Talvez eu seja execrado por essa opnião é verdade, mas eu sinceramente acho que Springsteen é um poço de mediocridade e que expõe categoricamente como a 'Murica tenta vender seu sonho americano goela abaixo e não importa mais nada... Não que seja particularmente uma exceção (como quando criaram os Monkees para competir com os Beatles), ou mesmo algo diferente do que vimos em décadas seguintes com as boy bands e, bem, a Taylor Swift... Sinceramente eu duvido que se ele tivesse nascido na Bélgica, Bielorrussia ou aqui no Brasil que ele seria um músico, e, a verdade é que ele só se tornou um grande astro por uma série de combinações que fazem dele o Forrest Gump do rock.
Ele deu muita sorte de começar sua carreira nos EUA num ponto em que, apesar da ascenção do rock internacional e mesmo da contracultura do rock a partir do Woodstock, não haviam particularmente estrelas no mesmo callibre nos Estados Unidos. Você tinha o Kiss para quem gostava de algo mais pesado e tinha o Creedence para quem queria algo mais próximo do country, mas não tinha lá muitas opções para competir com grandes artistas britânicos... Talvez Jimmy Hendrix, é claro, mas, bem ele era negro e não vamos fingir que a 'Murica rural corria para comprar ingressos para vê-lo em turnê.
Springsteen surge como a resposta da 'Murica ao Eric Clapton e ao Bob Dylan (sim, também estadunidense, mas, sabe, mais folk e menos comercial e com fama de pedante e intelectual), talvez até "o Bob Dylan comercial" que a crítica musical estadunidense queria como alcunha para o artista e devorava cada peido dele como se fosse a próxima vinda de Cristo. Cada álbum medíocre era aclamado e coroado como o lançamento da década ou do século, e, para um público que tinha cada vez menos opções no rock (sem pender para o metal ou alguma de suas vertentes) e que Deus me livre passava longe de progressivo (pelos mesmos motivos que passavam longe de Bob Dylan - menos comercial, pedante e intelectual), bem, Forrest lotava estádios com gente branca ouvindo canções de colarinho azul sobre como a vida era difícil para gente branca de colarinho azul na 'Murica rural.
Não que o artista seja ruim (até acho que ele tem umas dez ou quinze músicas muito boas), mas ele está longe de merecer todos os elogios que recebe, e até mais que isso de ser tudo o que se projeta nele. Suas letras são bastante pedestres e lugar comum (talvez por isso ressoem tanto com a 'Murica rural, mesmo quando eles não entendem que Born in the USA é uma música de protesto - e continuam a usar como slogan político) e sua musicalidade não traz nada particularmente interessante ou digno de nota... Só que depois de décadas de elogios e loas, ele apela tanto para a nostalgia de um rock clássico para tiozão quanto fica difícil dizer que ele não é nem nunca foi tudo isso.
Nisso, executivos de Hollywood vendo o sucesso de filmes sobre músicos - inclusive de artistas menores como Robbie Williams - em um momento de sinergia corporativa simplesmente pensa: "Mas e se fizermos um filme sobre o maior artista do rock norte-americano?" (De novo, não o Jimmy Hendrix).
Eis que nasce Salve-me do Desconhecido (Deliver me from Nowhere) com o astro de The Bear e toda a espectativa de produzir o próximo grande sucesso (na temporada de prêmios)... E o filme é um sonífero.
O drama não é interessante ou relacionável, as cenas carregam pouco ou nada de emoção ou interesse e a maior parte do tempo você passará pensando porque diabos está assistindo esse filme ou qual é afinal de contas o nome.
Eu não sei se fãs do artista ficariam particularmente empolgados com a história de um álbum que talvez seja o divisor de águas na carreita dele (e que, sinceramente está longe de qualquer divisor de águas importante na carreira de qualquer artista relevante), mas, sinceramente, será que existem tantos fãs assim do Springsteen para justificar um filme sobre o tenebroso período do início da década de 1980 para a gravação de seu 'melhor álbum até 1982*' (*de acordo com críticos da Rolling Stone)?
Nem como se a história turbulenta da produção do álbum fosse realmente interessante - sabe como a história do Exile on Main Street de 1972 marcada por excessos e contos proibidos para menores de 18 anos - o que torna a justificativa de focar num período específico da vida do cantor ainda mais estranha... Será que queriam fazer alguma continuação caso o filme fosse um sucesso (ou apostaram num sucesso para fazer uma continuação sobre o Born in the USA por exemplo)?
Sinceramente, é meh até dizer chega e só se você for muito fã do cantor (mas aí, será que te interessaria um filme sobre a história...?).

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