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26 de julho de 2019

{Resenhas} Harry Potter e a Ordem da Fênix - J K Rowling

Nota: 3,0/10
Harry Potter e a Ordem da Fênix é o quinto e mais longo livro da série. É também o pior, e em grande parte pelo fato de ser o mais longo.

Quer dizer, o fato de ser longo não é o problema específico, somente pelo quanto o livro vai se desviando do foco vez por vez para focar em personagens secundários, terciários, quinternários e avançar tramas e mais tramas que de nada acrescentam ou mudam a coisa toda enquanto em momento algum estabelece algo que se pareça com uma história principal.

Considerando o retorno de Voldermort (sabe, o grande e tenebroso vilão e mago do mal) no quarto livro, era de se imaginar uma urgência maior por parte, não somente dos personagens como da autora na condução da história para o conflito derradeira.. Mas não é o que acontece aqui.

O grande desenvolvimento do livro, literalmente, é uma profecia. Boa parte dos esforços de vilões e mocinhos se dão ao redor de uma profecia idiota, e é isso...

Entendo que o espaço extra de páginas dá vazão para o desenvolvimento de relacionamentos dos personagens e criação de dinâmicas interessantes (como a A.D. ou a vilã do livro, a megera Umbridge)... Só falta um direcionamento para que essas coisas sejam ou soem interessantes. Droga, muito do material se dedica a burocracia. Sim, BUROCRACIA.
Burocracia num livro sobre um bruxo mirim aprendendo feitiçaria numa escola de magia que é voltado ao público infanto-juvenil.
E dá-lhe decreto ministerial, dá-lhe audiência para averiguar o descumprimento de regimento interno... Realmente era o que todo mundo sentia que estava faltando dos livros anteriores...

Pra ajudar, os personagens novos apresentados são quase todos ou esquecíveis ou pouco acrescentam (o que é ainda pior) e o senso de que o retorno de Voldemort não representa grande coisa por praticamente todo o livro (o que, efetivamente é confuso).

Quer dizer, ele É o cara poderosão e pica das galáxias que voltou da morte e pretende controlar tudo e destruir tudo o que é de bom em sua tomada do poder... E por um ano (que é o intervalo da trama), não faz muita coisa além de usar seus recursos para tentar obter uma profecia. Meio idiota, né?
Mas pelo menos temos espaço para aprender o que acontece nos bastidores do Ministério de Andares Tolos, digo, Magia...

Tudo bem, o livro foca no dia a dia de Harry Potter (que é o protagonista) desde o primeiro livro e seria uma mudança tonal enorme destacar o que está acontecendo no restante do universo mágico (que seria interessante) em detrimento de drama adolescente (como a vida afetiva de Harry). Francamente nem consigo cogitar como fazer isso melhor, ao que talvez a escolha de trazer o vilão de volta dos mortos no quarto livro com uma série de sete planejada (se é que estava de fato planejada naquele ponto), não fosse o mais adequado.

Como disse - e pretendo falar mais na resenha do sexto livro - eu vejo que a trama das Horcruxes deveria ser apresentada mais cedo, preferencialmente no quarto volume dando maior tempo para o desenvolvimento daquela trama sem focar em burocracia do ministério da magia (sério que alguém se importa com isso?) ou de Olimpíadas bruxas.

Se Voldemort voltasse no quinto livro (mais para o final preferencialmente) ou mesmo no sexto após tempo de desenvolvimento para essa trama das Horcruxes, teríamos maior tempo para intrigas e conspirações (que, é verdade não combina muito com o tema da série, é mais algo para Game of Thrones) assim como maior espaço para um desfecho mais satisfatório, sem que, bem, estivéssemos focados nos dramas estudantis enquanto o mundo acaba além dos muros da escola.

O que é uma pena, pois, como disse, a vilã do livro, a burocrata Umbridge é uma personagem bem interessante e que merecia bem mais destaque e tempo de desenvolvimento na trama. Seria inclusive bem mais legal que ela fosse cada vez mais crescendo e ganhando poder (que foi o melhor que o livro teve a oferecer), mostrando o crescente desespero em que os alunos se encontram cientes de como estão e confusos do que podem fazer (se alguma coisa). Esse era o grande trunfo e deveria ser usado com maior satisfação do que colocar a personagem como uma vilã idiota que seria arrogante a ponto de insultar um grupo que se avoluma a sua volta...

E é ainda mais uma pena conforme todo o drama adolescente e a angústia de malditos testes (provas, sério, os tais N.O.M.s) tomando tanto e tanto tempo em um mundo que o mais perigoso e terrível vilão está à solta (e não fazendo muita coisa pois está realmente preocupado com uma maldita profecia!).

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