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27 de abril de 2023

{Resenhas de Trocadalho} Você conhece o...?

Olha, ninguém está mais surpreso que eu, mas Super Mário é bom.
Não ótimo, obviamente longe do medíocre da Laika ou Ghibli, mas sem a menor dúvida o melhor do estúdio Ilumination até agora (o que seria quase o equivalente ao 'bom' da Dreamworks?).

Não reinventa a roda, é bastante formuláico até seguindo meio que nota por nota as histórias de peixe fora-da-água que tem uma vida terrível no mundo real mas se descobre um verdadeiro gênio e campeão em outro mundo e realidade (e que de John Carter, Flash Gordon e Adam Strange tem uma longa linha e tradição desse mesmo tipo de narrativa já bem manjada). De novo, não tem nenhuma tentativa de reinventar a roda ou mesmo torná-la mais eficiente, mas, funciona (dentro das restrições óbvias de material da Ilumination).

Mário é um personagem cativante, sua história é interessante e o mundo que habita é rico, colorido e cheio de criaturas bizarras e fascinantes (como cogumelos falantes, tartarugas voadoras, fantasmas e o que quer que 'goombas' sejam). Combine com a trilha sonora clássica dos jogos transportados pras telas e é uma receita pronta que mesmo o estúdio mais preguiçoso (Ilumination) consegue fazer funcionar.

Claro, podia ser melhor, aprendendo alguma coisa de estúdios e filmes muito melhores nos últimos anos - como o Aranhaverso ou Gato de Botas 2 - permitindo condições diferentes de animação para momentos diferentes (o que funcionaria muito bem numa narrativa que se passa entre dois mundos, o 'real' da Nova Iorque em que Mário vive e o mundo Cogumelo onde a narrativa ocorre. Também poderia evitar o clichê do estúdio de usar músicas dos anos 1980 de maneira preguiçosa, e, que muitas vezes nem sequer combinam com o material (e, nesse caso é ainda pior considerando toda a extraordinária trilha sonora de games da Nintendo que eles já tinham toda prontinha já disponível).

Mas ao meu ver o maior problema reside justamente em buscar todo um elenco inchado (Chris Pratt, Jack Black, Anya Taylor-Joy e mais uma quantia enorme de gente famosa) e desnecessário. Toda a grana que bancaram para esse elenco gigantesco, para colocar o Jack Black gravando uma música sem graça poderiam ser investidos em mais dez ou vinte minutos de filme, ou quem sabe, melhorar o desenvolvimento e narrativa. Menos espaço pro Donkey Kong de Seth Rogen (pelo amor de Deus não façam um spin-off com James Franco como Diddy Kong) que inclusive representando bem pouco para o final do filme e mais desenvolvimento tanto dos personagens como da ameaça seriam, bem, uma adição bem vinda.

Inclusive, e aqui eu acho que talvez acabe ofendendo os atores da versão brasileira, mas a dublagem tupiniquim sem nenhum grande astro ou estrela (sabe, como Faustão e Tom Cavalcante nas vozes dos irmãos Mário) funciona muito bem obrigado e o filme flui perfeitamente bem. Não acredito que no original mude uma vírgula as cifras, afinal, duvido que mesmo a mãe de Charlie Day foi ao cinema para vê-lo dublar.

Sei que critiquei bastante, ao que, reforço que gostei e acredito piamente que poderia ser muito melhor pelo material que é, e, se a Nintendo tivesse buscado algum estúdio melhor para sua parceria.

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