Pesquisar este blog

17 de janeiro de 2014

Começando 2014 com o pé direito: Filmaço, HER.

"O passado é uma história que contamos a nós mesmos", é apenas uma das brilhantes sacadas espalhadas pelo filme, e fundamentalmente poderosa se me perguntar.
O filme consegue passar por miríades da filmografia moderna - como a ficção científica pé-no-chão e coerente (ainda que fantástica) de Kubrick ou aquela visão intimista que permeia o deprimente enquanto faz comédia de Wes Anderson. HER (em português, ELA) é um filme extremamente sutil e perene, e que aborda o cotidiano e a natureza humana como pouco se fez (e se faz) no cinema.
Justamente por isso há alegria, melancolia, raiva, esperança, tristeza, tesão... O filme não se importa de passar por quase todo o espectro emotivo - e inclusive o faz para contrastar com a ideia de uma máquina aprendendo justamente a lidar com esse tipo de emoções (mas sem spoilers ou mesmo muitos detalhes da trama, quanto menos souber, melhor).

Spike Jonze tem um currículo invejável (Adaptação, Quero Ser John Malkovich, Onde vivem os monstros, assim como várias excelentes produções de video clipes), e agora mais uma fantástica produção.

Milimetricamente orquestrada (as cores - realçando o humor dos personagens, os cenários, os contrastes, os desenvolvimentos de personagens e situações...), que compõem um elaborado e poderoso estudo sobre nossa sociedade contemporânea, a noção de relacionamentos - e por consequência de distanciamento/isolamento decorrente de nossos ritmos e rotinas.

Scarlet Johansson consegue sua melhor performance (mesmo sem aparecer no filme, sendo apenas uma voz de um sistema operacional), Joaquin Phoenix consegue elaborar uma atuação fantástica, e ainda sobram elogios a vários dos outros coadjuvantes (Amy Adams, Olivia Wilde, Chris Pratt... Sem contar a garotinha lá pela metade do filme, cena lindíssima), e obviamente reforçando, à excepcional direção.

Filmaço que merece ser visto nesse comecinho de ano - se encontrá-lo em exibição.

Semana que vem: Blackfish (o melhor documentário de 2013, fácil).

Nenhum comentário:

Postar um comentário