Surge Spawn, o sujeito que vendeu a alma para o demônio e se transforma num monstro terrível que combate o mal (mas que não usa uma moto que solta fogo), ou WildC.A.T.S. que trazem duas raças alienígenas em uma guerra sem fim que os traz para a Terra (mas eles não são robôs que se disfarçam como carros) e o Supremo (que eu nem sei como dizer diferente porque ele é basicamente o Superman de cabelo branco - mas com atitude dos anos 1990).
As histórias eram terríveis, os personagens sem imaginação ou um atmo de criatividade e os 'criadores' nada mais que golpistas visando o próximo grande esquema (e deduzindo que imprimiriam dinheiro com cada edição nova de suas publicações ruins), e, parte do esquema para legitimar sua empreitada consistia em trazer real talento (normalmente com promessas absurdas de que fariam a grande revolução dos quadrinhos e ofertariam condições melhores de trabalho e compensação).
Isso fez com que Frank Miller, Neil Gaiman e por bem mais tempo que ambos, Alan Moore colaborasse com as criações (e os crianções) da Image, produzindo material vastamente superior que as ideias dos criadores originais, escrevendo o que talvez seja a única fase digna de leitura do Supremo (ainda que inferior ao trabalho feito com Miracleman anos antes) ou criando o personagem mais interessante de todos os WildC.A.T.S, o vilão Tao, e, revolucionando o conceito básico da série (sim, a guerra acabou e, bem, as pessoas do planeta natal do grupo não é exatamente tão legal quanto eles pensavam).
Se eles estavam nessa por acreditar nas promessas, pela glória ou pelo dinheiro, talvez nunca saberemos, mas considerando que o multipremiado Neil Gaiman (criador de personagens complexos em basciamente todo o espectro de sua criação) produziu para a Image a vilã/anti-heroína Angela que, bem, olhe o design da personagem e me diga se parece minimamente próximo da nuance e delicadeza do que o autor produzira ou produziria em seus trabalhos, ou se é só mais uma 'gostosa' cheia de marra para atrair leitores adolescentes.
Mas, sejamos francos algo disso vale a pena ler hoje em dia?
Quer dizer, mesmo com Alan Moore, WildC.A.T.S. continua sendo uma série em que uma das heroínas do grupo é uma striper que ninguém repara que sumiu (porque imagina que está curtindo uma farra) outra é a Psylocke com cabelo branco e roupa vermelha (ainda que seja bem menos roupa que a Psylocke) e outras versões de personagens da Marvel e DC. Mudar a premissa ruim da série oferece algum elemento positivo e interessante, claro, mas ainda continuamos com personagens bobos, desinteressantes e que agregam pouco à história em si.
Moore não muda essa estrutura (até porque sua visão era clara de que ele ficaria apenas alguns meses no título), e enquanto seja muito melhor do que o material que o antecede, ainda está cheio de personagens dos anos 1990 cheio de marra e atitude. Droga, tem uma personagem que é uma psicopata andróide que só ao final da coisa toda tem um argumento interessante vinculado à ela (em que ela quase morre e se torna uma freira - e eu achei um argumento bem desenvolvido), mas no geral fracassa até pelo fato que Moore nem tenta.
Em dado momento da história a série precisa ceder a um gigantesco (e estúpido) crossover que interrompe e muda drasticamente o rumo das histórias que Moore vinha trabalhando nos meses anteriores, perdendo completamente o ritmo e momento.
Vale pela curiosidade mais que qualquer coisa.
Nenhum comentário:
Postar um comentário