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23 de junho de 2024

{Em busca do pior...} Plagiarismo...?

Eu tentei assistir a Uma Família da Pesada algumas vezes. Seja em episódios aleatórios conforme passavam na tv (na época que eu tinha tv a cabo), fosse nos serviços de streaming desde o começo ou de algum ponto determinado e, verdade seja dita, nunca funcionou direito para mim.

O 'humor' de Seth MacFarlane nunca funcionou pra mim, e, revendo a primeira temporada (eu nunca consegui avançar na segunda), eu sempre me deparo com situações em que fica explícito que ele só conseguiu emplacar sua série com a promessa de entregar para a Fox algo mais ousado que os Simpsons, inclusive ao repetir piadas e noções exploradas na série da família amarela.

Marge tem um problema com o jogo? Ei, Lois perde o carro da família em um cassino!

Uma confusão com o conselho tutelar faz as crianças Simpsons serem adotadas pelos Flanders? Ei, o conselho tutelar acredita que o bebê Stewie é usuário de cocaína e o afasta dos Griffin!

Os Simpsons fazem especiais de dia das bruxas explorando conceitos de horror com a família amarela? Ei, os Griffin se deparam com o apocalipse, canibalismo e a destruição da sociedade em um episódio cheio de non-sequiturs!

Confesso que nunca me interessei em ir além para ver se MacFarlane desenvolve sua própria voz (e, honestamente pelo que vi das críticas e dos non-sequiturs (sabe, de dez minutos de uma briga com uma galinha gigante ou interromper uma cena para que um cantor folk apresente uma música) eu entendo bem que não seja exatamente pro meu paladar.

Acontece que na décima terceira temporada em 2014 Uma Família da Pesada iniciou sua temporada com um crossover em duas partes com a família amarela nas partes 1 e 2 de "Os Simpsons da Pesada" (ou no original The Simpson Guy), e, honestamente além do fato que a série da família amarela estava longe de seu auge (e eu particularmente nunca achei que uma família da pesada teve um 'auge'), é claro que é uma manobra de marketing desesperada para chamar atenção (droga tem uma piada extremamente gratuita e ofensiva sobre estupro que obviamene só existe para chamar atenção), mas cai em vários dos problemas com a escrita de MacFarlane. 

Pausas longas demais, piadas que não funcionam (e uma série de piadas longas demais que não funcionam como Peter e Homer sensualizando para lavar carros por dinheiro ou a parte 2 que traz Peter e Homer trocando socos por quase 10 minutos), forçação de barra (como a já citada piada de estupro mas tem muitos outros exemplos tanto com Homer e Peter trocando socos como sensualizando) e, claro, as sem graça piadas de transição que Uma Família da Pesada é tão famosa por fazer.

No contexto dos Simpsons é ruim, mas, é um crossover de outro seriado, e olha, eu até acredito que, no contexto de Uma Família da Pesada esse talvez seja um dos 10 melhores episódios da série (ou dois deles já que são duas partes), e nem sei se dá para comparar de fato como um dos piores episódios dos Simpsons...

Mas você pode estar se peruntando: Porque apenas uma manobra de marketing? Bem, só olhe os números de audiência, com 8 milhões de espectadores para o crossover enquanto menos da metade já no episódio seguinte - e quase um quarto por volta do episódio 10 da mesma temporada. Mas, sejamos honestos, existe outro motivo tanto pelo ego de MacFarlane quanto para agradar seus fãs... Os Simpsons que antes criticavam a(s) série(s) de MacFarlane como plágio (e sem imaginação, e sem graça e etc) agora precisavam reconhecer mesmo que forçadamene que estavam no mesmo patamar com a outra série animada - mesmo que não fosse porque MacFarlane elevou seu material ao nível da família amarela, mas porque ele os trouxe para a sarjeta com ele.

Sinceramente, até entendo que tenha gente que goste desse crossover (afinal o nível de crossovers tende a ser extremamente baixo - ou quando é bom as pessoas mal percebem que é um crossover como quando os Simpsons encontraram o Crítico do Jon Lovitz) e por mais que eu tenha plena certeza que se eu for congelado por mil anos para ficar longe desses episódios, eu ainda acharei que é pouco tempo, eu não posso criticar na mesma escala.

Então na classificação totalmente café-com-leite a nota é um sólido 2,5/10, quer dizer, sim, é péssimo mas ainda assim algo me diz (e eu não quero nem que me paguem o meu peso em ouro me atrever em descobrir se é) melhor que 90% do que o MacFarlane fez ou continua a fazer hoje em dia...

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