Cyberpunk 2077 é uma daquelas histórias estranhas da indústria.
Saindo de um fracasso retumbante do lançamento (cheio de bugs), mas com enorme potencial pelo fatnástico estúdio polonês CD Projekt (o mesmo da franquia The Witcher), com uma ideia bastante simples e diria até clichê mas que funciona muito bem para jogos... Quer dizer e se GTA no universo da NeoTokyo de Akira?
E eu confesso que até hoje não consegui jogar o jogo, por mais que me pareça bem interessante, e talvez até por isso eu tenha ignorado solenemente a animação Edgerunners/Mercenários lançada na Netflix, mas, honestamente, me arrependo.
O material é muito bom.
Animação fluída, a narrativa é extremamente complexa para uma temporada curta (com o que facilmente me pareceu duas temporadas ou mais condensadas em dez episódios), apresentando personagens e cenários que vão escalonando exponencialmente.
O melhor? O conhecimento prévio do universo do jogo pode oferecer alguns vislumbres e easter eggs para fãs, mas, honestamente não teve nada que travou minha habilidade de compreender o conteúdo com facilidade, então sem dúvidas não é nenhum pré-requisito entender qualquer coisa sobre como funciona esse universo para desfrutar da história - ainda que, claro, seja bom aceitar as premissas básicas de um universo cyberpunk onde a interação de humanos e máquinas é parte fundamental da narrativa, e, esse é um mundo onde incrementos não são apenas comuns como são a norma.
Justamente por serem a norma, isso forma toda uma estrutura social em que aqueles que não tem capacidades financeiras para incrementos robóticos (e são apenas humanos comuns) estão em desvantagem, e, como a série nos apresenta em um episódio fantástico que demonstra a partir do protagonista David todos esses aspectos da sociedade vão se desfraldando e estabelecendo de maneira gradual e coerente.
Não dá pra explicar muito sem spoilers - e honestamente vale a pena conferir sabendo o quanto mínimo possível - mas é um material que consegue estabelecer tanto o mundo no qual está inserido quanto os seus personagens, e, realmente me parece que merecia um pouco mais de chance tanto da Netflix quanto do público.
Para quem gosta de ficção científica e cyberpunk, um prato cheio.

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