(Roteiros: Vários, Arte: Vários, DC Comics, em média 22 páginas com preço médio de US$2,99).
Quando as comemorações dos 75 anos do Batman começaram, não parece exatamente que os envolvidos tinham em mente uma série semanal em 52 capítulos como sequer uma possibilidade ou ideia, por um sem número de motivos.
O principal é que não falta espaço para o protagonista (com três séries mensais - Batman, Batman e Robin e Detective Comics - pelo menos duas digitais semanais, ainda que um pouco fora da continuidade regular - Batman '66 e Batman Arkham Knight... sem contar a série Beyond E a já encerrada Lil' Gotham), ou os coadjuvantes (Batgirl tem série mensal, Red Hood tem série mensal, Red Robin é o líder de um grupo de uma série mensal) e outros personagens secundários (Mulher Gato tem sua própria série, o Comissário Gordon é proeminente na série de sua filha a Batgirl, o sobrenatural e personagens místicos como o Espectro tem espaço na fantástica Gotham by midnight e mesmo os vilões tem espaço na mensal do Asilo Arkham chamada Arkham Manor).
Se parece muito... Bem, ainda existe mais em séries que não interpolam ou interferem tão pesadamente na série. Grayson é a série mensal do primeiro Robin (agora agente secreto de uma organização sinistra/bizarra), Batwoman conta a história da única personagem não relacionada ao núcleo do morcego (mesmo com o nome, o uniforme idêntico e tudo mais), além de outras séries como a mensal da Arlequina (que fez bastante sucesso no Esquadrão Suicida), as finadas séries do Coruja (Talon) e do Batwing. Gotham Academy conta histórias da cidade sob a perspectiva de pessoas comuns (no caso mais específico colegiais crescendo na cidade do morcego) e ainda tem uma série em parceria com o Superman (Batman/Superman), apesar de ser a menos relacionada a todos os outros títulos Ah, e ainda tem a série do Jonah Hex que se passava nos primórdios de Gotahm e portanto tem relação com o desenvolvimento da cidade e seus segredos...
E sim, eu posso (e devo) ter deixado alguma coisa passar.
ENFIM...
Com tudo isso simultaneamente sendo publicado, pensar em mais uma história já é difícil o suficiente (até porque boa parte dos autores estão envolvidos nas séries mensais). Pensar em uma história que sirva e seja ainda mais que APENAS mais uma história e com a pretensão do projeto de ser publicada semanalmente pelo período de um ano... Bem, digamos apenas que SE existisse um enorme e dedicado planejamento, com uma estrutura segmentada em arcos menores para formar uma única e coesa grande história, de preferência com um envolvimento segmentado dos autores por núcleos menores que eventualmente se cruzam numa trama maior... SE eles fizessem isso, seguindo a receitinha de bolo da série semanal que deu certo (52, de 2006-2007), a série podia pelo menos contar uma boa história, ainda que não surpreendente (afinal, os eventos surpreendentes, como a mudança do uniforme da Batgirl ou a revelação que a Mulher Gato é bissexual vieram nas séries de suas respectivas personagens, e mesmo pro morcego tem toda a ressurreição de seu filho Damian e o confronto final com o Coringa...).
Isso não seria negativo, se, com um novo molde a série apresentasse algo interessante ou melhor, e não é o que acontece. É mais ou menos igual a esse texto, dando voltas e voltas para chegar a uma conclusão que todo mundo já está esperando (só que eu não demorei um ano pra chegar lá nem te cobrei três dólares por semana).
Histórias previsíveis (com exceção da revelação do grande vilão por trás do plano mirabolante, todo o resto foi bem clichê e pouco imaginativo), muitas vezes repetitivas: os parceiros do Batman se reúnem para investigar uma pista remota - e acabam enroscados precisando de um resgate impossível; os (mesmos) vilões que se unem para combater Batman e seus parceiros (e são derrotados normalmente fora do plano de ação)...
Não significa que tudo está perdido, porém.
Há a apresentação e reapresentação de vilões antigos (e esquecidos) assim como novos parceiros e aliados (Harper Row como a Bluebird ou a filha de Alfred) tudo com variados níveis de sucesso.
