Eu preciso fazer um primeiro parênteses simples sobre os 76 episódios da série Hajime no Ippo: The Fighting na Netflix, e é esse: O material em quadrinhos iniciou sua publicação em 1989 e até hoje não concluiu (com o último volume de número 136 publicado em novembro de 2022 - o que atualmente já dá quase 30 volumes a mais que a longeva One Piece), no entanto a animação de 2000 a 2002 retrata mais ou menos 35 volumes da história toda.
Não que seja de fato ou de todo relevante mas acredito importante citar, principalmente inicialmente.
A série segue a história de Makunouchi Ippo, um garoto no colegial que sofre bullying e descobre sua real vocação/motivação no boxe, avançando desafios sobre desafios até chegar à disputa pelo título dos pesos penas (que é onde terminam esses 76 episódios - o resumo bem raso de todo o material).
Enquanto a constante do avanço dos episódios se dá pelas lutas que avançam Ippo em seu sonho de se tornar um lutador profissional, e, posteriormente o melhor em sua categoria (e por isso eu disse que não faz tanta diferença considerar que existe mais uma quantidade enorme de volumes do mangá que não foram adaptados porque a ideia geral continua a mesma), o grande trunfo do material não reside ou existe nesses confrontos. Ippo, inclusive, é o personagem menos interessante em geral nos episódios, e é justamente na forma como o trabalho explora os adversários, dando a eles tridimensionalidade, traços de personalidade claros e determinados, igualmente com suas motivações, sonhos e convicções. Os adversários não são vilões, monstros ou meros obstáculos no caminho de Ippo... Eles são pessoas que lutam pelos seus sonhos da mesma forma (e, invariavelmente acabam voltando e ganhando seu destaque em momentos posteriores).
As lutas são, sem sombra de dúvida, empolgantes e é muito fácil se ver torcendo por Makunouchi e outros dos lutadores na história, mas, é o desenvolvimento de personagens que o verdadeiro destaque do material se dá. Existem alguns pontos problemáticos no que a própria Netflix destaca como 'conteúdo sexual' (que é estranho pra dizer o mínimo e em vários dos pontos destoa bastante do restante do material), mas, no geral não compromete.
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