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15 de novembro de 2018

{Editorial} RIP Funky Flashman

{Nota - Eu alterei alguns posts com a notícia do falecimento do Stan Lee para datas futuras, somente para fazer esse post aqui}

Eu admiro Stan Lee por uma série de motivos, mas acredito que a visão exagerada do homem se aproxima muito mais ao personagem de Jack Kirby - Funky Flashman que de qualquer outra coisa realmente.

Quando se trata de um escritor, bem, Lee não fez nada realmente memorável ou marcante, sejamos honestos. Sim, ele criou o universo Marvel em quase todos os detalhes pelo número de personagens criados pelo autor... Mas quase tudo que ele criou foi alterado bastante da visão original de Lee.

Seja o Demolidor que virou um ninja e deixou de ter um triângulo amoroso entre Foggy Nelson, Murdock e a secretária Karen Page, ou os X-men que finalmente se tornaram populares e relevantes após a saída de Lee e com a chegada de Chris Claremont, mas mesmo outros tantos personagens foram mudando enormemente após Stan Lee. Mesmo o Homem Aranha (a grande marca do gênio criativo de Lee) tem algumas de suas mais memoráveis e interessantes histórias nas mãos de Gerry Conway por exemplo. Sendo bem honesto, a única exceção da regra é o Surfista Prateado que eu realmente vejo como uma grande criação e o grande xodó de Lee, mesmo que não seja igualmente popular com os fãs (o que é uma pena).

E a verdade é que Stan Lee sempre foi um excelente vendedor mais que qualquer coisa (ao que Jack Kirby acerta na veia com a caricatura), e, sem sombra de dúvidas se o homem tivesse nascido alguns anos antes ou depois se daria igualmente bem em outra área que não fossem os quadrinhos. 
Não duvido que um Stan Lee vinte ou trinta anos mais novo faria Steve Jobs se contorcer de vergonha de sua performance em palcos. Nisso inclusive se deve muito do sucesso da Marvel, pois ninguém vendeu a empresa tanto quanto o bigodudo titio Stan.

Se a franquia multimilionária da Disney existe hoje sem sombra de dúvidas se deve aos esforços hercúleos de Lee para vender a companhia e fazer dela relevante em tempos cada vez mais desafiadores - e difíceis em termos de vendas, recepção e percepção pública.
Talvez até a indústria de quadrinhos americana como um todo (incluindo a DC e os vários independentes) devam muito mais a Lee que Will Eisner na tratativa de legitimar os quadrinhos na perspectiva popular, porque afinal de contas ele conseguiu em grande valia em vender a ideia dos quadrinhos e consolidá-la na percepção popular.

Merece com certeza ser lembrado mas muito mais pelo homem que pela falsa visão idealizada que se fez dele.
Excelsior!

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