenário global (ainda) mais tenebroso (uma arma química ou mesmo uma guerra velada ocorrendo enquanto os sobreviventes acham que o mundo acabou), e seria definitivamente mais interessante ver um mundo mais amplo sem essas babaquices de vilão da vez que só estão ficando piores!
Droga a da vez inclusive usa uma bosta duma máscara (não que ela não seja ameaçadora, não é isso, eu inclusive acho a Alpha uma vilã melhor que o Negan e vários outros durante toda a série, mas ela não precisava de uma máscara e um apelido de super vilão...)!
O próximo terá um monóculo e um bigode fininho retorcido? Usará um terno chamativo com pontos de exclamação cometendo crimes de maneira sistemática que deixa pistas para sua próxima empreitada?
E, mais importante... Porque a série precisa desses vilões mesmo...?
(Claro que é para abastecer ideias pra série de televisão, até porque o ótimo game conseguiu duas temporadas excelentes sem se importar muito com a construção de um grande vilão principal - além da situação caótica em que esse pessoal vive).
Mas sabe o que seria legal mesmo? Se a série tivesse ou ao menos indicasse que terá um fim.
Ei, foi bom enquanto durou, os zumbis venceram e agora constroem sua própria civilização fracassada e lero-lero-lero... Sei lá. Só uma conclusão para que não se torne exatamente o que as séries autorais não devem ser: Repetitivas e cansativas.
E isso é importante para definir o que fazem as grandes histórias. Elas acabam.
Bem ou mal, todas elas acabam.

Nota: 6,0/10

Hawkeye# 22
(Roteiros: Matt Fraction, Arte: David Aja, Image Comics, 30 páginas. Publicado em 15 de julho de 2015).

Voltando ao argumento que boas séries chegam a um final, olha que conveniente?
Ainda que o Gavião Arqueiro esteja longe de ser o Vingador mais patético da história do grupo (mais pelo fato que a competição nessa parte de baixo do grupo é enorme com tipos como Doutor Druida, Demolição, Garra Prateada e Triatlo), mas, e verdade seja dita, ele sempre foi uma cópia barata do Arqueiro Verde, e a Marvel nunca se importou muito em brincar com isso.
O Arqueiro Verde tem uma rixa com o Batman? Então o Gavião Arqueiro tem uma rixa com o Capitão América!
O Arqueiro Verde é encrenqueiro e politizado (de esquerda)? Então o Gavião Arqueiro é encrenqueiro e politizado (mais para o centro-direita)!
Até inventaram uma cópia da Canário Negro para servir de interesse romântico tumultuado...
Então vieram Matt Fraction e David Aja e aproveitaram um personagem desinteressante para desenvolver algo diferente e único, no que surgiu esse que ainda longe de ser um título cerebral e brilhante, é inventivo (principalmente visualmente graças ao brilhante David Aja), e sai do mesmismo convencionado às histórias de super-heróis, principalmente estabelecendo ao personagem sua própria luz fora da sombra do Arqueiro Verde. E funciona (olha que bizarro, dar liberdade criativa e voz a um escritor curiosamente dá resultado!). Quer dizer, até a Marvel decidir que precisa voltar a copiar o Arqueiro Verde como trazendo a mesma equipe criativa do arqueiro esmeralda (que deve acontecer a partir de setembro com Andrea Sorrentino e Jeff Lemire)...
De novo, está cheio de elementos bobos e que não são a oitava maravilha (a gangue que chama todo mundo de 'Bro' é bem estúpida, e o assassino palhaço não fica longe no grau de tolice), mas a história consegue dar o nó em volta desses absurdos entendendo sua necessidade na condução e perspectiva de um universo de quadrinhos, mas há uma série de elementos humanos interessantes (como os conflitos de Kate Bishop e sua família, sem dúvida o elemento mais interessante da história) e reforçando as noções estéticas de David Aja desafiam convenções na estrutura narrativa como poucos.

Nota: 9/10.

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