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21 de outubro de 2018

{Resenhas} Demolidor da Netflix - temporada 3


O grande desafio da nova (ou atual, se preferir) temporada de Demolidor é o de remediar os erros que a Netflix e os produtores foram acumulando com os últimos anos, mais precisamente a segunda temporada e a mini-série dos Defensores, e, colocar o seriado nos eixos para seguir ainda em frente por anos e anos.

Enquanto fã do personagem e dos quadrinhos, eu acredito que seja realmente difícil ver sucesso na empreitada.

Sem dúvidas melhor que Defensores, sem dúvidas melhor que metade da segunda temporada (a metade da Elektra), mas ainda longe do potencial que o personagem tem, mas, e isso realmente me irritou, sem realmente buscar tratar com coerência o universo no qual o personagem está inserido.

Droga, o primeiro episódio da temporada tenta explicar 'coerentemente' como Matt sobreviveu o desabamento de um gigantesco prédio sobre a sua cabeça. E enquanto faz sentido que o episódio vá lentamente mostrando a recuperação do personagem, não faz o mesmo sentido que ele simplesmente ignore a ideia de que tem um bocado de amigos que o ajudariam bastante.

Sabe, como Jessica Jones que poderia fazer algumas investigações e localizar Elektra (que parecia a grande preocupação no começo da temporada) ou mesmo ligar para Foggy Nelson (seu grande amigo de longa data) e dizer que está vivo. Sei que estão tentando recriar o ótimo arco de Frank Miller 'A Queda de Murdock' (Born Again), mas parece que realmente não leram/entenderam o material.

Matt fica paranoico em uma espiral auto-destrutiva em A Queda de Murdock justamente porque lenta e gradativamente vê seu mundo ruir e não parece capaz de concluir em quem ele pode ou não confiar - e com a confirmação de que o Rei do Crime é responsável pelos seus problemas, é fácil concluir que algum amigo ou pessoa de confiança traiu seu segredo.

Aqui no seriado? Bem... Nunca fica realmente claro porque ele não consegue confiar em seus amigos.
Ou porque ele prefere deixar que acreditem que ele está morto.
Ou porque diabos ele leva tanto tempo pra descobrir que é a freira é mãe dele...

E enquanto Wilson Fisk volta, e, dessa vez parece mais com o Rei do Crime que, bem, um gordão num grupo de líderes criminosos, ainda não parece coerente a história que serve de fio condutor para o personagem. Quer dizer, todo o papo de Vanessa em exílio e Wilson movendo mundos e fundos para impedir que ela vá à prisão (o que é idiota, considerando que ele poderia simplesmente viver muito bem em exílio com ela), ao que fica difícil esperar algo além de um óbvio plano ardiloso e terrível pra retomar o controle de sua corporação criminosa através de manipular o governo para eliminar a concorrência.

Se isso parece spoiler, aqui vai um spoiler: Eu nem terminei a temporada ainda e tenho certeza que é isso que acontece, de tão transparente e óbvio que já parece aos primeiros episódios. Yep, parte da resenha é um palpite educado, mas me parece bem educado a ponto de ser quase uma certeza educada.

O Mercenário é apresentado nesta temporada finalmente, e, confesso que me vi um pouco decepcionado. Pareceu um Justiceiro 2.0 na sua apresentação, e, ainda que melhore bastante, e eles queiram criar algo mais pé-no-chão e menos idiota que a versão com Colin Farrel para o filme de 2003... Até onde sei, e vi, ele é o grande ponto alto da temporada.

Sei que depois de não conseguir terminar a segunda temporada de Jessica Jones, de nem ver Luke Cage ou me preocupar com o Punho de Ferro, o Demolidor parece a única coisa que presta das séries da Marvel pra Netflix... Mas ainda achei o material bem fraquinho.

Construíram algo bem melhor com o Justiceiro na segunda temporada do que todo o material desta.
Pelo menos parece reestabelecer o personagem depois de Os Defensores... O que pode ser um problema se a série do grupo tiver uma segunda temporada...

Nota: 6,66/10

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