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19 de janeiro de 2014

EDITORIAL> Vivemos no pior dos futuros distópicos - parte 2 (a missão)?

Continuando o texto da semana passada - ainda mais passada uma semana da estréia de mais um reality show (na Band) e da nova edição do reality da Globo, que, mesmo que você não acompanhe não vai escapar de passar por notícias sobre o assunto nos principais sites de notícias (ou quando tentar acessar seu e-mail, ou assistir ao noticiário)...

São questões como a 'polêmica' do rolêzinho - que expõem o mal planejamento e administração pública (afinal, faltam opções de lazer e estrutura - parental, educacional e social), a péssima distribuição demográfica e de renda e a visceral incompetência (que não se atém a apenas uma vertente, uma vez que vem dos escalões da "pulissa" brasileira - que arquiva como suicídio uma vítima de tortura e desfiguramento, um raciocínio digno de Poirot ou Sherlock diga-se de passagem - assim como a administração porca de estabelecimentos, que poderiam conter e resolver qualquer dos pretensos problemas com maior finesse e inteligência sem criar alvoroço algum - ou novamente o administração pública, mas já foi dito antes).

Ou pra quem prefere reforçar exemplos, a questão do aumento das passagens - que levou às manifestações de 2013.

E na verdade os exemplos não são poucos, ou difíceis de achar (como o ex-diretor do Banco do Brasil - uma das maiores empresas desse país - que não apenas envolvido em um escândalo de corrupção, também está foragido na Europa onde sacou 1,6 milhões de euros; ou o desvio milionário da loteria federal; ou que a FIFA - isso mesmo, a FIFA - tem medo da manipulação de resultados em jogos da Copa do Mundo - bola essa que até a Fox já cantou com um episódio futuro dos Simpsons)...
Que dizer dum sujeito que se orgulha (e deixa claro a importância disso para 'agregar valor') de dizer que gasta em uma noite mais em uma noite que o valor anual de salário da maioria das famílias brasileiras...


É justamente esse cenário, não de que tudo vale, mas que tudo que está errado passa incólume e é a norma, é o padrão, que realmente DEVERIA nos assustar.
Não o fato que a Globo está fazendo mais uma edição de um reality show (que obviamente é rentável em termos de anunciantes - e para estabelecer futuras commodities e contratos com lucro vinculado à emissora, em virtude dos ensaios nus e etcs -  tem baixo custo de produção e oferece o suficiente para preencher janelas enormes da programação), mas o fato que isso é uma conseqüência da má qualidade de nosso sistema educacional (como na imagem acima de Allan Sieber, destacando a mínima busca por cultura do povo brasileiro).

Todo isso reflete a mentalidade desse maldito 'jeitinho brasileiro' (que é basicamente ou empurrar com a barriga, ou fazer mal feito, ou se apropriar do que outra pessoa fez), da sociedade que achar normal pagar propina para 'fazer as coisas funcionarem' (se um dia eu contar as minhas aventuras como consultor, juro que tem gente que vai ficar de cabelo em pé), que mesmo que se choque com as coisas permanece num confortável estado de torpor estático diante de aparelhos televisivos...

E enquanto isso não mudar (isso a mentalidade do brasileiro), não mudam os políticos corruptos, incompetentes, mal intencionados, preguiçosos e/ou nada éticos, não muda a estrutura e sistema que se baseia essa prerrogativa básica, não mudam as condições para oferecer competitividade do mercado brasileiro lá fora - e dos empresários aqui dentro... Não muda o perspectiva de vida do brasileiro que ganha pouco e trabalha muito (e é explorado de sol a sol pois sua empresa tem capital estrangeiro e é necessário corresponder às expectativas desses investidores, sendo que os dividendos se retém nas escalas superioras), e por isso não vê e não tem perspectiva de melhorar de vida.

Volta para o ponto que mesmo um país com estádios de futebol dos mais avançados, com milhões (do dinheiro público) gastos para a Copa do Mundo, sequer consegue organizar um campeonato nacional (sim, o Brasileirão 2013 ainda não acabou, em janeiro de 2014 - e ainda tem chão com os próximos julgamentos), sendo que este torneio ocorre anualmente desde... 1971.
Falta ética, falta compromisso, falta dignidade, e não tem solução mágica, rápida e prática que resolva qualquer uma dessas três questões.
A única solução que existe vem do trabalho, de arregaçar as manguinhas e se esforçar de maneira que eventualmente o que há de melhor supere o que há de pior de maneira exemplar.

Nem todo lutador dos subúrbios da Filadélfia tem a chance de desafiar o campeão dos pesos pesados, mas aqueles que conseguem a oportunidade, não a recebem por acaso (normalmente é o olho do tigre).

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