No meio há bons momentos, algumas histórias são bem interessantes e desenvolvidas... Só que tudo renderia bem melhor - e bem melhor mesmo - se o material fosse mais curto.
Dez edições, doze, publicadas mensalmente, talvez até com mais páginas como um mega-evento interpolando as várias séries dos personagens, e portanto representando maior o impacto do evento
pelas muitas séries.
Sendo bem generoso, mas bem generoso mesmo, até com a metade das edições, publicadas quinzenalmente ao contrário da condição semanal...
Dez edições, doze, publicadas mensalmente, talvez até com mais páginas como um mega-evento interpolando as várias séries dos personagens, e portanto representando maior o impacto do evento
pelas muitas séries.
Sendo bem generoso, mas bem generoso mesmo, até com a metade das edições, publicadas quinzenalmente ao contrário da condição semanal...
O pior do pior na verdade é que é um material bem esquecível em seu geral, o que torna recomendar esse material realmente difícil.
Muito do que está aqui já foi feito anteriormente (e melhor). O reverendo Blackfire foi brilhantemente apresentado na mini-série O Messias (The Cult).
O novo comissário que quer caçar o Batman a todo custo? Já perdi as contas, mas não faz nem tanto tempo, quando o comissário Atkins resolveu destruir o bat-sinal e perseguir o morcego de tudo que fosse jeito... E Gordon preso injustamente por um crime que não cometeu é tão forçado que a verdade é que demorou demais para chegar à conclusão óbvia.
Mesmo o 'grande plano' parece e demais com o plano de Bane no mega-evento de 92 "A queda do morcego" (desgastar o morcego física e emocionalmente jogando-o contra o máximo de vilões possível antes de enfrentá-lo no um a um).Muito do que está aqui já foi feito anteriormente (e melhor). O reverendo Blackfire foi brilhantemente apresentado na mini-série O Messias (The Cult).
O novo comissário que quer caçar o Batman a todo custo? Já perdi as contas, mas não faz nem tanto tempo, quando o comissário Atkins resolveu destruir o bat-sinal e perseguir o morcego de tudo que fosse jeito... E Gordon preso injustamente por um crime que não cometeu é tão forçado que a verdade é que demorou demais para chegar à conclusão óbvia.
Não acho que, a revelação do grande vilão ao final seja decepcionante (não revelarei sua identidade para evitar comprometer os leitores que começaram a acompanhar pela Panini agora, apesar de tudo de negativo que já disse até agora), pelo contrário. Achei uma sacada muito bacana, e, de modo geral se alguém me dissesse a premissa básica de Eternal em poucas linhas, eu até enxergo uma boa história.
O problema residiu na execução. Muita enrolação, muito tempo para chegar a um lugar óbvio (ou na verdade mesmo 'vários' pontos óbvios pois cada conclusão era mais evidente que a anterior), pouco conteúdo genuinamente bom para justificar tantas edições... Verdade seja dita que é demais de se esperar de um grupo constituído por James Tynion IV (bom artista, muito novato como autor), Ray Fawkes (o infame escritor da horrível fase Novos 52 de Constantine), John Layman (que escreveu uma fase bem esquecível em Detective Comics introduzindo o bem pouco memorável vilão 'Imperador Pinguim'), Scott Snyder (que tem boas ideias mas mais frequentemente que não falha na execução, é o mais famosinho, até tem algum prestígio, mas não é toda essa Coca-Cola), Kyle Higgins (o único verdadeiramente bom nome na minha opinião, de títulos como Asa Noturna e Batman Beyond, só é introduzido lá pela metade da série) e Tim Seeley (que em meio a tanta mediocridade até parece um grande nome, mas é o cara de Hack/Slash - que é pouco recomendável mesmo pro nicho de terror-B ao qual é voltado).
A arte é bacana, tem ótimos momentos, (destaquei aqui algumas das capas que achei mais interessantes), mas não salva o conjunto pela média.
É ruim, e BEM caro. 52 edições a US$2,99 (sendo a última mais cara, inclusive) passa dos US$150,00 (em reais são mais de quatrocentos e cinquenta!).
Nota: 4,5/10
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